19/02/2014
O Brasil fechou o ano de 2013 registrando o menor crescimento do comércio nos últimos 10 anos, segundo dados divulgados na imprensa no início deste ano. Foram registrados 5.2% de aumento em relação a 2012.
Os principais motivos encontrados em pesquisa do Serasa Experian divulgada pela Agência Brasil foram as taxas de juros no mercado interno, a alta da inflação, a queda da confiança da população nos comerciantes e também o alto nível de endividamento.
Esse crescimento foi menor até do que o de 2009 – reflexo da crise internacional – quando foram registrados 6,1 pontos percentuais de crescimento. O setor de vestuário e móveis, eletrônicos e informática foram os que apresentaram as menores taxas com, respectivamente, 3,3 e 3,1%.
Na Granja os reflexos são nítidos, inclusive com o fechamento de negócios. Nas redes sociais encontra-se a todo o momento notícias de lojas, padarias ou prestadoras de serviços fechando as portas, algumas muito tradicionais na região.
Analisando a região isoladamente há diversas possibilidades além desses motivos divulgados pela pesquisa do Serasa. A Granja vem mudando muito nos últimos anos. Os “comerciantes de bairro” passam a concorrer com franquias nacionais. Os aluguéis subiram nos últimos anos, mas essa é uma situação que pode começar a ser revertida em breve. A grande quantidade de edifícios comerciais sendo entregues na região deve forçar para baixo principalmente a locação nos espaços mais antigos.
Perfil e gestão
A mudança de perfil do morador da Granja pode ser outro indicador. Afinal hoje a região abriga também muitas pessoas que vieram para cá por ser uma opção mais barata de moradia e não por querer ter algum tipo de ligação local. Gente que trabalha aqui e tem todas as suas relações na capital. O contrário acontece com profissionais liberais, transferindo seus escritórios para cá, mas o número é muitas vezes menor do que quem passa a semana toda em São Paulo.
Outra possibilidade pode estar dentro dos próprios estabelecimentos comerciais. Diversos profissionais sonham em abrir um negócio próprio no qual aplicam toda a indenização recebida em anos de trabalho em alguma empresa. Investem na montagem física da loja, na compra de mercadorias e querem ver tudo funcionando o mais rapidamente possível. Mas muitos não colocam em seus projetos itens como pesquisa, mesmo que informal, de mercado, cálculo de análise de risco, diferenciação da concorrência, verba para marketing principalmente no início, e investimento em ferramentas de gestão. Ainda acreditam que apenas o boca a boca basta ou que se você tem um bom produto ou serviço tudo está resolvido. Ou não montam a reserva financeira prudente para manter a empresa um ou dois anos sem dar lucro.
Os motivos podem ser vários ou uma combinação entre eles. O importante é realizar uma análise profunda de todos os aspectos que podem estar nesse momento, comprometendo tanto lojas tradicionais quanto novos estabelecimentos abertos por aqui.
Karen Gimenez