TELEFONE E WHATSAPP 9 8266 8541 | Quem Somos | Anuncie Já | Fale Conosco              
sitedagranja
| Newsletter

ASSINE NOSSA
NEWSLETTER

Receba nosso informativo semanal


Aceito os termos do site.


| Anuncie | Notificações
Voltar

Seca ameaça setores estratégicos e reacende debate sobre o uso consciente da água

10/09/2025



Crise hídrica volta a preocupar: reservatórios em São Paulo atingem nível mais baixo desde 2015

O alerta vermelho nos reservatórios

A Região Metropolitana de São Paulo está revivendo um fantasma que parecia ter ficado no passado: a crise hídrica. Em agosto de 2025, o volume dos sete sistemas que abastecem a Grande São Paulo caiu para 41,1% da capacidade, o menor índice desde 2015, quando a cidade enfrentou a histórica seca que levou o Cantareira a operar com apenas 11,4%.

O contraste é preocupante: em agosto de 2023, os reservatórios estavam com 72,5%. Um ano depois, o índice caiu para 59,6% — agora, em setembro, já está abaixo dos 40%. Para se ter ideia, em 2013, um ano antes da primeira grande crise, a marca era de 61,1%.

A Sabesp reforça que não há risco imediato de desabastecimento graças ao Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que permite transferências de água entre diferentes mananciais. Ainda assim, admite que a situação inspira cuidados e depende da colaboração da população.

“Pequenas atitudes no dia a dia ajudam a garantir água para todos”, reforçou a companhia em nota, lembrando que obras importantes após a crise de 2014/2015 — como a interligação Jaguari–Atibainha e o Sistema São Lourenço — trouxeram mais segurança, mas não eliminam o risco de novos episódios críticos.

Governo garante preparo, mas pede cautela

A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, afirmou que o estado “está preparado” para enfrentar o período de seca. Segundo ela, o governo vem atuando de forma preventiva, acelerando obras de drenagem e resiliência hídrica, além de melhorar a gestão de perdas de água.

“Temos governança, plano, investimento e os atores muito bem coordenados. O meio ambiente tem que estar em tudo”, disse Natália, destacando que a meta é reduzir pela metade o volume de esgoto despejado no Tietê até 2029 e ampliar projetos que fortaleçam os reservatórios.

Ainda assim, a secretaria anunciou medidas emergenciais. Uma delas é o regime de “gestão de demanda noturna”, autorizado pela Arsesp, que permite reduzir a pressão da água durante oito horas na madrugada. A previsão é de economia de 4 mil litros por segundo — sem grande impacto para o consumidor, já que o horário é de baixa demanda.

O estado também aprovou o Protocolo de Escassez Hídrica, que define estágios de atenção, criticidade e emergência, com medidas proporcionais à gravidade da situação. 

E em Cotia?

No Sistema Alto Cotia, a água vem da represa Pedro Beicht, formada principalmente pelos rios Capivari e Cotia. A captação é feita na represa da Graça e transportada para a Estação de Tratamento Morro Grande. A produção de 1,2 mil litros de água por segundo abastece cerca de 410 mil habitantes dos municípios de Cotia, Embu, Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu e Vargem Grande.  Embora em declínio nas últimas semanas, o nível de água na quarta 10/09 é de 55,4%, considerado bom.

O peso da crise no cotidiano

Se em São Paulo o foco está no abastecimento, em outras regiões do Brasil a seca mostra que seus impactos vão muito além da torneira. A crise hídrica atinge setores estratégicos e tem efeito cascata na economia e na vida das pessoas.

O destaque preocupante vai para o setor elétrico:

A crise hídrica prolongada expõe fragilidades do sistema elétrico brasileiro. Reservatórios estratégicos — como os das bacias do Paraná, São Francisco e Tocantins — enfrentam déficit contínuo há mais de dez anos, mas o modelo de previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ainda se baseia em séries históricas antigas, sem considerar os efeitos das mudanças climáticas. O resultado é menos precisão na estimativa de água disponível, aumento na dependência de usinas termelétricas mais caras e, consequentemente, a conta de luz mais alta para consumidores, além de maior pressão sobre toda a rede elétrica do país.

Navegação: rios com níveis reduzidos dificultam o transporte de cargas. Na Amazônia, comunidades ribeirinhas ficam isoladas, sem acesso regular a alimentos, remédios e suprimentos.

Saúde pública: altas temperaturas e umidade favorecem a proliferação de mosquitos transmissores de doenças como dengue e malária. Além disso, a falta de água pode comprometer higiene e aumentar riscos de contaminações.

Agricultura e alimentos: secas prolongadas reduzem a produtividade das lavouras, prejudicam a criação de animais e podem encarecer alimentos básicos. Um relatório internacional alerta que, sem medidas urgentes, metade da produção mundial de alimentos pode ser comprometida até 2050.

Ou seja: a crise hídrica não é só sobre abrir a torneira e ver menos água cair. Ela mexe na conta de luz, na mesa do brasileiro e até na qualidade da saúde coletiva.

Obras e investimentos: solução ou paliativo?

Desde 2015, o governo paulista e a Sabesp investiram bilhões em infraestrutura hídrica. O Sistema São Lourenço, por exemplo, inaugurado em 2018, permite abastecer cerca de 2 milhões de pessoas. Já a interligação Jaguari–Atibainha garante o reforço ao Sistema Cantareira em períodos críticos.

Mais recentemente, a captação de água do rio Itapanhaú e do Ribeirão Sertãozinho, um investimento de R$ 200 milhões, entrou em pré-operação e deve adicionar 2 mil litros por segundo ao sistema.

Ainda que relevantes, especialistas alertam que essas medidas não podem ser vistas como soluções definitivas. A combinação de mudanças climáticas e crescimento urbano exige que a política hídrica seja tratada de forma integrada, com foco também em preservação ambiental, saneamento básico e educação da população para o consumo responsável.

Para onde vamos?

O Brasil convive com extremos: seca em algumas regiões e enchentes em outras, muitas vezes num mesmo intervalo de meses. Essa realidade tende a se intensificar com as mudanças climáticas.

Relatórios internacionais, como o da Comissão Global sobre a Economia da Água, mostram que a escassez não é só um problema do futuro — ela já está em curso. Três bilhões de pessoas vivem em áreas onde o armazenamento de água está em declínio, e nenhuma comunidade está imune.

No caso paulista, a grande pergunta é: os investimentos serão suficientes para evitar o colapso ou estamos apenas ganhando tempo até a próxima grande crise?

Enquanto a resposta não chega, o recado é claro: economizar água não é só uma recomendação, é uma necessidade coletiva. E, no ritmo atual, cada gota conta.


Notícias Relacionadas:


 
TENHA NOSSAS NOTÍCIAS DIRETO NO WHATSAPP, CLIQUE AQUI.

Pesquisar




X





































© SITE DA GRANJA. TELEFONE E WHATSAPP 9 8266 8541 INFO@GRANJAVIANA.COM.BR