14/09/2011
Estava em Tiradentes na última quinta feira, 8/9, quando recebi a triste notícia da morte de Afonso. O resto da viagem foi tomado por lembranças do seu sorriso, seus gestos, seus quadros.
A cada galeria visitada, que não são poucas em Tiradentes, pensava em como ele deve ter adorado esta cidadezinha, comunidade que lembra a Granja antiga, dos tempos em que nos encontrávamos nas reuniões do Granja Viva , ou para um papo no café-galeria da Lúcia, hoje Zé Felix.
O Café da Lúcia, ganhou exposições de Fonthor, sempre festejado pelos amigos e por artistas. Naquela época, 2003, Afonso gostava de discutir política. Era um homem de opinião, defendia um Brasil melhor, apesar de sua descrença diante da corrupção já reinante. Nascia assim a primeira Coluna do Site da Granja: "Opinião por Afonso de Luca".
A coluna ficou no ar por mais de ano, quando de Luca passou a viajar para expor em diversos países. Quando voltava ao Brasil, repartia seu tempo entre o ateliê em sua casa, em meio ao verde da Fazendinha, e exposições que prestigiávamos com o maior prazer. Era sempre uma festa estar ao lado do Afonso e acompanhar seu lindo trabalho, como descreveu artista Sheila Natchigall na cobertura de sua exposição Mulheres de Cartola, na galeria Monica Filgueiras. "Telas grandes, intensas, com técnicas como fotografia, colagem, assemblage e pintura, que obrigam o olhar a procurar detalhes e particularidades que só você vê. Irônico, sensual, andrógino. Vale a pena ver esse trabalho!"
Afonso viveu intensamente, deixou uma filha linda, Mariana, sua companheira Silvana e amigos, muitos amigos, que sentirão muito a sua falta.
Afonso de Luca, que adotou o nome artístico de Fonthor, nasceu em São Paulo em 1954. Começou a pintar em 1964. Em 1969, viajou para a Europa, onde passou alguns anos. Artista premiado no Brasil e no exterior.
A missa de 7º dia será nesta quarta-feira, 14/09, às 19h30, na Igreja de São Pedro e São Paulo - Rua Circular do Bosque, 31, Cidade Jardim, em São Paulo.
Thereza Franco
Fotos:Ligia Vargas