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Pré-candidatos correm atrás dos eleitores com pesquisas eleitorais

15/05/2024


Em 8 de maio encerrou-se o prazo para regularização dos títulos eleitorais e a corrida eleitoral começou.

Cotia tem 190.471 eleitores. O maior número de eleitores estão entre 45 e 59 anos, com 48.395 munícipes. Já os jovens de 16 e 17 anos, são apenas 1.653, sendo que não são obrigados a votar.

As mulheres são maioria, com 53% (100.212 eleitoras) e 47% são homens (90.187). 

Na educação, a maioria dos eleitores tem ensino médio completo, com 31,95% (60.846 pessoas) e em relação a cor/raça, 174.969 eleitores não informaram.

As pesquisas

Boa parte das  conversas sobre as eleições e seus candidatos acabam sempre num tema: as pesquisas eleitorais. O Site da Granja foi atrás da empresa que faz  os trabalhos de pesquisa de 09 entre 09 candidatos da região - o Instituto MAS Pesquisa - e conversou com seu fundador e diretor/proprietário: Marcos Agostinho Silva (vem daí o nome MAS).

Sociólogo e Cientista Político, Marcos se especializou em análise de dados socioeconômicos voltados à implementação de políticas públicas, estratégias eleitorais e prospecção de novos negócios. O Instituto MAS  tem 25 anos e trabalha com pesquisas diversas, entre elas, as Eleitorais.

Site da Granja (SG) - Vc pode contar um pouco de como foi parar nesse ramo e quando/como passou a integrar o MAS?

Marcos A. Silva (MAS) - Iniciei minha trajetória em 1991, tomando um café com uma amiga que trabalhava na Fundação SEADE - Sistema Estadual de Análise de Dados. Na conversa, eu disse que precisava trabalhar, eu estava esperando sair minha bolsa de estudos pela CAPES,  e ela falou “Poxa, vc pode fazer pesquisa!”. Respondi que não gostava, trabalhar na rua... e ela: “Vc nunca trabalhou com pesquisa, e você quer ser logo supervisor?" “Seria o ideal!” respondi. “Só se vc montar um instituto de pesquisa pra vc.” (risos) Então foi nessa conversa que surgiu a ideia de criar um instituto de pesquisa. Passei a estudar as metodologias, ferramentas, especializações.

Somado também à militância nossa do dia a dia, porque eu não sou apenas um profissional. Eu sou também um homem preto e isso de alguma forma norteia meu posicionamento diante da política e de minha atividade profissional, isso não se dissocia.

SG – O que é uma pesquisa de opinião pública?

MAS - uma pesquisa de opinião pública é um retrato, uma fotografia. As amostras, as entrevistas, são os pixels dessa foto (pixel é a menor unidade de uma imagem digital - N. da E.). Se vc considerar um rosto, vc tem que distribuir os pixels por toda sua superfície. Independentemente da quantidade, vc representará esse rosto. Quanto maior quantidade de pixels, maior a resolução, melhor vc pode ver esse rosto. E vc não pode colocar os pixels de um lado só, ou só no olho, ou só na boca, vc tem que distribuí-los por toda sua forma. Essa é a representação, a pesquisa é isso. Quando eu falo de Cotia eu tenho que distribuir meus pixels, minhas entrevistas pelas pessoas, proporcionalmente à distribuição dos eleitores em Cotia: região da Granja, região do Morro e região de Caucaia.

Então a pesquisa eleitoral, ela representa o rosto eleitoral e suas características. Representar não significa ser exatamente uma verdade, mas uma noção do que seja essa verdade. Voltando à ideia do retrato, em um momento esse rosto pode ter o olhar fixo no horizonte, em outro pode estar cabisbaixo, outro pode estar esfuziante, então o que vale é a junção desses movimentos do rosto, das feições do eleitorado, conforme uma série histórica. Se vc reproduzí-las de forma rápida, podemos ter um curta-metragem que permite indicar com mais clareza, mais assertividade, um futuro, uma tendência. 

SG- Como foi o crescimento do instituto neste segmento de mercado?

MAS - Tem um amigo meu que diz o seguinte: “Marcos, as pessoas gostam do seu trabalho, respeitam você, só que as vezes vc é sincero demais, e vc acaba chocando as pessoas!”

