31/10/2024
A pesquisa abrangeu pessoas de Cotia, Vargem Grande Paulista e cinco distritos do Butantã.
A entrevista era encerrada para quem respondeu “não” e continuou para os que disseram “sim”:
Desses, sete em cada dez responderam que a iniciativa vai causar impacto na vida da população. Desse total, 30% disseram que o principal efeito será ambiental (desmatamento e redução de parques). Outros 23% apontaram melhorias no trânsito como consequência primordial. Já 20% responderam impacto financeiro (com a criação de novos pedágios), 14%, desapropriação de moradias e 13%, piora na saúde com mais poluição.
A pesquisa
O levantamento foi feito pela Mira Pesquisa e o método utilizado foi o quantitativo por meio de ligações automatizadas, em um sistema chamado Unidade de Resposta Audível (URA), que permite às empresas iniciarem chamadas telefônicas automáticas para interagir com os participantes.
O estudo foi realizado nos dias 3 e 4 de outubro e abrangeu moradores de Cotia, Vargem Grande Paulista e dos bairros da capital paulista Butantã, Morumbi, Raposo Tavares, Rio Pequeno e Vila Sônia. A margem de erro é de 3,5%.
Transporte público
Perguntados sobre qual seria a melhor alternativa de mobilidade ao Projeto Nova Raposo, metade respondeu “Transporte público”, um terço “Corredor de ônibus”, 4% “Ciclofaixa” e 14% “Não há alternativa”. Oito em cada 10 motoristas que possuem carro próprio também indicam o transporte público como alternativa.
Falta de participação popular
"Contratamos essa pesquisa justamente para saber o nível de conhecimento da população que será impactada sobre este projeto", afirma Ernesto Maeda, um dos coordenadores do Nova Raposo, Não!. Ele afirma que o governo estadual realizou apenas duas audiências públicas, o que seria insuficiente para debater o assunto.
A pesquisa perguntou sobre o conhecimento da realização de duas audiências públicas sobre o Projeto Nova Raposo. Mais de 06 entre 10 pessoas (64%) disseram não ter conhecimento.
Quando perguntadas sobre a importância da participação da população no projeto, 9 em cada 10 pessoas consideram importante.
Extremos climáticos
Para a maioria dos entrevistados (67%), o projeto Nova Raposo vai agravar a crise climática. Já 17% disseram não acreditar que a obra provoque piora na situação, e 16% não têm opinião formada.
O Movimento
A pesquisa foi protocolada no Ministério Público de São Paulo junto a uma representação feita pelo “Nova Raposo, Não!” na 4ª Promotoria do Meio Ambiente.
O Movimento “Nova Raposo, Não!” conta com mais de cem entidades, composto por associações de moradores, Ong’s e coletivos da região impactada. Como demonstração de representatividade, possuem abaixo assinado com mais de 23 mil assinaturas.
Também foi criado um Grupo de Trabalho Técnico, com geólogos, urbanistas, biólogos e jornalistas para propor alternativas eficientes e sustentáveis, analisar o impacto do projeto e divulgar as ações do movimento.
Agenda
Até o momento, foram realizadas 5 plenárias presenciais, onde são decididas suas principais diretrizes. A próxima plenária será domingo, 3 de novembro, às 15:00h, com participação aberta à toda população. Ela acontecerá na rua José Piragibe, 178 - Vila Indiana, Butantã.
O leilão da Nova Raposo está marcado para ocorrer no próximo dia 28 de novembro.