08/03/2007
Moça triste, cabisbaixa e sentada na beira da estrada, iluminada vez sim vez não pela luz do farol de um caminhão de angústias. Encostada no fundo do ônibus com seu radinho de pilha, esperando o ponto final da espera. Ao seu lado não se vê nada, nem ninguém, nem ela mesmo, é só um perfil de fumaça. Seus olhos já não piscam, abrem e fecham decretando o rosto da garoa. O som do chinelo se arrastando mesclado com o cinema mudo de uma bituca que se atira contra o vento é a música do seu dia-a-dia. Preto e branco são cores demais, exagero, prefere a melancolia fosca de um copo vazio. Já não dorme mais, tem medo da insônia. A Saudade mora longe, nunca em si mesmo, as reticências são seu único modo de dizer que ainda vive...
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