13/05/2025
Denúncia enviada pela leitora e moradora da Granja Viana, Caroline Soares
Atenção, motoristas! A Avenida São Camilo está bloqueada no trecho entre a Casa de Material de Construção Leão (próximo à portaria do Residencial Fazendinha) e o Empório do Nicolau, na entrada para o Recanto Impla. Segundo moradores que conversaram com os trabalhadores no local, não há previsão para liberação da via. O trajeto alternativo deve ser feito pela Estrada da Fazendinha, sentido Carapicuíba, com acesso pela Rua Mariluz.
Na tarde desta terça-feira (13), os postes continuavam com o mesmo risco iminente de queda. Os postes foram considerados instáveis por funcionários de uma empresa terceirizada da Prefeitura de Carapicuíba, que atuam na mesma calçada onde a estrutura ameaça desabar. Segundo os trabalhadores, os postes podem cair, explodir ou atingir pedestres e veículos a qualquer momento.
Apesar do perigo visível, a concessionária Enel não apareceu até o momento. A empresa, segundo moradores e comerciantes, foi notificada diversas vezes. Enquanto isso, a cidade enfrenta um verdadeiro caos: o trânsito local precisou ser desviado por agentes de trânsito da cidade, mas o impacto já se estende até a Rodovia Raposo Tavares. O comércio da região está paralisado, e a indignação da população cresce a cada dia.
“É como se estivessem esperando uma tragédia para agir”, desabafa um morador.
Esse novo episódio ocorre em meio à execução de uma obra de duplicação da via, realizada pela Prefeitura de Carapicuíba, que prevê a ampliação da avenida para sete metros de largura em um trecho de 520 metros. Com orçamento de R$ 16,7 milhões e início em abril de 2023, o projeto inclui melhorias no asfalto, construção de calçadas e instalação de um novo sistema de drenagem. Entretanto, o sistema de postes suspensos instalado ao longo da calçada tem se mostrado vulnerável: recentemente, um dos postes chegou a tombar, deixando a região sem energia elétrica por horas.
Diante de mais um caso envolvendo a precariedade da fiação aérea, cresce o debate sobre a necessidade de modernização da rede elétrica brasileira. Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei de autoria do deputado federal Marcelo Crivella que propõe o enterramento dos fios elétricos como solução definitiva.
“O sistema de fiação aérea tem demonstrado sua vulnerabilidade ano após ano, com quedas de postes, quedas de árvores e interrupções que causam transtornos e prejuízos à população. A proposta de enterrar os fios não só traz segurança aos moradores, como representa um avanço na infraestrutura urbana, reduzindo acidentes e o custo de manutenção,” defende Crivella.
Hoje, menos de 1% da rede elétrica no Brasil é subterrânea. São Paulo, por exemplo, conta com apenas 60 quilômetros de cabos aterrados. O contraste é grande quando comparado a cidades como Londres e Paris, que iniciaram o processo de enterramento no século XIX e possuem grande parte de sua rede elétrica no subsolo. Nova York já alcançou 71% de fiação enterrada, e Buenos Aires vem avançando nesse sentido desde os anos 1950.
Para Crivella, além do debate sobre a privatização do setor energético, é urgente enfrentar a raiz do problema: “O maior gargalo está na fase de distribuição, onde a maioria das redes ainda é aérea, com cabos e transformadores expostos às tempestades e demais eventos.”