17/08/2006
Pode parecer estranho, mas vou descrever uma noite vip para vocês...Primeiro você precisa fazer parte dos mailings mais importantes do país. OU SEJA, PRECISA SER CONSIDERADA VIP E ESTAR NESTA TAL LISTA. Depois você precisa estar em alta para ser convidada para as maiores e melhores baladas e depois ainda precisa ter a roupa certa, a maquiagem certa a cara da festa. Bom parece profissão não é... E para muitos é mesmo. Neste mundo das superficialidades o que conta não é quem você é, o que pensa e o que faz para deixar o mundo um pouco melhor. O que conta mesmo é se você tem uma etiqueta Dolce, Armani ou Gucci amarrada nas costas e se você por acaso está em ascensão. Mas lembre-se estar em ascensão não significa ter feito nada engrandecedor, significa ter chamado atenção da mídia por alguma mediocridade fotografável.
E tem mais. Boa parte de seus rendimentos deve estar reservados para comprar as tais peças fotografáveis, já que os jornalistas de bloquinho em punho descrevem categoricamente o que você está usando. E como você não é nenhuma Constanza Pacolato... Porque ela pode usar lojas Americanas e ser considerada elegantemente despojada. Existe uma outra maneira usada pelos escaladores sociais, ou famosos de momento. Pegam emprestado tudo que usam. Roupas, sapatos, jóias, carros, uma vida construída em torno do nada. De irrealidade, de futilidade, de falsas verdades. Mentira repetida não vira verdade e é por isso que eles desaparecem do mapa do mesmo jeito que apareceram.
Estou na tv há mais de 10 anos, trabalhando e construindo uma carreira na área de comunicação. Não namorei ninguém famoso, não sai nua em nenhuma revista, simplesmente trabalho. Sabe, estou nestas tais listas, adoro danças, adoro festas, mas não me curvo a tal mesmice. Tenho um estilão meu mesmo. ‘Às vezes etiquetado, ‘às vezes vinte e cinco de março. Sinto-me feliz com o espelho que carrego. Sou amável com os fotógrafos porque sei o trabalho árduo que eles tem a noite inteira. Neste momento estou operada dos dois joelhos e não posso usar saltos. Apareço nos eventos de chinelinhos diferentes e bem baixinha, como sou mesmo. Me curvo ao glamour da profissão quando tenho que ser fotografada, mas não me curvo à falta de personalidade. Sou meio hippie, meio moderna, depende do dia. Sou mesma a Fafá que tem canto para tudo, que vive a vida intensamente e que sempre acha graça numa coisa e outra. E sabe, ser vip pra mim é escolher como viver e como ser feliz, nada de modismo exagerado, nada de ignorância é simplesmente saber sorrir com o que tem de melhor.