16/02/2017
As crianças têm suas preferências: mochilas com heróis ou princesas, de uma cor ou de outra... OK, isso também é importante para elas! Antes porém, é preciso observar aquilo que a criança quer a partir do que é adequado para sua saúde.
Olhando para a nossa realidade, as crianças costumam usar mochilas a partir dos 3 anos, que é quando a maioria começa a frequentar as escolinhas. Até os 5 anos, o mais aconselhável é que a criança use apenas uma lancheira, bem mais leve, e você entrega a mochila para a pessoa que recebe seu filho na escola, especialmente no caso dos pequeninos.
Para os maiorzinhos, quando a mochila carrega o material didático, que seja de rodinhas. Entre 6 e 7 anos, ainda é recomendável o uso da mochila de rodinhas, mas já é possível carregar uma mochila de costas, que será liberada realmente entre 12 e 13 anos, desde que a criança não carregue muito peso.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a mochila pode carregar até 7% do peso corpóreo da pessoa. Já no Brasil segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, recomenda-se até 10% do peso corpóreo.
Após confirmar o peso da criança, é importante checar o peso na mochila e aqui vão algumas dicas:
1. Escolher uma mochila com poucos compartimentos extras para evitar que a criança não leve brinquedos ou objetos desnecessários.
2. Levar alimentos na lancheira e não na mochila.
3. Levar apenas o material necessário para o dia na escola. Seu filho arruma e você verifica diariamente.
4. Se houver armários na escola, utilize.
Como escolher a mochila:
1. É sempre bom levar a criança na hora da compra e atentar-se muito ao tamanho da mochila em relação ao tamanho da criança. A mochila não deve passar a altura dos ombros e a parte inferior pode chegar no máximo a 8 cm acima da cintura, além de não ultrapassar a largura do tronco
2. As alças devem ser confortáveis, largas, acolchoadas de preferência com enchimentos de silicone para não machucar os ombros.
3. As com rodas, ideais para carregar um pouco mais de peso, com silicone nas rodinhas e estrutura de aço são as melhores, mais duráveis e fáceis de limpar.
4. As que têm rodas, devem ter a alça com comprimento ao alcance da criança para que ela ande sem fazer torção ou inclinação do tronco. No caso de pisos irregulares e escadas dê preferencia a rodas mais largas.
5. As mochilas com alça, que parece uma bolsa, são as menos indicadas pois forçam os ombros. Se a criança usar essa, o menos ruim é usá-la na transversal, ou seja, a alça fica apoiada num ombro e a bolsa apoiada no quadril contralateral.
6. O peso da mochila vazia não deve ultrapassar um quilo.
7. Para colocar e tirar a mochila é importante a criança colocar uma alça, apoiar a mochila no quadril, e depois colocar a outra alça. Além disso, se a mochila estiver no chão, a criança deve agachar, aproximá-la ao máximo do corpo e levantá-la com as duas mãos.
Uma grande preocupação dos pediatras, ortopedistas e fisioterapeutas quanto à escolha equivocada das mochilas e uso inadequado são as consequências como, por exemplo, dores nas costas, dores de cabeça, pescoço, ombros, braços, cintura ou quadril, além de poder ocasionar desvios posturais como cifose (corcunda), hiperlordose (bumbum arrebitado), escoliose (desvio lateral da coluna).
Uma vez surgidos os sintomas, a criança deve ser levada ao profissional adequado, realizar uma avaliação e os tratamentos necessários. Normalmente, a Reeducação Postural (RPG) que engloba todas as orientações para a vida diária, resolverá.
Saúde em primeiro lugar!
Recebam todos meu abraço!
Eliana Tessitore