30/10/2014
Criminosos se aproveitam da invasão do MTST, em terreno na Granja Viana, ocorrida em 26/09/2014, e passam a gerar terror nos moradores, em diversos residenciais próximos à área invadida. Neste último final de semana, apenas da Chácara São João, mais de trinta boletins de ocorrência foram registrados.
“Fomos abordados por um homem armado e muito drogado, que roubou tudo o que estava em nosso poder, e de outro casal que havia parado para pedir informações sobre a invasão, e fugiu, levando o nosso veículo”. (Cezar, morador da Chácara São João).
Diversos moradores narram muitos tipos de delitos, que vão do roubo das quatro rodas de um veículo estacionado na rua à invasão de domicílios, roubos menores, até intimidações físicas com facões e foices empunhadas.
Algumas situações se aproximaram do extremo, a ponto de os seguranças do Condomínio Palos Verdes dispararem tiros para o alto, diversas vezes, a fim de evitar que o residencial fosse invadido por criminosos oportunistas. O tráfico e consumo de drogas ocorre em plena luz do dia nas imediações da área invadida, o que pode justificar a explosão de seqüestros-relâmpagos em curso no eixo da Avenida São Camilo.
“Fomos acusados de ter erguido um muro contra os invasores, mas na verdade esse muro com portão já existe há vários anos, próximo ao riacho que foi assoreado nos fundos do nosso residencial. Lá não existe rua, mas apenas um aterro ilegal que bloqueou o riacho. E por não ser rua oficializada, a polícia não vai até lá, e cansados de tantas invasões às residências, decidiu-se por colocar o portão”, afirma André Marques, morador da Chácara São João.
Quando o pessoal do MTST chegou e viu o portão, tentaram arrancá-lo, o que gerou confusão, embora seja desejo da comunidade a convivência pacífica com as comunidades lindeiras, excluída evidentemente qualquer flexibilidade com os oportunistas que aproveitam para instaurar um ambiente insalubre e pouco cidadão nas diversas demonstrações criminosas.
Outro ponto capital dessa ocorrência, é a devastação ambiental que está em curso, por parte daqueles que não têm a dimensão política e nem estão envolvidos diretamente com a ação do MTST. Nosso horizonte foi drasticamente modificado, com corte de vegetação e queimadas recorrentes, o que compromete de forma irrecuperável o pedacinho de bioma que existe naquele local.
“É definitivamente perceptível como a fauna aérea, antes tão intensa e presente, foi deslocada daquele pedaço de ambiente que havia antes da invasão. Papagaios fazem suas formações de casais exatamente ali naquelas árvores, além dos gaviões que desapareceram, bem como diversas espécies de aves que, de um dia para o outro, simplesmente diminuíram em proporção alarmante. Sem falar no riozinho que corre paralelo à Travessa São Luiz, que foi violentamente assoreado e cortado por aterro, logo após o portão arrancado. E essa perda atinge o direito da natureza, dessa nossa geração e das gerações futuras, pois não se imagina como o meio ambiente equilibrado e protegido é a maior garantia de qualidade de vida para todas as comunidades, sem exceção”, argumenta Victor Rebouças, morador da Chácara São João.
A Chácara São João tem sido um dos residenciais mais negligenciados pelo poder público, em todos os sentidos, que vão da iluminação elétrica, falta de rede de esgoto, fornecimento de água, mas principalmente pela absoluta falta de segurança, razão pela qual, algumas das piores ocorrências policiais, tiveram lugar em seus domínios, como foi o caso extremo há poucos meses, quando três bandidos foram mortos no interior da casa do líder do grupo Trio Los Angeles, depois de torturarem a família por horas seguidas.
“Há anos pedimos autorização da Prefeitura de Carapicuíba para algumas melhorias que certamente trariam inúmeras vantagens para a coletividade como também para as contas do poder público. Tanto a ligação do muro nos fundos do residencial, no final da Rua Ouro Preto, como o fechamento da Rua Porto Rico e da viela atrás do Palos Verdes, geraria um impacto nas diversas rotas de fuga pelas quais os delinquentes se utilizam diariamente. Sem ter por onde fugir, os meliantes deixariam de gerar tantos impactos na comunidade local, alterando suas condutas e evitando tanto trabalho para a polícia diante dessa rota do crime, de difícil solução”, acrescenta André Marques.
Por incrível que pareça, e bem ao contrário do que certas vozes desinformadas propagam a respeito dos moradores da Chácara São João, somos uma comunidade absolutamente solidária às causas sociais, em seus mais diversos níveis, quando diversos moradores participam, ou são co-criadores de projetos sociais de grande importância. Como o presidente da associação dos moradores da Chácara São João, Victor Rebouças, que preocupado em mobilizar as comunidades próximas pelo resgate de suas dignidades e cidadanias, inspirou em conjunto com a Oscip Conexão, de Carapicuíba, um importante projeto social, que transformou a realidade do Jardim Tonato e Jardim Ana Estela, com o Projeto Barraco Cor, onde atuou diariamente de 2006 até 2010, e que pode ser conhecido através do Google. Projeto esse que atraiu os olhares da ONU, através do seu ativo da UNV (United Nations Volunteers), que participou da implantação do projeto e o incluiu no círculo das atividades pelas Oito Metas do Milênio da ONU.
“Nós, moradores da Chácara São João, não temos objeção alguma aos movimentos populares e cidadãos, como as iniciativas do próprio MTST, e participamos com alegria dessas conquistas legais, pela evolução dos quadros sociais, bem como a diminuição dos índices alarmantes de subdesenvolvimento, que nos mantêm aqui em Carapicuíba como um dos mais baixos IDH’s (Índice de Desenvolvimento Humano – ONU), entre todos os municípios do Estado de São Paulo. Mas os nossos esforços serão sempre na direção das conquistas que respeitem as normas constitucionais, bem como possam efetivamente somar as visões e conhecimentos, dos diversos atores envolvidos nesses processos, pela melhor e mais harmonizada aplicação das transformações sociais. Cidadãos serão sempre bem vindos entre nós, contraventores não!”, completam em uníssono André Marques e Victor Rebouças.
Nossa comunidade está planejada para executar uma série de boas ações ambientais, de forma que a qualidade de vida existente por aqui nos anos dourados até a virada do milênio, possa ser reconquistada e protegida para o proveito imediato de todos, bem como para as futuras gerações.
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Aos cuidados de Edson Torti