27/03/2013
Imagine ver em uma sala de aula de educação infantil cães, coelhos, pintinhos, pássaros, hamsters, porquinhos da Índia, tartarugas, minhocas, peixes e outros bichos. Além das crianças, é claro. Essa interação entre pessoas e animais acontece na escola infantil Fraldinhas & Cia, na Granja Viana. São crianças entre dois e seis anos de idade, que observam, brincam e tocam esses animais como parte de uma atividade pedagógica. O contato com os bichos é considerado uma ferramenta de apoio para evidenciar habilidades e modificar comportamentos em grupos infantis.
Promovido pela pedagoda Carol Haddad, o programa integra a grade de atividades da escola e vem encantando pais e alunos. "A aceitação é total. A escola me dá todo apoio e suporte necessário. Os pais adoram a proposta, pois, no dia a dia, percebem a evolução dos filhos, que aprendem com mais facilidade e de forma alegre e diferenciada".
Segundo a especialista, essa interação com os animais no contexto escolar representa um fator de motivação significativo para a aprendizagem das crianças. Isso porque, a partir do momento em que elas entram em contato com o animal, passam a conhecer mais sobre ele, seus hábitos, alimentação e comportamentos. Com isso aprende a respeitar outras formas de vida, que têm suas próprias necessidades. "Geralmente, elas curtem muito o contato com os animais. O que faço é deixar esse relacionamento ainda mais agradável trazendo até a criança momentos intensos de alegria e aprendizado", diz Carol. As atividades, conforme explica a pedagoga, variam em função de muitos aspectos como, por exemplo, idade das crianças e espaço disponível. "A Fraldinhas&Cia abraçou esse projeto, dando todo o suporte", diz Carol Para ela, essa interação deveria fazer parte da grade pedagógica de todas as escolas.
A criança ganha. A educação ganha
O animal torna-se para a criança o elo entre a vivência pessoal e a aprendizagem, fortalecendo a autoconfiança e, ao mesmo tempo, ampliando sua socialização. À medida que isso acontece, os pequenos têm sua capacidade de comunicação favorecida, uma vez que podem expressar suas vivências pessoais em conjunto com a experiência do contato com os animais. A proposta recebeu o apelito de "petdagogia", uma mistura entre as palavras pet e pedagogia
Para utilizar esses bichinhos, não basta encontrar um que pareça ideal, ele precisa passar por um processo de aprendizagem. "Na petdagogia utilizo animais que são analisados por um longo período. Animais que apresentem qualquer dúvida em relação ao comportamento são descartados da atividade", alerta Carol. "Quando tratamos de crianças e de animais, todo cuidado é necessário. Afinal, uma das propostas da atividade é conscientizar os pequenos de que os bichinhos precisam de carinho e proteção tanto quanto as crianças. Cada aula trabalho uma atividade nova, na qual os alunos aprendem a respeitar os animais, Mostro que eles sentem dor, fome, medo e que precisam de cuidados assim como as pessoas". Vale ressaltar que todo animal utilizado durante as aulas são devidamente vacinados, vermífugados, saudáveis e "muito amados", enfatiza a pedagoga.
"Amo os animais e sempre me interessei pelo aspecto comportamental deles. Ter uma experiência de convívio com varias espécies é fundamental para que se possa ser esse elo entre eles e as crianças", conta Carol, que há 16 anos tem um canil em sua casa. "O segredo para o sucesso deste programa está no "amor ao que faz, na vivência pedagógica e convivência com os animais e, sempre, com uma dose de criatividade", finaliza.
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Por Layla Marques