13/07/2006
Basta prestar um pouco de atenção para perceber que o circuito profissional do tênis está cada vez mais destinados a jogadores fisicamente, técnicamente e emocionalmente bem dotados. Indo mais diretamente ao ponto, não há espaço entre os 200 melhores do mundo para os que não tenham talento natural.
Somando-se a isto o fato de que quem não estiver entre os 200 do mundo dificilmente conseguirá pagar suas despesas com o esporte, fica a velha pergunta que atormenta atletas e pais: estudar ou jogar tênis?
No meu convívio com as quadras aprendi que caso você não seja um jogador acima da média (um tenista de 15 anos que vence um campeonato brasileiro de 18, ou um de 16 que passa em um qualifying de um challenger, por exemplo), deve dar ênfase à sua formação como pessoa.
Trabalhei com o Marcelo Saliola, que se encaixa nos dois casos citados, quando passou a conviver com o circuito profissional, sentiu que treinar sete horas por dia, viajar onze meses por ano e deixar a família, namorada e amigos em segundo plano não era o tipo de vida que queria levar.
Os dreamers
Você deve conhecer alguns. São sonhadores, aqueles que por vencer um torneio interno do clube, pensam que serão grandes profissionais. Tênis é cultura, agilidade de raciocínio, habilidade, força física e um pouco de sorte. É com sua formação que o infanto-juvenil deve se preocupar, sendo o sucesso futuro uma mera conseqüência.
Conheço pais que gastam fortunas para mandar seus filhos jogarem o circuito sul-americano infanto-juvenil. Isto é errado. Melhor investir num curso de línguas, música ou computação, na formação do adolescente. Para o jovem – seja como tenista ou pessoa – vale muito mais esta formação cultural do que jogar um circuito Cosat.
Sugestão
Os melhores de 18 anos no País devem tentar bolsas de estudos nos Estados Unidos onde, além de estudar, terão ótimo treinamento, competindo o ano inteiro com tudo pago e com patrocínio de todo material. Caso não vá bem, o juvenil terá benefício como pessoa e, caso demonstre potencial, este será bem desenvolvido.
Em qualquer um dos casos, o País ganhará um grande profissional. Seja dentro ou fora das quadras.
Boa sorte