26/08/2022
Na Câmara
Municipal da Estância Turística de São Roque existe uma reprodução fotográfica
de um quadro, de autoria desconhecida, que retrata Washington Luís na Praça da Matriz para a inauguração da "Estrada de Rodagem São Paulo - São Roque". A pintura, de 1922, também tem retratada a data de 26 de agosto.
A rodovia tem início no final da rua Reação no bairro
Butantã, na zona sul de São Paulo. Ela começa oficialmente no km 9,8 e também termina dentro do estado. No total, são 654 km que passam por 30 municípios, até chegar a Presidente Venceslau (SP), na divisa com o Mato Grosso do Sul.
Cem anos
depois de começar a ganhar forma como estrada, a Raposo Tavares tem nos trechos
densamente urbanizados o seu maior desafio, quando se transforma em avenida com
trânsito urbano pesado ao cruzar boa parte de Cotia.
"O traçado
das cidades mudou muito desde que a rodovia foi idealizada por Washington Luís
em 1922", afirma João Octaviano Machado Neto, secretário estadual de
Logística e Transportes, sobre a determinação do então presidente do estado de
São Paulo para a construção da estrada São Paulo-Paraná. O trecho entre São
Paulo, Cotia e São Roque, com registro histórico de 26 de agosto de 1922, se
tornaria a rodovia Raposo Tavares, levando o nome do bandeirante em
1954.
Até Vargem
Grande Paulista, na região metropolitana, a rodovia é totalmente urbanizada e
funciona como uma avenida que mistura caminhões rumo ao interior do estado
e veículos de passeio. A paisagem muda a partir do pedágio no km 46, em
São Roque (66 km de SP), e o cimento das construções dá lugar ao verde de
vegetações.
A Raposo Tavares
tem duas administrações nesse trecho: o DER (governo) - do km 10 ao 34 e a CCR
ViaOeste (concessão) - do km 34 ao 115,5.
Sinalização,
fiscalização e iluminação são pontos que o governo tem buscado reforçar nos
locais urbanizados da Raposo para tentar reduzir número de acidentes, além de
construção de marginais e duplicação, diz o secretário João Octaviano,
admitindo dificuldade de se criar novas faixas exatamente por causa do leito da
rodovia tomado por condomínios, comércios, escolas, indústrias, hospitais e
prestadores de serviços.
Segundo
a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), atualmente
há obras de duplicação na Raposo nos municípios de Mairinque, São Roque e
Sorocaba, além da construção de dois dispositivos de acesso e retorno, nos km
50,3 e 54,3, com orçamento de R$ 277,9 milhões.
Em julho deste
ano, o governador de SP, Rodrigo Garcia (PSDB) oficializou o convênio com a
Prefeitura de Cotia para, enfim, dar início às obras de readequação da Rodovia
Raposo Tavares.
Com
investimento previsto de R$ 100 milhões, as intervenções realizadas na Rodovia
Raposo Tavares incluem a construção de uma ponte no Km 24,8, a implantação de
uma faixa de aceleração da pista oeste nos Km 22,8 e 26,8 e de obras especiais também no Km 26,8, com o intuito de promover mais fluidez ao tráfego
da região. A prefeitura de Cotia precisa encaminhar as desapropriações
necessárias para as obras por meio de Projeto de Lei, que já deve estar na Câmara
Municipal.
As obras estão com a Secretaria de Logística e Transportes, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e, de acordo com Estado, com duração prevista de 24 meses. É ver para crer.
Fonte: Fábio
Pescarini - Folha de SP e G1