17/07/2014
No mês de julho o Projeto Âncora recebeu duas visitas ilustres:
O professor PhD em Sociologia Pedro Demo, um ancião da modernidade, autor de 96 livros que debruçam sobre Política Social, e o Secretário Estadual de Desenvolvimento Social de São Paulo Rogerio Hamam que, assim como o fundador do Âncora Walter Steurer, têm em comum em suas trajetórias o empreendedorismo turístico.
O Projeto Ancora foi fundado em 1995 com a missão de ser um espaço de aprendizagem, exercício e multiplicação da cidadania, onde as crianças ficavam no contra turno escolar. Logo sentiu-se ser muito pouco para o tamanho do problema social que havia e finalmente em 2011, o Professor português aposentado José Pacheco - atualmente, morador da região -, aceita a proposta de ajudar a construir uma escola inovadora. Com foco na Assistência Social, passou a trabalhar na base dos males da exclusão e do risco social. Nasceu assim a Escola Projeto Âncora para atender de maneira integral cerca de 200 crianças de baixa renda das comunidades locais.
Existe uma confusão entre a educação integral (que deve chegar a 60 mil das 160 mil escolas públicas brasileiras até 2016) e um conceito muito mais amplo com cerne no desenvolvimento integral, que no caso do Projeto Âncora, envolve o serviço social como princípio. “Fazemos atendimento em período integral, sendo 4h em formação escolar e 5h na assistência social. Isso em relação ao tempo. Mas também faz o atendimento à criança e ao jovem de forma integral, olhando a pessoa na sua totalidade, social, política, cultural, familiar. Queremos pessoas íntegras, inteiras, não pela metade, divididas.” clarifica a arquiteta Regina Steurer, conselheira e co- fundadora do Âncora.
“Este projeto trata de um assunto de fundamental importância no campo do serviço social que é o contra turno escolar, uma situação de proteção básica, preventiva, que acolhe crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade buscando a integração e melhor desenvolvimento de todas as atividades.” afirma o Secretário Rogerio Hamam.
A coordenadora geral da ONG Suzana Ribeiro coloca a importância de capacitar as crianças e suas famílias, disponibilizando ferramentas que possibilitem uma melhora na qualidade de vida. “Prefiro falar desenvolvimento humano ao invés de assistência. A própria palavra assistência já diz e sugere certa passividade. No desenvolvimento humano, você deixa um lugar de paternalismo e alcança um espaço ativo de autonomia”.
Pedro Demo conceitua: “É preciso distinguir acuradamente crescimento de desenvolvimento; enquanto o primeiro aponta para uma evolução tipicamente econômica, o segundo se volta para um olhar interdisciplinar, abrangendo todas as dimensões consideradas relevantes da sociedade. “
O Âncora rompe os muros da instituição e entra nas comunidades vizinhas através do “Projeto Cidade Educadora Âncora”, projeto subsidiado pela Petrobrás, no qual as crianças e os adolescentes agem diretamente nos problemas de seu bairro, pesquisando, aprendendo e construindo a formação na participação da cidadania.
“A escola é um pretexto de transformação social na construção de um outro mundo. Todos querem construir um mundo melhor e ninguém sabe como. Aqui nós propomos um caminho”, diz Regina Steurer.
Nos pilares do Âncora estão a afetividade, honestidade, respeito, responsabilidade e solidariedade. Amparados por estes conceitos, o projeto é repleto de espaços multidisciplinares que favorecem a convivência, o que Rogerio Hamman observou prontamente: “Me chamou a atenção como cada espaço, cada equipamento e cada atividade é cuidada. A diversidade para atender as necessidade. Situações inovadoras como atividades circenses, pista de skate, quadra esportiva disponível para todos, oficinas para mães, vivências com mosaico são alternativas diferentes do que vemos habitualmente em entidades não governamentais.”
Nos 11 mil m² de terreno do Projeto também há espaços de convivência: Áreas verdes, circo, salões de estudo equipados com livros didáticos e computadores, refeitórios, salas de música, de dança e de artes além de uma biblioteca com mais de dez mil livros aberta à comunidade.
As crianças e jovens também participam de atividades fora do projeto que têm como parceiros a Escola Raquel Natação, o Instituto Barrichello Kanaan e Associação de Serviços Comunitários a Idosos (ASCI)
As pessoas que participam do Projeto Âncora, entre parceiros, voluntários, monitores, educadores, crianças, pais e funcionários investem um tempo precioso em conversas, assembleias, círculos restaurativos usando técnicas da Comunicação Não Violenta, atendimento e estudo social de cada família envolvida. Estas são algumas maneiras que auxiliam o fortalecimento dos vínculos de todos os envolvidos.
“Cultura, esporte e educação são atividades que colaboram numa missão preventiva para melhorar a qualidade do tempo ocupado por crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Por isto o Projeto Âncora é uma iniciativa tão dinâmica, exemplar, que vem ao encontro das necessidades do desenvolvimento humano e do serviço social”, conclui o Secretário Rogerio Hamman.
As visitas de Rogerio Hamam e Pedro Demo legitimam a importância social na construção de novos paradigmas que o Âncora vem realizando há 19 anos, sempre disposto a aprender e evoluir junto com a comunidade.
Serviço:
http://www.projetoancora.org.br
http://projetoancorablog.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/ProjetoAncora
Estrada Walter Steurer, número 1239
Tel : 4612 99 66