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Criança com deficiência auditiva é humilhada durante concerto na Sala São Paulo

07/04/2022


No Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, ocorrido no último dia 2,  Viviani Castro, moradora da Granja Viana,  pretendia realizar o sonho de seu filho H., de apenas 7 anos, que era assistir um concerto na Sala São Paulo. H. é amante de música, deficiente auditivo e faz uso de implante coclear, e tem suspeita leve de autismo, ainda em fase de diagnóstico. 

Mas o que seria a realização de um sonho, tornou-se um pesadelo para Viviane e seu filho, que foi humilhado e vítima de preconceito durante a apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, na Sala São Paulo, sob regência do Maestro Carlos Miguel Prieto, que tinha como solista o trompetista Pacho Flores. 

“Ao entrar na sala, nos sentamos no Camarote Superior do terceiro andar do Teatro. Durante a apresentação, H., em alguns momentos, demonstrava estar em êxtase. E claro, ao seu modo, batendo palmas e murmurando. Em um determinado momento de pura emoção, o próprio solista inseriu na cadência do concerto uma melodia de ninar para meu filho e, ao final, lhe mandou um beijo”, relembra Vivi. 

“No entanto, durante o intervalo, um músico da orquestra, que ainda não conseguimos identificar, subiu os três andares e foi até o Camarote Superior onde estávamos, abriu a porta e começou a gesticular como se exigisse que eu tomasse uma “providência” sobre meu filho. 

Pouco depois, pude ouvir quando um senhor identificado como assinante da Osesp, mesmo tento sido informado que meu filho é uma criança com deficiência, começou a gritar da plateia, questionando: “Alguém vai calar a boca desse menino?" Em alto e bom som, ele dizia atrocidades, como “onde está esse monstrengo?” e “Parece que não é só ele que é débil mental aqui”, relatou a mãe do garoto em carta ao Site da Granja e também em suas redes sociais. 

Segundo Vivi, o homem, completamente alterado, chegou a puxar uma das funcionárias pelo braço. Trata-se de um professor de matemática aposentado da Unesp que já teria protagonizado outros episódios envolvendo humilhação de pessoas. 

“Ali de cima, coberta em lágrimas, ainda pude ver que outras pessoas esbravejavam, gesticulando para que meu filho se calasse. Não bastasse a dor, diária, da luta contra a discriminação, me senti humilhada, ofendida e acuada. 

Não conseguia segurar as lágrimas de desespero com a situação, sozinha e com medo.”

A mulher conta que recebeu apoio de Fábio Gusman, procurador judicial civil da Universidade de São Paulo (USP), que também estava na plateia, testemunhou a cena e ofereceu auxílio para a realização do boletim de ocorrência. “Tentei acalmá-la e confortá-la depois do desespero que passou”, relatou. 

Procurada, a Fundação Osesp lamentou o ocorrido e disse que o episódio segue “sendo cautelosamente analisado”.  

“Descontentamentos podem ter ocorrido e, nesses casos, desde já nos colocamos à disposição para ressarcimento do valor dos ingressos daqueles que se sentiram lesados com o acontecimento.

Sabemos das demandas dos diversos públicos, mas em nenhuma hipótese nos afastaremos de nosso ideal de que a arte é um caminho para uma maior compreensão das diferenças. Se houve dissenso entre pessoas durante o evento é porque ele existe na sociedade de forma mais ampla. Nosso papel como instituição pública é prover entretenimento através da música, mas também provocar uma reflexão sobre as questões atuais.

Temos a crença inabalável na música clássica como ferramenta potente para o desenvolvimento do indivíduo. A oferta de programas de excelência artística, em uma sala de concertos reconhecida por suas qualidades acústicas e arquitetônicas, não é um fim em si mesmo, mas uma maneira de expressar nossos mais profundos valores humanistas, de entendimento e de tolerância. Assim, chegamos à premissa de que os concertos devem ser inclusivos e acessíveis a todos os cidadãos.

 O episódio de sábado segue sendo cautelosamente analisado. Estamos sempre atentos no que diz respeito à implementação de providências que possam aprimorar e tornar mais efetivos os protocolos de acolhida para os diversos públicos que frequentam a casa.

 Informamos, ainda, que a Fundação Osesp há tempos promove uma série significativa de apresentações com recursos de acessibilidade e facilidades para pessoas com necessidades específicas. Prestamos apoio a todos os casos de situações particulares, sempre trazendo informações qualificadas. E confiamos no julgamento dos responsáveis sobre a melhor forma de fruição cultural de seus familiares. Seja nesses eventos específicos dentro da Temporada de Concertos Acessíveis, seja durante os demais eventos do ano, todos sempre serão bem-vindos na Sala São Paulo”. 


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