09/08/2023
Para os cães também: Todo mês de agosto é tempo de falar mais sobre a Leishmaniose, que não tem cura e pode colocar a vida do cão em risco. É a campanha do Agosto Verde, que alerta sobre os perigos da doença, como fazer a prevenção e cuidados em caso de contaminação do animal.
O que são as leishmanioses?
Primeiro, a doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.
Seu nome vem de William Boog Leishman. O bacteriologista escocês viveu entre 1865 e 1926. Descobriu a leishmânia — protozoário que ataca homens e animais. Pelo feito, entrou na história. A palavra "protozoário" deriva dos termos gregos protos (inicial, primeiro) e zonn (animal).
No Brasil, com uma média de 25 mil novos casos ao ano, atingem todas as regiões, sendo mais frequentes nos locais de clima quente e úmido.
Antes, eram mais comuns na área rural, onde se alojavam animais silvestres. Agora estão presentes também em áreas urbanas de médio e grande porte.
Diferentes manifestações da doença
Existem 20 tipos diferentes de protozoários da família Trypanosomatidae. A transmissão mais comum é pela fêmea do mosquito-palha.
A incubação da doença pode durar de semanas a anos. A diversidade de espécies associada à capacidade de resposta imunitária de cada indivíduo à infecção, pode gerar várias formas clínicas.
Podemos dividir em dois grandes grupos.
Leishmaniose tegumentar, que causa lesões na pele e, em casos mais graves, ataca as mucosas do nariz e da boca.
Leishmaniose visceral, afeta sobretudo fígado, baço, gânglios linfáticos e medula óssea, podendo levar à morte quando não tratada.
Vamos focar mais na Leishmaniose tegumentar
Essa palavra vem de tegumento, do Latim TEGMEN, “cobertura”, de TEGERE, “cobrir” ou seja, na pele.
É a mais comum, gerando quatro possíveis apresentações:
Cutânea localizada, a mais comum
Cutânea disseminada, rara
Cutânea difusa, rara e grave
Recidiva cútis, bem rara e resistente à medicação
Avaliação e tratamento da Leishmaniose tegumentar
O primeiro passo para decidir o que fazer após a confirmação do diagnóstico de Leishmaniose, é estimar o risco de progressão e complicações.
Pacientes imunossuprimidos têm maior chance de desenvolver a forma cutânea disseminada. Lesões grandes, persistentes ou localizadas em regiões como face e próximo das articulações, necessitam de cuidados e de se acelerar a remissão das lesões.
Para a forma só de pele localizada em pacientes com baixo risco de progressão, pode-se esperar, pois geralmente não geram complicações.
O tratamento
Os remédios para o tratamento são bem tóxicos. Em tratamento, o repouso físico relativo e a abstinência de bebidas alcoólicas são indicados pela demanda que os remédios causam no fígado.
Como prevenir a Leishmaniose?
Não há vacina contra as leishmanioses humanas, só a dos pets. Devido ao tamanho muito reduzido, o encontro de larvas e pupas na natureza é bem difícil. Por isso não há nenhuma medida de controle para as fases iniciais da larva.
O que nos resta é diminuir o contato direto entre humanos e mosquitos:
Utilizar repelentes;
Evitar horários e ambientes onde esses vetores possam ter atividade;
Utilizar mosquiteiros de tela fina;
Colocar telas de proteção nas janelas.
Manter sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos;
Realizar podas periódicas nas árvores para não criar ambientes sombreados;
Não acumular lixo orgânico, visando evitar a presença de mamíferos comensais próximos às residências, como marsupiais e roedores, possíveis hospedeiros.