01/06/2006
Quando o Saliola tinha 15 anos, fiz uma reunião com ele e seus pais, em minha casa. Ele já queria ali, anunciar à família que queria parar de jogar tênis. Isso aconteceu numa sexta-feira à tarde, véspera de um qualifying de um challenger em Santos (SP).
Durante aquela semana, ele não queria treinar, estava desanimado, disse que não era aquilo que ele queria para a sua vida. Perguntei a ele se tinha certeza e que no tênis só vinga quem ama muito o esporte acima de qualquer coisa. Ele respondeu que não tinha a menor dúvida que queria viver
longe do tênis, mas que não sabia como dizer isso aos pais.
Não dava para forçá-lo: a vida normal para um garoto com essa idade é estudar, ir a cinema, danceteria, ter namoradas; para um atleta de alta performance, há o sacrifício, que muitos não suportam. Marcamos a reunião e expliquei para seus pais, que ficaram chocados. A vida do pai era o filho no tênis. Foi muito doloroso para eles. Muito jovem, o Saliola até poderia mudar de opinião e em uma semana voltaria às quadras. Mas tínhamos de respeitar sua decisão.
Foi o primeiro aviso...
Terminamos a reunião umas 16h30. Quando bateu 20h30 da mesma sexta- feira o Saliola me liga, avisando que havia pensado melhor, que iria jogar sábado em Santos e que me queria ao seu lado. Realmente, voltou a jogar e a jogar muito bem.