10/07/2013
A discussão sobre os problemas de trânsito no cruzamento da Avenida São Camilo com a Rua José Félix de Oliveira é antiga. Há ideias e projetos desde os anos 1990 para melhorar a fluidez no local. De um cruzamento congestionado, a esquina dessas duas ruas se tornou um ícone da situação caótica que a Granja Viana se encontra. Vias estreitas, sem calçadas, esburacadas e agora rodeadas de futuros edifícios comerciais e residenciais.
A solução é urgente, mas tudo indica que não deve sair no curto prazo. Especialistas do governo e população não se entendem e, cada vez mais, as discussões mostram que o trânsito é consequência de um problema bem maior: a maneira que a Granja vem sendo ocupada.
Na tarde de 4 de julho, o secretário de Transporte e Trânsito de Cotia, Silvio Leme, o administrador regional da Granja Viana, Cristiano Freitas e o vereador Luis Gustavo Napolitano (PSDB) se reuniram com representantes dos moradores para falar sobre o problema da São Camilo. O Site da Granja acompanhou a reunião.
A proposta inicial era validar a instalação de um semáforo no cruzamento. As discussões avançaram e a questão do zoneamento também foi levada em conta. Segundo os representantes da prefeitura, o maior problema do cruzamento seria gerado pelo fluxo de veículos que vêm da Carapicuíba, já que a São Camilo é um dos poucos acessos daquele município – cuja densidade populacional é bem superior – a um complexo viário.
Os presentes contestaram. Afinal, a grande quantidade de edifícios e complexos comerciais na São Camilo e arredores também vem trazendo fluxo de tráfego maior do que a estrutura local permite. Além daqueles que ainda serão construídos. No dia da reunião, participantes afirmaram que há um complexo de edifícios residenciais previsto para o terreno em frente ao Palos Verdes, entre outros. O Site da Granja não obteve confirmação dessa informação.
Muitas propostas, nenhuma solução
Foram colocadas várias propostas. Entre elas a transformação da rotatória do Palos Verdes em área pública para que o contorno dos automóveis que pretendem acessar a José Félix fosse feito por lá. Ter mão única na José Félix sentido Carapicuíba foi outra sugestão, desviando o trânsito para a Estrada da Aldeia. Novo problema, pois a Estrada da Aldeia já registra seus obstáculos, com acesso estreito e sempre congestionado à Raposo Tavares, além da grande quantidade de buracos profundos, trazendo riscos à circulação naquela via.
Outra alternativa cogitada foi desviar o acesso à São Camilo para a rua Nova América, que mostrou seus prós e contras. Depois de muita discussão entre técnicos e não técnicos a prefeitura prometeu um novo estudo de viabilidade do local a ser apresentado ainda sem data definida. As reuniões devem continuar acontecendo.
Do trânsito, a discussão passou para o zoneamento, onde estaria a raiz dos problemas. A legislação atual tem nuances e permite diversas interpretações, aprovando condomínios com quase 100% de área construída, além das edificações verticais tanto comerciais quanto residenciais. Cada participante da reunião sabia de um novo complexo comercial ou residencial vertical aumentando a preocupação dos presentes.
Sobre o zoneamento da Granja a discussão também deve continuar. A ideia do tombamento vem ganhando força, mas ainda sem nada concreto. Enquanto isso, os edifícios aos poucos tomam conta da paisagem, apreciada sem pressa, já que o trânsito não anda.