19/06/2013
Ao falar sobre vinhos, é inevitável tratar das duas uvas mais conhecidas do mundo: a chardonnay, rainha das uvas brancas, e a cabernet sauvignon, das uvas tintas. Uma cepa tinta e uma branca. De onde elas vieram? Como ficaram tão conhecidas e assim difundidas e plantadas em quase todas as zonas vitivinícolas do mundo? São tão famosas que praticamente todos os degustadores e compradores de vinhos, um dia já provaram da bebida com estas duas cepas e, para muitos deles, foi encantamento à primeira vista!
São duas uvas de fácil plantio e cultivo. Elas facilmente se adaptam aos solos, ao clima, ao que se chama de Terroir. No mundo dos vinhos, essa expressão francesa indica a relação mais íntima entre o solo e o microclima particular, que concebe o nascimento de um tipo de uva, e expressa livremente sua qualidade, tipicidade e identidade em um grande vinho.
A Chardonnay nasceu na França, na Borgonha, bem pertinho da cidade de Dijon. Já a também francesa Cabernet Sauvignon nasceu em Bordeaux. No solo da Borgonha predomina o calcário, um pouco de argila, granito e areia. Já o de Bordeaux é variado - o platô de pedra calcária de St-Émilion e o solo de cascalho de Médoc e Graves (três regiões de Bordeaux), ajudam a regular o fornecimento de água para as vinhas.
Cor e sabor
A Chardonnay é uma uva que exala aromas tropicais, como abacaxi, manga, pêssego, mel, frutas secas, uma delicia! Toques amanteigados e amadeirados, quando o vinho é envelhecido em tonéis de carvalho francês ou americano, deixam na boca uma densidade de média a encorpada.
Seu tom amarelo ouro é inconfundível! Ao colocar na taça um vinho feito com Chardonnay e sentir exatamente essas características - o aroma de frutas tropicais, mel e frutas secas -, tem-se a certeza de se estar diante da rainha das uvas.
Vinhos Chardonnay harmonizam-se primorosamente com queijos mais maduros, massas com molhos leves, carnes brancas, grelhadas com, por exemplo, molho de laranja, bem como risotos de queijos, brie, aspargos.
Escura e densa
Já a Cabernet Sauvignon tem em suas características gustativas qualidades como forte, robusta, tânica. A uva tem uma cor meio azulada, meio roxa escura, e casca mais grossa. Originam alguns dos vinhos mais encorpados do mundo, poderosos, de longo envelhecimento, podendo durar mais de 20 anos, 30, até 40 anos. Na boca, deixa muito tanino. Nas uvas, os taninos encontram-se principalmente nas cascas, sementes e engaços. Assim como os açúcares da uva, eles também passam por um amadurecimento e, conforme se atinge essa maturidade, perdem agressividade, tornando-se macios e sedosos.
Dentre as uvas viníferas, geralmente, quanto mais grossa a casca, maior a quantidade de taninos a serem extraídos. Este é o caso da Cabernet Sauvignon, Tannat, Nebbiolo, Baga, Petit Verdot, Sangiovese Grosso, só para citar algumas. Recomendo que vinhos Cabernet Sauvignon sejam acompanhados de carnes suculentas, com molho picante, forte, de bacon, vermelho ou um bom churrasco brasileiro.
Há diversos lugares no mundo em que essas duas uvas são produzidas. Por isso também a popularização tão grande de seus vinhos. Na América do Sul a produção acontece na Argentina, Chile, Uruguai e Brasil (Rio Grande do Sul, Bahia e até Minas Gerais e São Paulo - São Roque). Na América do Norte, Estados Unidos e Canadá. São encontradas também na África do Sul, Europa – em boa parte, como Espanha, Itália e França. Até a China faz vinhos, bem como a Austrália e Nova Zelândia.
Apesar de bem conhecidas e populares, os significados dos nomes dessas duas uvas ainda são um mistério. Um amigo, também profissional do vinho, uma vez comentou que Cabernet Sauvignon significaria caverna selvagem. Mas sobre o nome da Chardonnay, não há ainda uma história oficial, nem mesmo rumores.
São esses pequenos mistérios e histórias interessantes que fazem tantos se encantarem pelo mundo dos vinhos!
Voilá!