 Concurso de drinks |
Paraty é daquelas cidades litorâneas que não precisa de verão ou altas temperaturas para ser visitada. Apesar de um litoral recortado e repleto de ilhas a serem visitadas, seu maior patrimônio é o acervo arquitetônico.
Mas Paraty também representa eventos diferenciados. No próximo final de semana, a cidade realiza o XXVIII Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty, com a participação de todos os alambiques da Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Paraty. O evento acontece desde 1983 e é junto com a Flip (Festival de Literatura de Paraty), um dos principais do calendário.
Este ano os preparativos da festa contaram com um concurso de drinks, com receitas feitas a partir das cachaças de Paraty. Além da tenda armada no Centro Histórico, os alambiques receberão os turistas nos engenhos, onde se pode assistir o processo de produção e claro, degustar os produtos.
Recentemente a Associação que representa os produtores recebeu uma Indicação Geográfica do Ministério da Agricultura. Isto na prática significa uma nova etapa na história e desenvolvimento da produção da já consagrada bebida no município.
Mas nem só de beber vive Paraty. A cidade já é reconhecida como reduto gastronômico e recentemente alguns restaurantes iniciaram projeto de gastronomia sustentável. O projeto prevê a compra de alimentos das famílias que vivem da pequena produção familiar da região, guardam o defeso do camarão (período sem pesca) e desenham o cardápio de acordo com a disponibilidade de produtos localmente.
Conheça algumas das cachaçarias de Paraty.
Pedra BrancaA mais nova das cacharias de Paraty, já prima pela sustentabilidade na operação, com produção, além de cachaças, de melado utilizado em receitas locais e álcool etanol, que abastece os veículos da fazenda. O bagaço da cana é usado na caldeira ou como fertilizante e o vinhoto (sobras do processo) é gradativamente reinserido ao solo.
Nesta propriedade foram realizados os testes e plantios de espécies junto com a UFRJ e que proporcionam maiores índices de produtividade e qualidade do produto.
Engenho D"OuroUm dos mais antigos em operação, fabrica, além de cachaças, licores à base da bebida e doces. O engenho fica situado na Antiga Estrada Real, ainda é movido á roda d"agua, como nos primórdios da história dos engenhos em Paraty.
Uma das cachaças mais populares é a Azuladinha, feita com a mistura de folhas de tangerina durante a destilação.
Esta cacharia produz toda a cana utilizada de forma orgânica e combate pragas de forma natural, sem agrotóxicos. A Cotésia (espécie de mosca) é utilizada no combate da Broca de Cana, uma das pragas mais comuns em plantações de cana-de-açúcar.
CoqueiroPertencente à família do presidente da Associação dos Produtores (Eduardo Mello), é uma das cachaçarias pioneiras da região, aliás do Brasil. As primeiras doses produzidas pelo Comendador Alferes Domingos Feliciano Correa (bisavô de Eduardo) datam do século retrasado.
A Coqueiro utiliza cana fresca (do corte até moer, em menos de 24 horas) para diminuir a acidez da cachaça. A Branquinha é mantida por até 6 meses em tonéis de amendoim e a Ouro chega a 3 anos em barris de carvalho.
Este alambique desenvolveu uma nova linha de cachaças de sabor mais adocicado e palatável, principalmente às mulheres.
Maria IzabelA própria Maria Izabel administra e produz as cachaças que levam seu nome, que são consideradas pelo ranking da Playboy como uma das melhores. A produção é limitada e o seu diferencial fica por conta da receita própria do fermento utilizado, além do visível toque feminino.
A cachaçaria é a única à beira mar, tem uma rede esticada em frente do alambique para deitar-se enquanto espera o processo de produção e paredes pintadas como em uma varanda.
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OlharTurístico.
Fotos: Juliana Bruder / Olhar Turístico
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