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Planeta Eu

Sim! Pode falar! Saí com duas garotas de quinze anos

30/11/2016



Saí com duas garotas de quinze anos. Uma delas disse vários nãos para o que eu propunha. Vamos mudar de mesa por causa do barulho do ventilador? Não! Vamos andar pela grama? Não!

Vamos à padaria? Não!

Fiquei pensando se sou muito autoritária, se fico querendo dirigir tudo e ela estava ali para me mostrar isso. Enfim, o que importa é que tanto ela como eu temos opinião e nos expressamos.

Nem sempre é assim. Tenho uma dificuldade gigante de dizer que o Rei está nu. Conhece o conto de Andersen?

O Rei é enganado por um bandido que se diz alfaiate e que promete que fará uma roupa que só os inteligentes e astutos poderão enxergar.  O Rei entra no ateliê do falso alfaiate e não vê roupa nenhuma, mas, como não quer passar por burro, diz que a roupa que não existe é magnífica e a usa num cortejo pela cidade. Ninguém ousa dizer que não vê a roupa, com exceção de uma criança que grita: “o Rei está nu!”.

Não sou essa criança, sou mesmo é filha do silêncio. Minha mãe falava para eu não dizer para meu pai o preço das coisas que comprávamos em deliciosa cumplicidade. Faço força para não falar o mesmo para meus filhos.

Convivi muito tempo com um chefe que mentia e todos sabiam que ele estava mentindo, mas ninguém ali tinha coragem de dizer que ele estava nu. Medo de perder o emprego? Não! No meu caso, falta de coragem para contar que eu estava enxergando seu corpo fragilizado embaixo das vestes invisíveis. Não queria confrontá-lo com suas incoerências. Delicadeza? Sempre pensei que fosse isso, mas hoje vejo que é um jeito de mentir também. É um condicionamento. Eu participei e co-criei a farsa do silêncio que vivíamos ali.

“Cala-te e acata”. Era o que minha amiga ouvia do seu pai. Minha mãe passou o silêncio para mim, a mãe dela para ela, e por aí vai. Esses ensinamentos foram chegando e se instalando muito sutilmente.

De tanto ficar quieta foi ficando difícil de me ouvir internamente, fui ficando pouco sensível para o que acontece de verdade nas situações. Comprei até uns óculos cor de rosa!

A garota de 15 anos que só me dizia não e minha amiga que sempre diz o que pensa existem também. Gente que grita rompendo o silêncio. Sabem colocar o dedo na ferida. Expõem. Trazem desconforto. Escolheram o lado audível! Eu escolhi o lado quieto.

Um dia um namorado me contou uma verdade sobre nós. Quando ele falou, nosso namoro precisou terminar. Por isso ele não falava, por isso eu não falava. Para não ter que agir. Ficar em silêncio é manter a estagnação.

Enxergar é uma grande dádiva! Poder ver o céu azul, a noite estrelada, a lua cheia... Enxergar dentro de si é dádiva maravilhosa também. Descortina, abre, amplia... vou cuidar para não passar o silêncio para meus filhos, para quem está perto de mim... vou cuidar para enxergar e amar a verdade. Ela dói muitas vezes... mas a dor passa e a casa fica arejada!


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Jany

Escritora e Focalizadora de Dança Circular no UlaBiná.

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