29/09/2021
Entre 2015 e 2020, a cidade de Cotia perdeu 29,89 hectares de Mata Atlântica e figura na 154ª posição no ranking do desmatamento entre 3.429 municípios brasileiros que ainda possuem remanescentes dessa Mata. Em contrapartida, é também a cidade que possui o maior percentual de mata nativa na região. Os dados fazem parte do Atlas da Mata Atlântica, documento divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, unidade vinculada ao Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (INPE/MCTI).
Embu das Artes e Itapevi vêm na sequência, respectivamente em 195ª e 282ª posições.
Osasco, Barueri, Jandira, Carapicuíba e Vargem Grande Paulista aparecem com desmatamento zero neste período, no entanto, possuem minúsculas áreas com Mata Atlântica em seus territórios, conforme tabela abaixo.
A Mata Atlântica é a casa da maioria dos brasileiros. Nela vivem mais de 145 milhões de pessoas distribuídas em 3.429 munícipios. Mas não é só! As florestas são a morada de centenas de outras espécies animais, além de garantir água e ar limpos. São também importantes para a saúde do solo, para o lazer e para a economia.
Com 13.325 hectares de Mata Atlântica, o que corresponde a 17 mil campos de futebol, a cidade de Cotia possui 41,13% da mata original e 6 hectares de vegetação de várzea, segundo o documento da S.O.S. Mata Atlântica. A maioria da mata nativa de Cotia está na Reserva Florestal do Morro Grande em Caucaia do Alto. Osasco e Carapicuíba são as cidades com menor percentual de mata original.
De acordo com o documento, 2012 e 2020 foram os anos em que o desmatamento foi mais evidente, sendo 18 e 21 hectares respectivamente.
A perda da Mata Atlântica vem se intensificando em todo o Brasil. De acordo com o Estudo, entre 2019 e 2020, foi maior em 10 dos 17 estados que compreendem o bioma: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo. Nos quatro últimos (RJ, MS, SP e ES), o aumento foi de mais de 100% em relação ao período anterior – sendo que em São Paulo e no Espírito Santo este ultrapassou 400%.
A manutenção do alto patamar de perda da vegetação nativa, com o crescimento do desmatamento em diversos estados, ameaça intensamente o bioma e reforça a necessidade de ações de preservação e restauração florestal.
Para Luís Fernando Guedes Pinto, diretor de Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, o principal problema é a falta de fiscalização: “Os governos precisam fazer valer a Lei da Mata Atlântica, que não permite a conversão de áreas florestais avançadas, e garantir o desmatamento ilegal zero por meio do combate às derrubadas não autorizadas”, explica.
Em Cotia, outros problemas que têm afetado a proteção são as invasões de áreas e venda ilegal de lotes em áreas de preservação. Na segunda-feira (27), o prefeito Rogério Franco (PSD), durante participação no programa semanal do deputado federal Alexandre Frota, morador da Granja Viana, foi questionado sobre o que tem feito para inibir as invasões de áreas e disse que intensificou a fiscalização com mais rondas da Guarda Civil Ambiental e que adotou o monitoramento com o uso de drones.
Veja detalhes sobre as cidades AQUI
Ranking Desmatamento - 2005 - 2020
Cidade | Ranking | Desmatamento / ha | Total Mata Atlântica / ha | Mata Atlântica original % |
Cotia | 154o | 29,89 | 13.325 | 41,13 |
Embu das Artes | 195o | 15,62 | 1.001 | 14,22 |
Itapevi | 282o | 0 | 75 | 22,90 |
Barueri | 1387o | 0 | 476 | 07,24 |
Jandira | 1566o | 0 | 61 | 03,52 |
Osasco | 1661o | 0 | 161 | 02,47 |
Vargem Grande Paulista | 1887o | 0 | 378 | 08,89 |