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Cotia é o município com menor representatividade política de mulheres no Estado de São Paulo

28/02/2024


Por Ana Alcantara


Apesar de serem maioria da população e 52% do eleitorado brasileiro, as mulheres representam apenas 15% de parlamentares, 11% de ministros, e só ocuparam o cargo de chefe de Estado uma vez. Com essas estatísticas, a posição do Brasil – 108º entre 155 países – no índice de Empoderamento Político do Relatório Global de Desigualdade de Gênero não surpreende. Na América Latina, o país está à frente apenas de Belize e Haiti.

Cotia é o município com pior representatividade feminina em todo o estado e o 18º do Brasil, conforme os dados do TSE de 2020 que mediu municípios que não elegem mulheres nem no executivo e nem no legislativo, desde 2020.  

A última vez que tivemos mulheres vereadoras foi em 1982: Gilda Pompeia (PMDB) e Sonya Gaioto (PT). Passaram-se 42 anos e nunca mais uma representante feminina foi eleita em nossa cidade de 273.640 habitantes, conforme Censo 2022 .

”Não consigo entender por que Cotia não consegue eleger mulheres. Há sempre boas candidatas. Sempre voto em mulher. Nunca consegui eleger nenhuma. A população é muito pouco politizada. Falta uma educação de melhor qualidade. Faltam atividades culturais…”, declara Gilda Pompéia, que na década de 80 participava do Grupo Sol, movimento jovem, em plena ditadura militar, que agitava o bairro com passeios a pé, bicicleta, shows de música. “Esse grupo ajudou na minha eleição. Foram bem atuantes na luta contra a ZUPI (Zonas de Uso predominantemente  Industrial), mas depois se dissolveu. Faltam lideranças, espaços de convivência. Cotia é muito esparramada.”

Foi a educadora, filósofa e ex-vereadora Gilda Pompéia que trouxe a comemoração do Dia Internacional da Mulher para nossa cidade em 83. “Foi um ato simples, na Câmara de vereadores. Ninguém sabia que existia esse dia. Fiz um discurso resgatando a história da data. Como se fosse uma aulinha de História.” lembra Gilda, que é a caçula de 13 irmãos e cumpriu seu primeiro e único mandato na década de 80. 

Alguns motivos afastam as mulheres da política institucional. Segundo a professora Beatriz Sanchez, do departamento de Ciências Políticas da Universidade de São Paulo (USP), a ausência de mulheres em cargos no Legislativo e Executivo estadual representa um problema estrutural para o desenvolvimento de políticas públicas, além de ser um “déficit democrático”. Conforme Beatriz, o machismo institucional em partidos políticos, a falta de financiamento para candidaturas femininas, a divisão desigual do trabalho doméstico e a violência política de gênero são os causadores da falta de representatividade política das mulheres.

A violência política é um obstáculo evidente à participação das mulheres. No Brasil, 81% das parlamentares no Congresso e 75% das candidatas a prefeita em 2020 sofreram algum tipo de violência de gênero. Com Gilda e Sônia não foi diferente “Tínhamos nossas  falas cortadas por todos. Nunca fui assediada sexualmente na Câmara, mas meu namorado ficava na tribuna gesticulando pra mim e provocando os outros”. Ela conta também que o namorado ficava na tribuna nas sessões onde não podia ( e continua não podendo) se manifestar. “ Ao término da sessão vieram uns capangas e deram uma surra nele”, relata a ex-vereadora em live com o movimento MulherAção Cotia. Nessa mesma live, Gilda também se disse testemunha na época de corrupção deslavada na Câmara: “Nunca me ofereceram dinheiro, pois sabiam do meu ativismo, mas vi assessores de prefeito chegando com mala de dinheiro para distribuir.” 

Medidas são tomadas desde 1995 para melhorar a representatividade da mulher. A adoção de cotas para candidaturas femininas exige um mínimo de 30% de mulheres candidatas nas chapas e a Emenda Constitucional 111(setembro de 2021), determinou a contagem em dobro dos votos dados a mulheres e pessoas negras no cálculo da distribuição dos recursos dos fundos partidário e eleitoral nas eleições. A medida vale a partir deste ano até 2030.


Vale saber:


O sanitário feminino só foi colocado no Senado Federal do Brasil  em 2016.


Um estudo publicado em 2022 no "Journal of Economic Behavior & Organization" apontou que a corrupção é menor onde mulheres participam em maior número no governo. A análise foi feita em mais de 150 países, entre eles o Brasil. 


Áreas com menor desenvolvimento socioeconômico, elegem menos mulheres. 


As primeiras manifestações a favor do voto feminino datam da época da Revolução Francesa, mas o movimento sufragista só ganhou corpo nos séculos 19 e 20. A Nova Zelândia foi o primeiro país do mundo a permitir que as mulheres votassem, em 1893.


Mulheres começaram a votar em 1932.


A lei federal 9.504/97 determina que exista pelo menos um candidato de um gênero para cada dois candidatos do outro gênero nas eleições proporcionais. 

No Brasil , uma em cada 8 candidatas não receberam nenhum voto em 2016.


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