2 rodas, 2 meses Dalton Oliveira, granjeiro, aventureiro, profissão.

25/08/2011

Dalton Oliveira, granjeiro, aventureiro, profissão... viagem! Acaba de voltar de mais uma delas, na qual passou 60 dias pedalando pela Alemanha, Áustria, Suíça e República Tcheca, livre, leve e solto!

Em 2 horas de um papo gostoso, cheio de histórias e paisagens (mais que uma matéria, merecia um livro!), Dalton contou em primeira mão para o Site da Granja sua aventura inusitada pelas impecáveis ciclovias da Europa. Nunca foi ciclista, mas a idéia de explorar o mundo de bicicleta, para quem sempre trabalhou com turismo e já viajou de tudo quanto é jeito, não lhe pareceu nada impossível.

Decisão tomada, tratou de treinar na ciclovia de São Paulo e providenciar seu "bikefit", o ajuste ideal de sua bicicleta para seu físico, postura e velocidade estimada, para poupar ao máximo músculos e articulações. Depois, mergulhar na internet atrás dos mapas e informações necessárias para seu tour, o que não foi difícil, pois pedalar naquelas bandas é parte da cultura européia e a infraestrutura não podia ser melhor. Dalton indica consultar a Eurovelo, uma comunidade voltada exclusivamente para quem pedala pela Europa, com tudo o que o ciclista precisa saber para ser dar bem por lá. Isso feito, selecionar uma bagagem mínima, só o essencial e olhe lá! Espalhou tudo sobre uma mesa e aos poucos foi fazendo as eliminações, até chegar ao limite de 5kg. Dalton garantiu que tudo foi utilizado, menos um chip de celular, que passou muito bem sem! Equipou o seu aparelho com GPS e internet , o bastante para se manter conectado e bem informado.

E lá foi ele, com sua bike dobrável, começando sua long trip sobre duas rodas pela Suiça, onde já tinha alguns contatos, úteis e divertidos, que lhe deram muitas pistas e dicas importantes. Foram muitos e muitos quilômetros por ciclovias bem tratadas e sinalizadas, lindas e longas, por países e culturas maravilhosas. A língua alemã que Dalton domina também foi uma mão na roda pelo seu roteiro, menos na Rep. Tcheca, onde teve que falar... português!! Há uma comunidade de língua portuguesa por lá, o que caiu muito bem! Comer também não foi problema: pratos típicos, alguns muito bem vindos, outros nem tanto. E lá se foi a dieta deste diabético, que encarou muito bem as pequenas heresias do dia a dia além-mar!

Solidão? Nem um minuto sequer! As ciclovias são cheias de gente, sempre prontas para um papo e ajuda no que for preciso. Viajar sozinho é também um mergulho interior, com um exterior de encher os olhos e ventilar a alma. Dalton descreve a indescritível sensação de liberdade de descer ladeiras de bicicleta, cercado de beleza e sol por todos os lados - não dá para chamar de solidão o que trás tanta alegria de viver! Sem falar nas hospedarias acolhedoras, em pontos estratégicos, nenhuma delas com reservas antecipadas. E em todas elas, o calor de um sorriso amigo.

60 dias de puro prazer, bem estar e vontade de ficar mais um pouquinho! E um desejo enorme de que o Brasil seja abençoado com muitas e muitas ciclovias, para que essa prática altamente sustentável se torne um hábito, uma alternativa, um privilégio também da nossa cultura.

Maluh Duprat
Fotos: Dalton Oliveria

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