03/11/2025
Mauricio Orth
O Governo do Estado de São Paulo acaba de anunciar a criação do Parque Estadual do Morro Grande, uma das maiores áreas de Mata Atlântica preservada da Região Metropolitana.
A medida — oficializada nesta terça-feira (4) pelo governador Tarcísio de Freitas durante o evento Summit Agenda SP+Verde —, transforma a antiga Reserva Florestal do Morro Grande, em Cotia, em unidade de conservação de proteção integral.
A área de 10.870 hectares (equivalente a cerca de 10 mil campos de futebol ou um terço da cidade de Cotia) passa agora à gestão da Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
Segundo o governo, o novo parque abriga as nascentes do rio Cotia e de outros corpos d’água que alimentam os reservatórios Pedro Beicht e Cachoeira da Graça, do sistema Alto Cotia — responsável pelo abastecimento de mais de 400 mil pessoas na Região Metropolitana de São Paulo.
“Aqui é a prova viva e técnica de que floresta produz água. Produz água de qualidade e garante perenidade no abastecimento público.”,
destacou Natália Resende, Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Governo de São Paulo durante o anúncio, em matéria exibida pela TV Record.
A transformação da antiga reserva em parque é considerada uma estratégia de segurança hídrica e conservação da biodiversidade, associando pesquisa, educação ambiental e turismo sustentável.
De floresta guardada a parque aberto ao público
Com a nova classificação, a Reserva do Morro Grande passa a ser unidade de conservação de proteção integral, o que significa que seus recursos naturais terão uso restrito à pesquisa e visitação controlada.
Segundo a Fundação Florestal, o parque contará com ações de mapeamento de espécies, programas de educação ambiental e estruturação de trilhas ecológicas e roteiros científicos.
“A partir de agora, teremos uma equipe especializada da Fundação Florestal acompanhando a proteção da biodiversidade, a pesquisa e a segurança hídrica da região metropolitana”,
explicou Rodrigo Levkovicz, diretor-executivo da Fundação.
De acordo com estudos do programa Biota-Fapesp, a área abriga 260 espécies arbóreas, 198 aves e dezenas de mamíferos, além de uma rica comunidade de aranhas orbitelas — indicadores biológicos de alta qualidade ambiental.
Um marco antes da COP 30
O anúncio faz parte de uma agenda ambiental que antecede a COP 30, conferência climática da ONU que será realizada em 2025, em Belém (PA).
Segundo o governo estadual, a criação do Parque Estadual do Morro Grande integra o pacote de ações do programa SP+Verde, voltado à ampliação das áreas protegidas e ao fortalecimento das políticas de restauração ecológica.
A expectativa é que o parque comece a receber visitantes a partir do próximo semestre, com visitação educativa, monitorada e de baixo impacto ambiental.
Entenda: o que muda com o status de Parque Estadual
O Parque do Morro Grande será, segundo o Governo, uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, que são as que oferecem o maior nível de proteção ambiental. Nelas, a exploração direta dos recursos naturais é proibida — permitindo apenas pesquisa científica, educação ambiental e turismo ecológico controlado.
Essas categorias incluem Parques Nacionais e Estaduais, Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Monumentos Naturais e Refúgios de Vida Silvestre.
No caso do Parque Estadual do Morro Grande, o novo status garante:
Proteção integral da floresta e das nascentes;
Gestão direta pela Fundação Florestal (Semil);
Programas de pesquisa, monitoramento de fauna e flora e educação ambiental;
Abertura gradual ao público, de forma controlada e sustentável.
Com a oficialização, o Morro Grande deixa de ser apenas uma “reserva técnica” criada em 1979 e assume papel de destaque no mapa ambiental do estado — um verdadeiro santuário verde que produz água, ciência e esperança.
(Com informações das TVs Globo e Record, Folha de S.Paulo e Fundação Florestal)
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