Nós vivemos de credibilidade, nossa meta é acertar os resultados dentro dos parâmetros técnicos. A gente não é Mãe Dinah para adivinhar o futuro, a pesquisa é um caminho científico para que vc obtenha um retrato mais próximo da realidade, tanto é que uma pesquisa comporta uma margem técnica de erro, para mais ou para menos.

Hoje vemos as pessoas respeitando nosso trabalho, seja na oposição ou  situação. Os nossos clientes sempre vão para as urnas no dia das eleições já sabendo qual será o resultado. Então, todos os dias, nosso objetivo é continuar realizando o trabalho como sempre fazemos nessas últimas três décadas, do ponto de vista da manutenção desse patrimônio. 


SG - Vc pode dar uma visão através dessa experiência nas pesquisas de Cotia de como ela é, como se comporta, qual o "jeitão" do eleitorado cotiano e se ele está em mudança, se existe algo novo sendo captado neste momento?

MAS - Interessante essa pergunta, essa questão do “jeitão”: Cotia tem uma história interessante porque é fragmentada, não tem um centro como Osasco, Itapevi...   Caucaia, por exemplo,  é uma região de sítio, mas também tem uma grande periferia. A Granja Viana, que é um termo genérico, é qualquer coisa, o que é Granja Viana?  Qual o tamanho da Classe A de verdade de Cotia?  Aí vc tem o Morro. Só que esse Morro ele vem por trás, (Miguel) Mirizola, Turiguara, aí vc atravessa a pista  vc tem o outro lado, do Jdim Sandra, tem uma periferia grande, vc tem uma borda, bem vasta de verde, enfim...

Além dessa questão geográfica, a gente tem essa outra questão, que é a do poder em Cotia: tivemos dois mandatos do Rogério Franco, dois do Carlão, dois do Quinzinho, aí temos Mario Ribeiro, temos Ailton, só pra ficar no meu tempo de atuação, que é da eleição de 92 pra cá, portanto 32 anos. O eleitorado está um pouco cansado disso. O perfil dos prefeitos que governaram esta cidade é de um homem branco, trabalhador, já bem-sucedido, com uma certa sustentação e com uma visão, muito parecidos entre si.

Hoje, falando concretamente, temos duas frentes na cidade. Uma é o pré-candidato Formiga e outra, a pré-candidata Ângela (Maluf). Muito provavelmente aqueles eleitores que querem alguma mudança veem o Formiga como uma figura merecedora de uma chance, “todo mundo já foi, deixa ele agora”. Por outro lado, vamos para a Ângela. Cotia, se não me engano, há algumas décadas, não tem uma mulher sequer vereadora (42 anos – N. da E.). Se o povo quer mudança, então a Ângela entra nesse patamar também. Portanto, a questão para o eleitorado de Cotia, mais do que olhar para os problemas do município, é escolher entre Ângela e o Formiga. Talvez o fato de pela primeira vez ter uma mulher com chance de governar a cidade, seja a grande mudança que o eleitorado pode fazer. 

SG - Sim, aí entra a importância da segmentação do eleitorado (gênero, raça, religião, faixa etária, sexo). Diante deste contexto, por que Cotia não elege nenhuma mulher há 42 anos?

MAS - Eu não vou saber precisar agora a data exata quando as mulheres começaram a votar (Em 24/02/1932, o voto feminino passou a ser assegurado pela legislação brasileira -  N. da E.), um gap de 40, 50 60 anos. (A eleição presidencial de 1894 foi a primeira eleição direta do país, votada por homens brancos. N. da E.). As mulheres começaram a votar depois e ainda tuteladas. Havia uma lei que proibia os negros de entrarem na escola, até a década de 80 analfabetos não votavam, então uma parte da sociedade, a mais vulnerável, não votava. Até pouco tempo, não tinha banheiro feminino no Senado, assim como em algumas comarcas não tem banheiro para a Juíza. 

A questão de raça e cor também é extremante importante, porque é aquele choque. Os corpos negros interferem no espaço e interferem politicamente. Então a segmentação social é importante, no caso dos vereadores é fundamental, ter consciência da necessidade de se conhecer seu próprio nicho. Agora, numa candidatura majoritária, há que haver uma coordenação de olhares voltados para uma administração pública, fazer com que todos tenham acesso a serviços, a direitos...  e que a administração pública seja o principal agente da diminuição das desigualdades. Porque a imensa desigualdade de poder que tem a população feminina e a população negra no país é que faz com que a gente há 42 anos não tenha uma mulher eleita em Cotia.


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