18/04/2024
Sua origem remete a um protesto dos povos indígenas do continente americano em 1940 com a ideia de garantir condições de existência digna, principalmente no que se refere aos seus direitos à autodeterminação de suas condições de vida e cultura.
Estudos arqueológicos recentes estabelecem que a chegada dos primeiros habitantes do Brasil à Bahia e ao Piauí aconteceu entre 20 mil e 40 mil anos. De acordo com o Censo 2022, existem 1.693.535 de pessoas indígenas, o que representa 0,83% do total de habitantes do país. Mais da metade (51,2%) da população indígena está concentrada na Amazônia Legal, região formada pelos estados do Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão.
Vale ressaltar que as Terras Indígenas são as áreas mais preservadas do Brasil nos últimos 35 anos, mostra levantamento do MapBiomas que comprova a tese de que as Terras Indígenas (TIs) são fundamentais contra o desmatamento no país. "Se queremos ter chuva para abastecer os reservatórios que provêm energia e água potável para os consumidores, a indústria e o agronegócio, precisamos preservar a floresta amazônica. E as imagens de satélite não deixam dúvidas: quem melhor faz isso são os indígenas”, explica Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas.
Com pouco a celebrar e muito a se conscientizar sobre os primeiros habitantes do nosso país, como apoiar efetiva e afetivamente esta causa de respeito e reparação aos povos originários? Vale lembrar que as palavras “Indio” e “Tribo” são vedadas na ética de uma nova conduta. Você não precisa pertencer aos povos originários para apoiar a causa indígena. Ler livros, assistir filmes, seguir perfis nas redes sociais é uma maneira de prestigiar. Fizemos uma seleção para você conferir e fazer uma ação relevante para apoiar os povos originários e multiplicar seus conteúdos.
Para começar o "letramento", o convite é não usar a palavra 'Índio' e trocar por 'Povos Indígenas' ou 'Povos Originários', ressaltando e citando a etnia de cada um. Assim como 'Aldeia' é a melhor forma de falar sobre as comunidades, pois 'Tribo' está em desuso e os indígenas não gostam.
Para seguir, curtir, salvar e comentar no Instagram:
Para ler:
PROJETOS E PRESEPADAS DE UM CURUMIM NA AMAZÔNIA – EDSON KAYAPO
O PÁSSARO ENCANTADO – ELIANE POTIGUARA
O PRESENTE DE JAXY JATERÊ – OLÍVIO JEKUPE
AS SERPENTES QUE ROUBARAM A NOITE E OUTROS MITOS - DANIEL MUNDURUKU
A TERRA DOS MIL POVOS – KAKÁ WERÁ
Além das obras de Ailton Krenak, o mais recente membro da Academia Brasileira de Letras, sendo o primeiro indígena a ganhar uma cadeira.
Para assistir:
https://katahirine.org.br/: Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas que une 71 mulheres cineastas de 32 etnias.
"Mãri hi - A Árvore do Sonho" : cineasta Morzaniel Iramari Yanomami (pré indicação ao Oscar)
Ex-Pajé : Dirigido por Luiz Bolognesi (tem na Netflix)
A Flor do Buriti, produzido pela brasileira Renée Nader Messora e pelo português João Salaviza (ganhador do Festival de Cannes 2023)
Estamos aqui,
apesar dos tempos sombrios.
Aqui estamos
pelo direito de ser
diferente e viver
porque somos iguais
nas diferenças
O tempo desaba!
Mas estamos aqui
do nosso jeito,
imagine há quanto tempo!
Há séculos sobrevivemos
em meio à intromissão
de outros valores
Aqui, estamos!
E apesar da incerteza,
o nosso povo avança
no preparo da chicha
da mandioca e o beiju
no embalo da cantoria
de cigarras e pássaros
Aqui, estamos!
Apesar das injúrias,
do nosso jeito lutamos
para manter o costume
de manejar as maracas
e reconhecer no cocar
a nossa resistência
Aqui, estamos!
Apesar da exclusão,
existimos!
No meio da noite
bem ao redor da fogueira
de luta e glória
muitas histórias ouvimos
Aqui, estamos!
E apesar das perdas,
a luta continua no solo sagrado,
na caça, na pesca,
na crença, na dança
na roda de Toré,
no manejo da Terra, resistimos!
Aqui, estamos!
E apesar dessa atroz agonia
do nosso jeito, existimos
pra recuperar a Terra
e cuidar do plantio
na luta contínua
por um lugar no mundo.
GRAÇA GRAÚNA, ESCRITORA E ATIVISTA DA ETNIA POTIGUARA
PARA ENTENDER: