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Aguadouro Por Sílvia Rocha No último final de semana, tive o privilégio de assistir ao monólogo Aguadouro, escrito e interpretado pela granjeira Cristinane Velasco, dirigido por outro granjeiro, Ricardo Vieira (a "Fera" do espetáculo "A Bela e a Fera").

03/09/2009








Por Sílvia Rocha


No último final de semana, tive o privilégio de assistir ao monólogo Aguadouro, escrito e interpretado pela granjeira Cristinane Velasco, dirigido por outro granjeiro, Ricardo Vieira (a "Fera" do espetáculo "A Bela e a Fera"). As três apresentações foram um tremendo sucesso de público e de crítica e lotaram o Teatro Brincante, na Vila Madalena. Tanto que Cristiane e os organizadores do Brincante já estão acertando a agenda para novas apresentações do espetáculo. Temos a promessa da atriz que o Site da Granja saberá, em primeira mão, as datas das novas apresentações para podermos divulgar. Abaixo, uma entrevista com a atriz, ainda se refazendo de tantas emoções que emergiram com as apresentações de Aguadouro.

Antes da entrevista vou contar um pouquinho sobre Aguadouro: Através do universo feminino, o espetáculo revela as paisagens internas de um ser humano em transformação. A história, contada por cada uma das sete mulheres de AGUADOURO é, na verdade, a história de uma única mulher eternamente grávida de si mesma.

Você poderia nos contar como foi esta sua temporada no Brincante (28, 29 e 30 de agosto)?

"Nossa! Fiquei bastante feliz com esses três dias de apresentações! O teatro cheio, o Aguadouro começando a se concretizar no mundo."

Como foi ver seu trabalho concluído?

"Ainda estou com as "águas mexidas", foram praticamente cinco anos de processo, de gestação e agora, finalmente, o parto. É maravilhosa essa sensação de que, apesar de todas as dificuldades do percurso, eu pude vencer aquela voz sorrateira que várias vezes me cochichava: "Desista, você não vai conseguir realizar esse Aguadouro"."

E o que sentiu da receptividade da platéia?

"A platéia foi muito receptiva nos três dias de espetáculo. No primeiro dia, tínhamos combinado um bate papo depois da apresentação, porque o espetáculo fazia parte do projeto "Rodas no Brincante". Mas as pessoas ficaram tão emocionadas, tão para dentro, cada qual em seu mergulho, que quando a peça acabou, os próprios organizadores do evento, os "brincantes" Antônio Nóbrega, Rosane Almeida e a Maria Eugênia resolveram cancelar a conversa. Acharam melhor suspender a fala e preservar a atmosfera criada com o Aguadouro!

Quais são seus próximos planos e passos?

"Bem, quero muito continuar com o Aguadouro no Brincante, e apresentar o espetáculo também em outros espaços, amadurecendo muitos aspectos dele. E também penso em entrar em cartaz por um tempo, se for possível. Continuo batalhando a captação de recursos (o projeto está aprovado na Lei Rouanet, pela Cooperativa Paulista de Teatro) para fazer a edição do livro do monólogo, que foi ilustrado pelo Luiz Paulo Baravelli (artista plástico granjeiro, que ficou lindo! Para mim, é muito importante conseguir captar patrocínios para poder ter mais estrutura nas futuras apresentações e, principalmente, para pagar os parceiros que vêm me ajudando tanto."

Você pretende se apresentar na Granja?

"Pretendo sim, estamos estudando a possibilidade de fazer no UlaBiná e também na Casa Redonda, o centro de estudos onde trabalho, orientado pela Péo."

E o livro?

"O livro é um sonho antigo. Desde o início, o Aguadouro foi se revelando uma ponte para dois caminhos: de um lado, o monólogo e de outro, o livro. Então, mostrei o texto ao Baravelli, para quem havia trabalhado como modelo vivo, e ele me presenteou com as ilustrações e com essa idéia de fazer um "livro sanfona". É belíssima a idéia e tem tudo a ver com o texto, porque o "fio" dessas mulheres vai se mostrando aos poucos, conforme o livro vai sendo aberto... Acontece que essa idéia acabou ficando cara, pois o livro é muito artesanal e foi difícil encontrar uma editora interessada em sua publicação, até agora. Então, optamos pela Rouanet para tentar captar e realizar esse projeto. Como não queria abrir mão da idéia do livro nesse início, acabamos conseguindo fazer um único exemplar em uma papelaria artesanal, a Original Paper, e o Baravelli ilustrou o próprio. Então, as pessoas podem apreciar e manusear o livro antes e depois do espetáculo. Mas muita gente me pediu: "não tem para comprar?" Senti que as pessoas ficaram com vontade de ler o texto depois, com calma, em suas casas... Mas, como tudo, vai chegar a hora!"

