08/03/2023
A privação de sono pode causar não apenas uma sonolência diurna como também afetar a saúde física e mental. Por isso, é importante entender o porquê dessas alterações no padrão do sono e fazer de tudo para conquistar de 7 a 8 horas de sono por dia.
De acordo com Dr. Gleison Guimarães, médico especialista em Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS), as mulheres costumam ter 40% mais insônia do que os homens. “Noites sem dormir em mulheres podem ser causadas por condições biológicas únicas, como gravidez, menopausa e menstruação. Na adolescência, por exemplo, é comum as mulheres terem oscilações de humor e problemas para pegar no sono. No período menstrual, por sua vez, a qualidade de sono pode cair devido aos desconfortos indesejáveis que levam a um sono de má qualidade”, explica.
Segundo o especialista, estudos sugerem que na TPM (Tensão Pré-Menstrual), as mulheres tendem a dormir menos horas, além de acordarem três vezes mais durante a noite em comparação com outras fases do ciclo menstrual. “Já na gravidez, as alterações posturais, o metabolismo e o aumento dos níveis de progesterona podem causar desconforto e dificuldade para ter um sono reparador. E, na menopausa, com a queda do hormônio estradiol, ocorre o aumento da frequência urinária e de ondas de calor que também influenciam diretamente a qualidade do sono”, relata.
Além disso, as mulheres tendem a experienciar a insônia de forma diferente, apresentando mais de um sintoma (como ansiedade, depressão ou irritabilidade), enquanto os homens costumam relatar apenas o principal (a dificuldade para dormir).
Na pesquisa realizada pela National Sleep Foundation, publicada em abril de 2022, quase 70% das entrevistadas alegaram ter tido problemas para dormir durante algumas noites no decorrer do mês anterior à pesquisa, uma taxa bem significativa.
Questões de saúde mental também influenciam o descanso, então condições como a depressão, a ansiedade e o estresse são diagnosticadas mais frequentemente no público feminino. Uma vez que essas disfunções alteram os níveis das mesmas substâncias químicas que regulam o prazer e o sono, deixam as mulheres mais vulneráveis a problemas como a insônia. Fatores sociais e sobrecarga de funções também impulsionam os distúrbios do sono. Muitas vezes, essa questão pode ser resolvida apenas com melhorias na higiene do sono, que se refere aos cuidados com o ambiente e os hábitos antes de dormir — por exemplo, limitar o uso de cafeína, diminuir a exposição a telas (celular ou computador) e estar em um local aconchegante.
Além das questões biológicas, o sono das mulheres pode ser afetado por certos hábitos, como consumo de cafeína ou álcool e tabagismo. E há, ainda, problemas médicos que podem impedir as mulheres de dormir bem. Entre os mais comuns estão:
Refluxo ácido
Artrite e dores articulares, dor nas costas, fibromialgia
Asma
Epilepsia
Menos comuns: Esclerose Múltipla e Mal de Parkinson
Se você está passando por uma fase de insônia, não sofra sozinha, procure ajuda especializada. Seja um clínico geral, psicóloga(o), terapeuta. No Site da Granja temos uma sessão dedicada à Saúde com parceiros especialistas. Acesse:
granjaviana.com.br/canal/saude