20/01/2011
A volta às aulas, como todo ano, implica sempre em providenciar uniformes e material escolar. Entre tantas matérias novas no currículo, uma que nunca aparece mas deveria é educação financeira. Como faz falta orientar as crianças desde cedo sobre noções de consumo, economia doméstica, o valor das coisas e o uso racional do dinheiro! Enquanto isso não acontece, uma boa dica é aproveitar o pretexto das novas aquisições escolares para ensinar aos filhos o custo que isso representa no orçamento doméstico e qual a melhor forma de otimizar o gasto.
Assim, vale a pena chama-los para participar da empreitada. Aqui vão exemplos que podem ser aplicados, de maneira muito simples:
- Antes de sair às compras, checar a lista de material com as crianças com o que dá para aproveitar do ano passado, inclusive cadernos que não foram totalmente utilizados. Se forem espirais, a mola pode ser tirada e as páginas em branco de vários cadernos reunidas para formar um novo (ou mais de um, se forem muitas). Aí é só costumizar a capa, com novas imagens.
- Uniformes usados também podem ser "reciclados": calças que viram bermudas ou shorts, outras que podem ser reservadas só para educação física, e também camisetas que se tornam exclusivas para as aulas de artes.
- Na hora das compras, faça-os observar o valor dos itens mais caros, como mochilas e estojos, por exemplo, e estabeleça um limite de gasto para esses itens, para que eles tenham que escolher o que preferem dentro dessa faixa.
- Se for possível economizar dentro do valor estipulado, incentive a criança a "usar" esse dinheiro disponível para uma pequena poupança - um cofrinho -, cujo dinheiro poupado pode ser utilizado na próxima compra de material escolar ou livros que venham a ser pedidos ao longo do ano.
- Para os menores, mostre o valor das moedas e das notas, a diferença de cada uma e a importância de conservá-las (em todos os sentidos!).
- Aponte os itens considerados caros e os baratos, para que eles entendam esse conceito.
- Mostre a diferença entre querer e precisar, destacando que as necessidades básicas estão contidas no item precisar; o querer pode esperar.
- Ensine a fazer escolhas - quando a criança quiser dois itens, faça-a escolher apenas um para que aprenda a eleger as suas prioridades.
- Reforce a importância de aprender a deter-se ao que está na lista de material, pois isso evita sempre gastos desnecessários.
- Conservar bem o que se tem pode representar não só o prazer de se usufruir de um material sempre com boa aparência, como reserva-lo para o próximo ano. Se não para si mesmo, para um irmão mais novo ou outro aluno que possa fazer uso dele. Conservar é sempre economizar!
Essa lição, antes mesmo da volta às aulas, é para a vida toda. É apenas o primeiro capítulo de um longo aprendizado para a gestão do dinheiro, do valor que ele tem e do quanto custa ganha-lo! Por que não começar agora?
Maluh Duprat
Artigo baseado no livro "Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice", de Marília Cardoso e Luciano Gissi Fonseca - Primavera Editorial.