Já Rolou - Escola da Cidade tem Aulas Abertas sobre a BR 116 e o Projeto Nova Raposo
01/11/2024
O tema da mobilidade se apresenta como matéria e eixo central de indagações e investigações sobre a cidade contemporânea e as possibilidades de construção de seu futuro.
Parte-se do princípio de que todos os modos e motivos de viagem devem ser considerados equivalentes e que qualquer proposta sem redução dos custos sociais, econômicos e ambientais resultantes da aglomeração e do uso abusivo do carro não é válida.
História que se repete tragicamente
Atrás de um modelo de crescimento quase ilimitado da ocupação do solo urbano, grandes estradas foram construídas e ampliadas. Ao longo dos eixos de expansão urbana, mais especificamente na Grande São Paulo (RMSP), foram implantados conjuntos habitacionais populares, o pequeno comércio decorrente e serviços relacionados ao trânsito rodoviário (postos, conveniências, mecânicas, borracharias etc.). Depois vieram os shoppings, supermercados, empresas logísticas e algumas indústrias.
Quando se entra em áreas geograficamente privilegiadas (ditas “valorizadas”), observam-se os condomínios fechados, ocupações e comunidades populares em áreas de fragilidade ambiental. Isso tudo é feito geralmente sem equipamentos sociais e sem infraestrutura sanitária.
Consequências desastrosas
O efeito colateral dessa produção de distâncias e tempos de deslocamento grandes que exigem o uso desmedido do carro, acabam sendo um grande dispêndio de recursos e de energia. Isso traz o aumento cada vez mais inaceitável das emissões de gases poluentes e a exclusão do direito à mobilidade da população que não pode ter um carro.
Em um ciclo vicioso, a consequência vira causa: a construção-ampliação das rodovias se “justifica” pela demanda (sobrecarregamento das vias, aumento da fluidez de viagem, redução número de acidentes etc.) e passa a constituir, em si mesma, oportunidade de negócio de médio/longo prazos. O planejamento urbano focado apenas na demanda estimada e na criação de nova infraestrutura e novo uso do solo para atendê-la tem perdido cada vez mais o sentido por questões contemporâneas. É cada vez mais importante o direito de transporte e mobilidade para todos e a redução dos custos ambientais, econômicos e sociais da urbanização.
Como sair disso?
Nesse sentido, reordenar as pautas e lógicas de estruturação e configuração urbana e territorial contemporânea se torna cada vez mais necessário.
É através desse prisma crítico-teórico que o ateliê de projeto do 2º semestre tem como objetivo discutir e propor alternativas ao projeto do governo de estado de São Paulo denominado “Nova Raposo”.
Este, mediante a concessão pública à inciativa privada, prevê a ampliação de faixas rodoviárias em seu segmento correspondente ao vetor oeste da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), introdução de pedágios, sem qualquer consideração com os modos de transporte público de média ou alta capacidade, que atenda à população que vive nos municípios situados ao longo da rodovia Raposo Tavares.
As próximas aulas abertas são de
Estela Marques 05/11 - 18h30
Ivan Maglio e Fábio Robba 07/11 - 18h30
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Peixes
19 de fevereiro a 20 de marçoAs suas ...
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