04/10/2023
Estar fora do ambiente urbano é considerado por muitos uma opção saudável de vida. Estão absolutamente certos. Cada vez mais se comprova que o contato com a natureza é extremamente benéfico, sendo até parte da política de Saúde Pública de alguns países como o Japão e a Costa Rica. Lá, o contato com a natureza é prescrito em receita médica. A Floresta Terapia (ou banho de floresta) é um conjunto de técnicas e saberes que aprofundam e potencializam este contato.
Na cidade
A sociedade contemporânea é predominantemente urbana e 47% das pessoas não se sentem seguras na cidade em que moram (IBGE, 2010).
Assim, as famílias priorizam manter as crianças confinadas em ambientes fechados e privados. Apesar dessa atitude representar uma forma de cuidado, elas têm poucas oportunidades de experimentar uma vivência autônoma da cidade, caracterizada pela liberdade de movimento e de ir e vir.
Há menos terra, grama, formigas, pauzinhos e folhas para as crianças brincarem.
As crianças e o Transtorno do Déficit de Natureza
O pesquisador e jornalista Richard Louv, co-fundador da Children & Nature Network, cunhou o termo Transtorno do Déficit de Natureza para descrever o fenômeno atual da desconexão entre a criança e a natureza e os consequentes impactos negativos na saúde e bem-estar das crianças e do planeta em que vivemos.
Na saúde
Um amplo conjunto de pesquisas relacionam a falta de oportunidades de estar e brincar na natureza com o aumento de problemas de saúde entre crianças e adolescentes, como obesidade, hiperatividade, baixa motricidade, pouca habilidade física, miopia, doenças cardiovasculares e síndrome metabólica. Crianças tomam cada dia mais medicamentos, seja para acalmá-las ou para animá-las.
As crianças habitam cada vez mais as telas. Quando perdemos a rua e o espaço público como lugar de convivência entre pares, precisamos de algo que controle o impulso da criança por movimento e expansão, assim o uso dos dispositivos digitais ganha força.
85% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de idade são usuárias de internet e, destes, 93% acessam a rede por meio de telefones celulares, dispositivo cujo uso é cada vez mais habitual nessa faixa etária. (Tic Kids Online, 2017).
Consumo
Estimuladas ao consumo cada vez mais cedo, as crianças são expostas a mensagens publicitárias, se convencem de que é preciso ter o brinquedo ou videogame novo e a roupa da moda. Nessa onda, adultos imaginam que é necessário consumir ou investir muitos recursos para proporcionar experiências significativas para as crianças. A natureza próxima, aquela ao alcance da mão na calçada, praça ou terreno vizinho, oferece o que realmente a criança deseja, em seu corpo e alma: espaço e elementos para ser autora de seu próprio brincar.
O Site da Granja conversou com o professor de educação física Paulo Almeida, que desde 2010 é proprietário da empresa @FokaFestas, atuando com recreação e desenvolvimento infantil. Ele passou algumas brincadeiras que podem ser executadas em casa ou ao ar livre com pouco ou nenhum material necessário.
1- AMARELINHA
Material: 1 pedrinha.
Brincam quantas crianças quiserem e cada uma tem sua pedra.
Desenhe a amarelinha
O primeiro passo para a brincadeira é o desenho da amarelinha. Você fará 10 casas no chão. Elas devem ser em dois tipos: casa individual e espaço duplo. Dessa maneira, os números 1, 4 e 7 são os individuais e serão pisados em um pé só. Já os grupos 2 e 3, 5 e 6 e 8 e 9, devem ficar juntos e pisados com os dois pés simultaneamente.
As casas devem iniciar na Terra (antes do 1) e ir até o céu (depois do 9).
Quem falar “Primeira!” será a primeira, quem falar “Segunda!” será a segunda e assim sucessivamente.
A criança joga a pedra na 1ª casa, não podendo pular nela. Ela vai com um pé só nas casas individuais e com os dois pés no chão nas duplas. Na volta, pega a pedra sem encostar a mão no chão. Segue a ordem de jogadores e a ação se repete, agora na casa 02 e assim sucessivamente. Quem não conseguir sai do jogo e ganha o último a ficar.
