02/03/2023
E no mês das mulheres, o Site da Granja inicia a série “Mulheres Incríveis”. Todas são da região, todas atuam por um mundo melhor, todas são inspiradoras!
Começamos com a advogada dra. Silvia Cursino. Literalmente, Justiceira, por ser líder jurídica do Justiceiras, movimento nacional que desde 2020 já atendeu mais de 13 mil mulheres em 28 paises, somando 11 mil voluntárias que dão orientação jurídica, psicológica, socioassistencial, médica , rede de apoio e acolhimento gratuito e on-line para mulheres vítimas de violência.
Silvia Regina dos Santos é uma mulher branca cys, 46 anos, mãe solo de uma menina de 18. Advoga desde 2013, já atendeu mais de 1000 mulheres neste 10 anos de trajetória no meio jurídico. Boa parte delas de forma voluntária. Ela é palestrante, advogada especialista na defesa de vítimas de Violência Doméstica e Abuso Sexual Infantil, Familiarista, Presidente em duas comissões na OAB Cotia (Combate à Violência Doméstica e Familiar contra Mulher e da Mulher Advogada), ativista no movimento @MulherAçãoCotia, Co-criadora da Lei do Apadrinhamento Afetivo Cotia 2016, Conselheira Municipal da Mulher Cotia e figura presente na grande mídia nacional por ser referência de atendimento a favor das mulheres vulneráveis.
1) Você vê avanços jurídicos a favor da mulher no Brasil? O que dá para celebrar?
Silvia: Ainda que poucos, temos motivos para celebrar, mesmo diante das desigualdades entre salários, entre oportunidades, hoje somos 52% da população e mães dos outros 48%. Representamos a maioria da população, temos mulheres na chefia de altos postos de poder, onde há uma mostra significativa do desempenho da mulher que precisa mostrar todos os dias o seu crescimento e desenvolvimento.
Podemos celebrar ganhos vitoriosos como a crescente participação da mulher na política, por exemplo. Este é só o começo.
2) Quais são os desafios do Conselho da Mulher e da OAB na cidade?
Fazer com que se deem as mãos os órgãos mais importantes da cidade, no caso OAB, Ministério Público e Prefeitura, para assim desenvolvermos juntos, sem política partidária, um projeto em defesa, apoio, cuidado, para todas as mulheres e pelas crianças vítimas de abusos (não só sexuais), mas violência psicológica e alienação parental.
3) Qual o panorama para políticas públicas femininas em Cotia?
Infelizmente na área da mulher, até mesmo verbas que vêm para o município, retornam porque não há implementação de projetos sociais, não há alianças com as iniciativas a fim de que mulheres possam ser assistidas integralmente e por meio dos órgãos públicos, possam ser ajudadas, acolhidas, orientadas e capacitadas.
Acontecem eventos, ações que atendem poucas pessoas. Estou à frente de um dos órgãos que mais pede medidas protetivas, e posso falar bem que as vítimas sofrem sem nenhum respaldo do poder público. Temos duas leis propostas por um vereador que trata sobre o atendimento psicológico para vítimas de violência doméstica e outra recente que indica a não contratação de homens processados pela lei Maria da Penha pelo Poder Público. As leis são ótimas, tem um monte delas, só que não são cumpridas nem efetivadas. infelizmente o município não tem psicólogos suficientes pra atender a população geral, imagine as vítimas de violência que precisam ser atendidas com acolhimento e sem julgamento?
4) Qual um sonho?
Trabalho em rede em Cotia.