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Tombamento da Vila do DAE deixa Cotia mais regenerativa

14/08/2025


Mauricio Orth


O prefeito de Cotia assinou o tombamento provisório da Vila Operária do DAE neste sábado (09/08) no Pátio do Morro Grande, onde acontecem os “Abraços da Sede”, ações populares importantes desse movimento que visa o desenvolvimento de um projeto de cultura, educação, preservação, turismo e  empreendedorismo sustentável voltado para o Morro Grande e, especialmente, para a Vila do DAE.

Para que todas essas atividades possam acontecer, havia um passo fundamental a ser conquistado: o tombamento da Vila, na medida em que esse conjunto quase secular sofreu recentemente um duro golpe, a demolição de 10 de suas 53 edificações. 

O tombamento provisório é importante porque evita imediatamente novas demolições pela SABESP antes da decisão do tombamento definitivo, que ainda depende de algumas etapas para concretizar-se, como a criação de um Conselho Municipal de Patrimônio e estudos técnicos. Ele também fortalece os processos de solicitação de tombamento definitivo no CONDEPHAAT (estadual) e no IPHAN (federal), ambos em andamento.

Apesar do frio, foi em uma tarde de sol que  pessoas da comunidade e autoridades ocuparam a praça com fogueira, arranjos florais e imensa alegria para a assinatura do prefeito Formiga, acompanhado do vice Paulinho Lenha, secretários e vereadores.

O prefeito afirmou que a assinatura do decreto que estabelece o tombamento provisório da Vila Operária do DAE reconhece o local como patrimônio histórico da cidade e que a medida integra ações voltadas à defesa da sustentabilidade. Formiga lembrou também das recentes medidas de repressão a loteamentos clandestinos e ocupações irregulares. Segundo ele, o objetivo é reforçar a preservação ambiental e cultural da região, resgatando a identidade de Cotia como cidade comprometida com a sustentabilidade e regeneração.

Edgar Souza, chefe de gabinete, presente no ato e portador das boas novas em seu discurso, resumiu:

“Esse é muito mais que um trabalho, é um presente que recebo dessa gestão”.

As boas novas se traduziam na assinatura de dois decretos: o do tombamento provisório e da formação de um grupo intersecretarial que terá o prazo de seis meses para desenhar o que se pretende ser feito.

Nesse grupo, além do gabinete, as secretarias envolvidas são a de Cultura e Lazer, também responsável pelo tombamento em si, Verde, Meio Ambiente e Agropecuária, de Governo, Assuntos Jurídicos e da Justiça, Comunicação e  Turismo.

Em sua fala, Souza disse que a ideia é apresentar um plano de desenvolvimento sustentável e regenerativo para a Reserva do Morro Grande, elaborado com participação da comunidade e de movimentos locais. A iniciativa inclui o restauro, conservação e retomada das casas existentes onde acontecerão as atividades.

Segundo ele, após diálogo com o poder público e apoio de consultoria externa, foi encontrado o caminho jurídico para viabilizar o tombamento provisório e acatar essa que é a primeira reivindicação do Movimento. Dando continuidade, o Executivo encaminhará na próxima semana um projeto de lei para a criação do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, peça fundamental para o tombamento definitivo. Souza terminou sua fala afirmando que o ato pode ser considerado um marco histórico para a preservação do local.

Cristina Soutelo, uma das representantes do Movimento, afirmou em seu discurso que os moradores mais antigos da região do Morro Grande foram os primeiros a manifestar o desejo de preservar a história local para as futuras gerações, destacando a importância da água, da floresta e do patrimônio cultural. Nesse evento, Soutelo disse que a Prefeitura reafirmou o compromisso de regenerar e revitalizar a área, com ações voltadas também para a educação e a cultura. E sendo feito dessa forma, o projeto, segundo ela, não se limitará ao território da reserva, mas terá impacto em todo o município e poderá servir de referência para o Estado de São Paulo.

Ana Alcantara, figura importante na interface entre o movimento e o poder público, iniciou sua fala reforçando o compromisso com a chamada cultura regenerativa, definida como a entrega de um território em melhores condições do que foi recebido. Segundo ela, todas as ações serão construídas de forma participativa, envolvendo a comunidade em etapas como o mapeamento do território. Alcantara agradeceu ao vereador licenciado e secretário Silvio Cabral pela iniciativa de contatar o prefeito, e diretamente ao prefeito Formiga, reconhecido por adotar essa  visão de política regenerativa. Também foram homenageadas as mulheres do Movimento e profissionais de diversas áreas que contribuem para a preservação e revitalização local. Histórias pessoais de engajamento ambiental foram relembradas, destacando o caráter afetivo e coletivo da mobilização.

Os moradores da Vila Ari Oliveira Albuquerque e Heitor Pignonato agradeceram a Cristina Soutelo e demais participantes do Movimento, além de destacarem a importância do apoio da equipe e das famílias para o avanço do trabalho municipal. Em discurso, agradeceram também a colaboração e o empenho de todos os presentes, ressaltando que o sucesso das ações depende da união e do engajamento coletivo.

Após a aprovação do decreto pela Câmara, fica então proibida qualquer intervenção nos imóveis que possam comprometer a sua integridade e, portanto, qualquer intervenção deve ser autorizada pela administração municipal.

As antigas casas da Vila do DAE possuem relevante valor histórico, cultural e social para Cotia e são o testemunho do desenvolvimento da cidade. Os imóveis serviram aos antigos operários que participaram da construção e operação de um dos mais importantes sistemas de abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo, localizado na Reserva Morro Grande, o Sistema Alto Cotia. Com a proteção dos imóveis, a gestão municipal caminha para a construção de um projeto de ecoturismo, em parceria com o governo estadual, com vistas à preservação e uso sustentável de trechos da Reserva do Morro Grande. Em nota, a Prefeitura também declarou que  apoia a inclusão da Reserva Florestal no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e seguirá buscando apoio governamental para a conquista do tombamento da Vila do DAE tanto pelo IPHAN como pelo CONDEPHAAT.

“Uma luta da comunidade, do poder público e da comissão feminina para efetivar as ações no território, que transformam o abandono em revitalização. Assim Cotia inova como pioneira em adotar a Cultura Regenerativa como política pública, com educação ambiental, turismo de base comunitária e centro de convivência intergeracional.”, resumiu Ana Alcantara, também jornalista do Site da Granja, após o encerramento do ato.

Decretos Assinados

(ambos com data de 08 de agosto)

Decreto n.º 9.495

"Dispõe sobre o tombamento provisório do conjunto arquitetônico da Vila Operária do D.A.E., localizado no Bairro do Morro Grande."

Decreto nº 9.496

"Cria Grupo de Trabalho Intersecretarial para estudos e proposição de ações voltadas à preservação e ao desenvolvimento sustentável e regenerativo da Reserva Florestal do Morro Grande, bem como para a sugestão de medidas legislativas relacionadas à política de conservação ambiental e à proteção do patrimônio histórico, arqueológico, artístico e turístico do Município."


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