2 - AVIÃO PEGADOR
Crianças dispersas à vontade, uma escolhida: "o avião".
A um determinado sinal, a criança escolhida sai em perseguição dos colegas imitando um avião. Aquele que se vir em perigo de ser apanhado, para equilibrando-se num pé só e eleva os braços lateralmente fazendo a figura de um avião. O perseguidor não poderá pegá-lo enquanto ele estiver nesta posição. Quando o avião conseguir apanhar uma criança, ela irá substituí-lo.
3 - BATATA QUENTE
Material: Um lenço
Crianças em círculo sentadas, uma em pé no centro
Desenvolvimento: Ao sinal, um jogador atirará o lenço, que é a "batata quente" a outro. Sem demorar, este deve arremessá-lo a qualquer jogador.
Enquanto isso, o do meio do círculo corre, procurando apanhá-lo (o lenço). Ao conseguir seu intento, tomará o lugar do jogador que o tiver arremessado e este irá para o meio do círculo.
4 - CACHORRO E GATO CEGO
Material: Lenços
Formação em círculo, sendo dois no centro; um será o cachorro e outro o gato. Veda-se os olhos de ambos. Toda vez que o cachorro latir o gato miará e o cachorro tentará pegá-lo. Se conseguir, irão outros ao centro.
5 - ELEFANTE VOA?
Com as crianças em círculo, alguém pergunta se determinados bichos voam. Se voam, as crianças deverão responder: “voa!” e com o corpo, representam o voo com os braços. Ex.: “Galinha voa?” “Pássaro voa?” “Elefante voa?” A criança que cometer algum engano pagará prenda no final.
6 - JOGO DA MEMÓRIA
Material: Lápis, grampos, moedas, giz etc.
Todos ficam em pé, formando um círculo, mãos para trás, para não verem o que estarão segurando.
Execução: Entregar a criança um objeto após outro para ser passado adiante. Após serem passados todos os objetos, todos se sentarão e rapidamente escreverão o nome dos objetos que passarem pelas suas mãos. Vencerá quem escrever mais nomes dos objetos em um tempo determinado.
7 – DANÇA DAS CADEIRAS
Cadeiras e música
Formação: cadeiras em fileiras aos pares, de costas uma para a outra
Organização: O número de cadeiras deve ser sempre um a menos do que o número de participantes.
Execução: ao som da música, os alunos contornarão as cadeiras. Quando esta parar, todos procurarão sentar-se. O que sobrar sairá fora e retira-se uma cadeira. Vencerá o último a sentar.
8 - TELEFONE SEM FIO
Uma roda é formada com os participantes (quanto mais, melhor!). Uma das crianças fala uma palavra secreta no ouvido de quem está ao seu lado. A criança que ouviu repassa a palavra para a que está ao seu lado e assim por diante. Quando a palavra chega à última criança, ela deve dizê-la alto.
9 - BRINCADEIRAS DE CORDA
Duas crianças giram a corda, enquanto uma terceira criança pula e diz: “cor-di-nha.” Cada sílaba dita corresponde a um pulo. Quando a criança que pula fala a palavra completinha, ela sai da corda e dá vez a outro participante. Quem está pulando não pode pisar na corda.
Outra : a Cobrinha
Duas pessoas, sentadas no chão, seguram as pontas de uma corda bem comprida. Elas começam a fazer um movimento de cobrinha com a corda no chão, as crianças da fila começam a pular a cobrinha. De vez em quando a dupla que movimenta a corda levanta a cobrinha do chão, gerando um desafio para as crianças que passam e pulam pela corda.
Com corda tem Cabo de Guerra, e muitas outras!
10 – MÍMICA
Duas crianças ficam uma de frente para a outra e uma delas é o espelho. Uma criança faz um movimento ou uma expressão facial e o “espelho” deve copiar exatamente esta ação, da melhor maneira possível. A brincadeira é boa para aprender a temporizar e saber inventar.