27/05/2010
Perseguidos em diferentes épocas e vítimas históricas de preconceito, os gatos estão ganhando absolvição por meio de um papel inesperado: o de terapeutas. Em seu recém-lançado livro "La Ronron Thérapie", a jornalista francesa Véronique Aïache explica, devidamente ancorada por trabalhos científicos, como o convívio com um bichano pode melhorar a vida das pessoas. Ela relata, por exemplo, pesquisas como a do veterinário francês Jean-Yves Gauchet, que testou o poder do ronrom - o som emanado pelos gatos quando estão em repouso - em 250 voluntários, submetidos a uma gravação de 30 minutos do ruído de Rouky, o gato do veterinário. Ao fim do estudo, os participantes declararam sentir mais bem-estar, serenidade e uma facilidade maior para dormir.
O poder tranquilizante dos felinos foi o porto seguro da gerente comercial Cris Sakuraba, 46 anos. "Não desmerecendo o medicamento, mas minha gatinha mudou minha vida", diz. Cris sofria de ansiedade, stress, depressão e agorafobia (medo de espaços abertos ou aglomerações), doenças que estavam minando sua qualidade de vida."Agora estou 95% curada dos problemas." A gatoterapeuta Marisa Paes afirma que é capaz de fazer até quem não gosta dos bichanos se beneficiar da presença deles. "Mesmo quem tem medo de gato me procura. Comigo como mediadora, a pessoa vai se desbloqueando", afirma.
![]() No Egito Antigo, o gato virou divindade, ganhando poderes mágicos. Bastet, representada como um felino, era a deusa da fertilidade. Milhares de múmias de gatos de estimação foram encontradas nas tumbas de seus donos Quando o Império Romano, chegou ao Egito, perto de 30 A.C., o culto à deusa Bastet se espalhou e os gatos foram perpetuados em estátuas, murais e mosaicos, como símbolo de liberdade Durante a Idade Média, a Inquisição associou os gatos, sobretudo os de cor preta, a deuses pagãos. Foram exterminados centenas de felinos, assim como suas donas, suspeitas de bruxaria e paganismo No Oriente, os gatos representam virtudes. O Maneki-Neko, por exemplo, é um boneco japonês em forma de gato que representa a sorte e as boas-vindas, com a pata levantada No Islamismo, o gato é um animal querido, já que Maomé, fundador da religião, adorava gatos. Diz a lenda que a gata do profeta, Muezza, teria salvo a vida dele do ataque de uma cobra |