Muitos se perguntam se o Ricardo Vieira (a Fera do musical A Bela e a Fera) continua sendo o seu diretor. O que você tem a dizer sobre ele? E sobre o trabalho com ele?

"Sim, o Ricardo é meu grande parceiro! Sem ele, o Aguadouro nunca teria saído de dentro de mim na forma como existe hoje. Infelizmente, ele não pôde assistir às apresentações, porque estava em cartaz.

Sou contadora de histórias tradicionais há dez anos e quando escrevi o Aguadouro, em 2004, senti grande necessidade de um olhar de fora. Não tenho formação como atriz, mas eu intuía que o Aguadouro deveria enveredar para uma espécie de teatro narrativo. Acontece que eu tinha medo de que esse olhar de fora invadisse e descaracterizasse um trabalho que era muito entranhado em mim.

Então, conheci o Ricardo em 2006, amigo de uma grande amiga em comum, a Giza, também granjeira. Fizemos algumas leituras e as perguntas dele me ajudaram muito a tomar consciência de coisas que nunca tinha parado para pensar a respeito das mulheres do texto. Ficamos dois anos sem nos ver e então nos reencontramos: a pessoa perfeita, na hora certa. Isto foi na primavera do ano passado. Ele vinha em casa uma preciosa tarde por semana e, com toda delicadeza, começou a tirar o Aguadouro da minha barriga. Devagarzinho, eu consegui me abrir para essa parceria. Sinto que falamos a mesma língua, ele enxergou tudo, e me fez acreditar que era capaz de fazer muito mais do que eu havia imaginado.

Quando ele chegou, eu já tinha texto, cenário, figurino (que realizei com o apoio inicial da Lílian Kogan e com a parceria da designer Adriana Yazbek), e as pessoas perguntam a ele exatamente o que foi que ele fez! Minha gente, ele foi tão invisível e, ao mesmo tempo, tão absolutamente presente! Ele me ajudou a ser eu mesma. Agradeço do fundo do meu Aguadouro!"

O que a moveu neste desafio de encenar sua peça?

"Foi uma questão de sobrevivência. Sobrevivência da Alma."

E o que sente ao apresentar um monólogo de sua própria autoria?

"Sinto que é isso que eu tenho que fazer, falar sobre aquilo que foi visceralmente vivenciado, aquilo que aconteceu dentro de mim. E, finalmente, compartilhar esse "íntimo universal"."

Sabe o que eu senti? Que você nos presenteou com um profundo "plurólogo"! Você pode comentar isto?

"Que bom! A idéia é essa mesmo, "essa ciranda não é minha só...", como diz a trilha, que foi gentilmente cedida pelo Quinteto da Paraíba.

Escrevi o Aguadouro em meio a uma febre que durou três dias. Entre mudanças bruscas de temperatura, eu senti necessidade de "rastrear" meus caderninhos de escritos guardados em maletas, coisas que escrevi desde 12, 13 anos de idade. Fui pinçando aquilo que poderia ser transformado em literatura, aquilo que poderia se tornar coletivo. Quando a febre cedeu, eu estava diante de um compilado de histórias avulsas que, aos poucos, foram se revelando partes de uma única história. Todas as mulheres de Aguadouro são, na verdade, uma mesma mulher eternamente grávida de si mesma, pertencem a uma mesma ciranda..."

Seus alunos da Casa Redonda acompanham a sua carreira artística? Vi que inúmeros pais de seus alunos foram lhe prestigiar no sábado, na apresentação do dia 29 de agosto, à qual assisti.

"Sim, e dessa vez ficaram bravos comigo porque o espetáculo é para adultos: "como assim? A gente não pode ir?" Quem sabe, não faço um "Aguadoirinho" mais pra frente... As crianças são fundamentais para o meu processo artístico. Tudo o que procuro reunir, elas já são por natureza. Conto muitas histórias na Casa Redonda e no tempo de um piscar de olhos, as histórias já se transformam em histórias brincadas, como costumo chamar esses teatros da primeira infância, histórias ao mesmo tempo contadas e vivenciadas com o corpo inteiro! O mergulho no universo da Infância está diretamente ligado ao meu mergulho no Aguadouro..."

Para você continuar na sua trajetória artística, como nós, granjeiros, poderíamos lhe ajudar e apoiar?

"Já estão me ajudando com essa oportunidade! Agora é o boca a boca e, quem sabe, não surjam possíveis patrocinadores, não é?

E qual é o seu recado para os seus "conterrâneos" granjeiros?

"Agradeço muito o apoio de tantos amigos, amigos de amigos, amigos de amigos de amigos..."


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