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Ilusão de segurança Está se tornando raro a semana em que o tema segurança não está em nossa pauta.

28/09/2010








Está se tornando raro a semana em que o tema segurança não está em nossa pauta. São muitas as faces e dimensões desse valor fundamental da nossa vida diária e temos procurado aborda-lo sob várias óticas. Esta semana, entrevistamos o arquiteto Roberto Pompéia, granjeiro há 41 anos e testemunha da evolução que o conceito de segurança foi adquirindo na Granja ao longo do tempo.

Roberto Pompeia e sua família sempre moraram na Granja fora de condomínios, em casas com as características do interior, sem muros e sem cancelas. Mesmo quando o lote da família foi dividido entre os irmãos, Roberto arquitetou um terreno comum, com a ideia de agregar os parentes e estabelecer uma convivência familiar. Os terrenos apresentam o formato de um trapézio e estão quase sempre com os portões abertos!

Mas, com o passar dos anos, a segurança na Granja tornou-se uma verdadeira indústria de neuroses, representada pelos condomínios fechados, pelos muros e pelo fechamento de ruas, "é inconstitucional fechar o espaço público. Os granjeiros deixaram que a Granja virasse um conjunto habitacional onde não há uma identidade coletiva, onde se vive uma ilusão de segurança", lamenta Pompéia. Ao adotar um estado de consumo exacerbado, os granjeiros deixaram de lado a vida comunitária, passando a viver num mundo de aparências, onde a arquitetura é apenas um cenário.

Isso reflete uma impessoalidade, uma individualidade que acaba sendo responsável por permitir a violência. Pompéia acredita que ela aparece justamente quando não existe a sua contraposição, ou seja, o relacionamento com os outros, a convivência comunitária. Hoje não se conhece o próprio vizinho, "que pode ser um amigo que oferece proteção". Para ele, os bairros seguros são aqueles que todos se conhecem e se relacionam, "o ladrão sabe que está sendo observado por todo mundo". Com o levantamento de muros, cercas, instalação de câmeras, contratação de seguranças e o fechamento de ruas, a Granja se descaracterizou totalmente, "há uma inversão muito grande de valores e princípios porque hoje, o culpado é quem não se fecha".

Para resgatar essa convivência saudável e segura, Pompéia afirma ser preciso criar espaços, praças para a comunidade, papel fundamental dos órgãos públicos, "alguns bairros, como o Parque São George, ainda preservam esse tipo de convívio. A realização de festas coletivas, assim como a criação de associações de bairros, são formas de privilegiar o espaço público. Ações como a Feira de Trocas AUescambAU e a EcoFeira também são exemplos de espírito comunitário. O Parque Cemucam poderia ser um lugar em que esse espírito prevalecesse, mas mesmo muito bem cuidado e policiado, ele é vazio por ser de difícil acesso", conclui.

Fica a sugestão de revitalizarmos essa comunidade! Que a segurança não seja sempre e apenas um motivo de debate, mas de aproximação e retorno do espírito coletivo.


Marina Novaes
Fotos: Lígia Vargas


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