27/08/2008
Começam a funcionar hoje as duas unidades da Fundação Casa (antiga Febem) de Osasco. Construídas na rua José Paschowich, na altura do Km 20 da rodovia Raposo Tavares, elas terão capacidade para atender 56 menores infratores cada, sendo 40 permanentes e 16 provisórios.
Apesar da abertura oficial, os 112 jovens que ocuparão suas vagas só começam a chegar em setembro.
De acordo com Gilselia Cristina Lopes Alvim, diretora das Casas Osasco I e II, as unidades serão destinadas exclusivamente aos menores de Osasco e cidades da região que hoje cumprem regime de reclusão em outras unidades do "sistema Casa", a maioria na Capital. "E vamos dar prioridade, inicialmente, aos que estão na unidade Brás", explica.
Segundo a diretora, as Casas de Osasco têm capacidade para atender todos os menores infratores da região que hoje estão espalhados pelo sistema. "Fizemos um mapeamento e sabemos que, em média, temos cerca de 100 menores dessa área atendidos nas demais unidades", completa.
Novo sistema
Além das duas unidades de Osasco, serão inauguradas hoje duas Casas em Guainases, na Capital. Elas fazem parte de um projeto para descentralizar o atendimento aos menores infratores do Estado e que visa a desativação, a longo prazo, dos "grandes complexos" do sistema, dentre eles o do Brás e do Tatuapé.
A principal vantagem, segundo a diretora, é a proximidade dos jovens e da própria instituição com as famílias. "Estar próximo não só da família, mas da comunidade onde esse jovem nasceu e cresceu é parte fundamental do processo de recuperação.
Isso vai permitir, inclusive, que nossa equipe faça visitas nas casas dos menores, além de facilitar o acompanhamento de todo o processo", completa Gilselia, acrescentando que uma equipe de 70 profissionais encerrou, na última sexta-feira, o treinamento para trabalhar nas unidades.
Fim da briga
As "Febens" de Osasco saem do papel com 3 meses de atraso em relação à última data prevista pela Fundação, que era maio deste ano, e ainda 6 meses depois do cronograma oficial, que previa que a entrega fosse realizada em fevereiro.
O primeiro adiamento aconteceu devido às chuvas do início do ano. E o segundo, por problemas com o sistema de esgoto das unidades, que foi subdimensionado e precisou ser refeito.
Mas as complicações em torno o projeto começaram em 2007, quando os trabalhos ficaram parados por 6 meses após a rescisão de contrato com a empresa vencedora da licitação. Com isso, foi aberta uma nova concorrência, vencida pela construtora Engevic, que retomou os trabalhos em outubro.
As obras também enfrentaram embargos da prefeitura, entre o final de 2006 e início de 2007, por falta de documentação.
Erica Celestini
(cotidiano@webdiario.com.br)
Fonte: Webdiário - 27/08/2008