19/07/2023
A boneca mais vendida do mundo estreia longa metragem que não é para crianças e ganha reportagem de colecionadora na Granja Viana
Por Ana Alcantara
Dia 20 de julho estreia no Brasil o filme Barbie, com classificação etária para maiores de 12 anos. A personagem tem crises de identidade, causa na cidade e é expulsa da Barbielândia, desbravando o mundo das pessoas ditas “normais” junto com sua turma. O longa metragem tem diálogos adultos, dilemas sociais e acompanha a jornada das mulheres do século 21 com seus questionamentos e comportamentos condizentes com os dias de hoje.
A boneca mais vendida no mundo (120 milhões de exemplares por ano), nasceu em 1960 trazendo a novidade de uma boneca adulta para crianças, já que antes disso as crianças só tinham bonecas que representavam bebês e criancinhas. Em 1982 a Barbie é lançada no Brasil deixando a Susie da época empoeirar nas prateleiras.
Foi assim que Barbie construiu o imaginário da mulher bela, rica, com canelas finas, loira, cabeluda, com muitos amigos, namorado perfeito e sempre na moda. Este padrão questionável não tira o brilho da boneca que sempre refletiu o comportamento de uma época nas últimas 4 décadas, acompanhando tendências, atitudes, acessórios e estilo de vida. Por volta do ano 2000 a Mattel, fabricante deste sucesso, deu um passo gigante em direção à diversidade, apresentando desde então modelos com figurinos de todos os países, réplicas de mulheres inspiradoras com inúmeras cores de pele e tipos de cabelos, bonecas com perna mecânica, transgênero, com vitiligo, albinismo, plussize e até Barbie com aparelho auditivo.
Encantada com a beleza deste universo repleto de detalhes e diferenças de cada uma delas, Rita Augusta de 72 anos passou a colecionar exemplares e ao longo de quase 20 anos, reúne mais de 100 bonecas e bonecos deste ícone da cultura contemporânea. “Um dia estava muito chateada, fomos a um Shopping em Santa Cecília e eu precisava comprar alguma coisa para suprir minha necessidade de consumir algo, comprei a minha primeira Barbie e desde então nunca mais parei”.
As bonecas colecionáveis são raras de serem encontradas em lojas no Brasil, e é preciso contatos com importadores específicos e confiáveis para se adquirir os "brinquedos", que chegam a custar 5 mil dólares. “Antes eu comprava as que eu achava bonitinhas. Depois fui vendo que o universo é muito grande. Hoje selecionei minha coleção para Barbies que representam pessoas que existem ou existiram.” No mundo de Barbie da Rita você se encontra com Frida Kahlo, Iris Apfel, Barbara Streicher, Elvis Presley, Rainha Elisabeth, entre outras celebridades. “Quando você começa a perceber que eles se preocupam com minúcias étnicas, como altura e formato dos olhos, para se tornar mais fidedigna possível, é um negócio de tirar o chapéu”, relata Rita, com brilho de criança nos olhos.
Colecionadores nem tiram as bonecas das caixas, pois elas valem mais e são melhor conservadas quando lacradas. Para comercializar é usada a sigla NFRB (never removed from de box- Nunca removida da caixa), e a maioria ostenta um certificado de garantia comprovando sua autenticidade.
“Minha curtição é olhar para elas e saber que eu tenho. Coisa de colecionadora!”, revela Rita Augusta
Agora é embarcar na tendência de moda “Barbiecore” com seu enaltecimento ao cor de rosa vibrante, acessórios exóticos e ir conferir o longa metragem no cinema mais próximo. Na Granja, o The Square e o Shopping da Granja começarão a estreia na quinta, dia 20, a partir das 13hs.