22/08/2025
A chegada do IFSP a Cotia foi anunciada em audiência pública na Câmara Municipal, em 14 de agosto. Sob aplausos, a diretora-geral do campus, Lúcia Collet, detalhou os cursos que serão oferecidos inicialmente. Dois eixos tecnológicos foram escolhidos: Controle e Processos Industriais e Produção Industrial. Dentro deles, estarão os cursos técnicos em Automação Industrial, Sistemas de Energia Renovável, Química e Biotecnologia. Também está prevista a graduação em Licenciatura em Matemática.
Todos os cursos estão norteados por um eixo vertical que será presente nas ofertas das formações já no próximo ano: Inovação e Sustentabilidade. Segundo Lúcia, a definição levou em conta conversas com lideranças locais, arranjos produtivos e a população. “Não trazemos um pacote pronto, o que existe é muita conversa e trabalho”, afirmou.
A diretora destacou que Cotia concentra contrastes: um terço do território é ocupado pela Reserva Florestal do Morro Grande, enquanto 25% dos empregos estão na indústria. “Precisamos que o desenvolvimento seja um aliado do meio ambiente, investindo na preservação e na sustentabilidade. É necessário avançar sem destruir a natureza”, justificou, ao explicar a escolha pelo curso de Energias Renováveis.
Outro desafio apontado foi a carência de profissionais formados na cidade. “Os dados mostram que não faltam empregos em Cotia, mas sim mão de obra qualificada”, disse Lúcia. O secretário municipal de Desenvolvimento Social e Periferias, Silvio Cabral, reforçou: “Todos os dias chegam a Cotia mais de 40 ônibus trazendo profissionais de diferentes cidades por falta de qualificação local. Acreditamos que o IFSP pode ser um divisor de águas na história de Cotia”.
O chefe de Gabinete do IFSP, Ricardo Agostinho, que representou o reitor Silmário dos Santos durante a audiência, pediu à população que continue dialogando com o IFSP, sobretudo mostrando as necessidades de formação. “No Instituto Federal, trabalhamos conjuntamente o Ensino, a Pesquisa e a Extensão. Dessa forma, podemos oferecer uma variedade muito grande de formação paralelamente aos cursos formais, como programas voltados à formação de mulheres, cursos de cuidadores de idosos, entre muitos outros”. Um núcleo de acolhimento para crianças está sendo pensado, para que as mães alunas possam trazer seus filhos pequenos enquanto estudam. Uma unidade do Centro de Referência da Assistência Social, também será instalado no local.
Nesse sentido, Lúcia Collet apresentou mais um dado e mais uma possibilidade de ação: “As mulheres formam a maioria dos alunos frequentadores dos cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Cotia e o IFSP pode oferecer diversas formações voltadas à emancipação social e econômica delas”.
O campus funcionará no Jardim da Glória, no prédio que abrigava a universidade Europan, adquirido em junho por R$ 41,5 milhões pelo Governo Federal via Novo PAC. O espaço passará por obras de revitalização, enquanto a Prefeitura se comprometeu a fornecer alimentação aos alunos do ensino médio técnico e parte do mobiliário. “Estamos recebendo grande apoio do prefeito Formiga, que tem sido um grande parceiro”, ressaltou o reitor Silmário dos Santos, em vídeo exibido no evento.
A comunidade local celebrou a conquista. O ex-vereador Toninho Kaluga destacou: “É uma conquista incrível, nossos filhos terão oportunidades que nós não tivemos”. Já a secretária municipal de Educação, Ana Paula Santos, resumiu:
“A Educação é a solução para todos os problemas em todas as partes do mundo. Todo profissional precisa passar por uma escola. E o IFSP vai oferecer uma educação de qualidade e gratuita a todos os nossos jovens”.
A audiência com cerca de 100 pessoas, foi conduzida pela professora e moradora de Cotia, Leah Negromonte, futura gestora da unidade e contou com várias autoridades locais, incluindo o vice prefeito Paulinho Lenha, secretários(a) e dois vereadores.
Um ponto bastante destacado na audiência, foi a dificuldade de acesso ao campus e a preocupação com segurança e mobilidade. O Secretário de Trabalho e Renda Michel da Silva Alves também externou de forma contundente essa preocupação “Temos feito o trajeto várias vezes, pontuando lugares críticos, mapeando riscos para assim criarmos soluções que trarão mais segurança a alunas e alunos do novo campus”.
A previsão é que os cursos técnicos e ensino médio técnico, se iniciem gradativamente a partir de 2026. No futuro, outras audiências públicas serão convocadas para a escolha de cursos superiores.
Veja a audiência na íntegra AQUI
Carapicuíba também será contemplada
Em Carapicuíba, o campus será instalado no terreno da antiga Faculdade da Aldeia de Carapicuíba (Falc), cedido pela Prefeitura. As aulas também começam em 2026, com expectativa de atender mais de mil estudantes.
Os cursos foram definidos a partir de consulta pública. Entre as opções mais pedidas pela população estão Enfermagem, Edificações, Desenho de Construção Civil, Administração, Farmácia, Meio Ambiente, Nutrição e Dietética, além de áreas ligadas a Tecnologia da Informação, como Desenvolvimento de Sistemas e Programação de Jogos Digitais.
As demandas foram agrupadas em grandes eixos: Infraestrutura, Informação e Comunicação, Ambiente e Saúde, Produção Cultural e Design, Gestão e Negócios. Também está prevista a abertura de licenciaturas em Ciências Exatas e Ciências Humanas.
Impacto nacional e regional
O IFSP integra a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, presente em todo o Brasil. Hoje, a instituição soma mais de 60 mil alunos em 38 campi em São Paulo, com cursos técnicos, de graduação e pós-graduação. No país, os Institutos Federais atendem milhões de estudantes e são reconhecidos pelo ensino público gratuito de alta qualidade, que alia ensino, pesquisa e extensão.
Para Cotia e Carapicuíba, o impacto vai além da sala de aula. A expectativa é que a presença dos institutos reduza a evasão escolar, gere qualificação local e fortaleça a economia da região. “No Instituto Federal, trabalhamos conjuntamente o Ensino, a Pesquisa e a Extensão. Dessa forma, podemos oferecer uma variedade muito grande de formação paralelamente aos cursos formais, como programas voltados à formação de mulheres, cursos de cuidadores de idosos, entre muitos outros”, explicou Ricardo Agostinho, chefe de Gabinete do IFSP.
Com o investimento federal e a articulação das prefeituras, os dois novos campi devem abrir um ciclo de oportunidades sem precedentes, tendo potencial de ser um divisor de águas na história da região.
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