17/07/2025
O Porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina, enfrenta desafios de expansão devido ao aumento do fluxo de mercadorias e à infraestrutura logística. A implementação de portos secos, também conhecidos como estações aduaneiras do interior (EADIs), é cada vez mais uma solução estratégica procurada para otimizar o fluxo de cargas, aumentando as possibilidades logísticas. Assim, como o aumento do fluxo de mercadorias tem gerado dificuldades de acesso e congestionamentos, os portos secos surgem como uma solução estratégica.
O que são:
Portos secos são áreas alfandegadas localizadas no interior, que funcionam como extensões do porto principal, permitindo a realização de procedimentos aduaneiros e armazenagem de mercadorias.
São capazes de reduzir filas e atrasos nos despachos, aliviando a pressão sobre o porto principal. E permitem ainda maior otimização no uso de modais de transporte (rodoviário, ferroviário etc.).
Caucaia é localização estratégica
Áreas próximas a centros de produção e boa malha viária, como é o caso de Caucaia, favorecem a instalação de um porto seco.
Michel da Silva Alves, Secretário de Trabalho e Renda de Cotia, esteve recentemente no Porto de Santos junto com Anderson Pomini, presidente do Porto, e conversou com o Site da Granja:
“O momento é de estudos técnicos e busca de parcerias, junto com o Ministério do Empreendedorismo da União, para viabilizar a possibilidade de ter um Porto Seco no Distrito de Caucaia do Alto, aproveitando a facilidade da linha férrea. Então, é uma discussão que nós estamos fazendo com o Grupo Rumo.”
A linha férrea de Caucaia do Alto, em Cotia, está sob a gestão do Grupo Rumo, que administra o transporte de cargas na região. A Rumo Logística é a maior operadora ferroviária independente do Brasil, especializada em transporte de cargas por meio de ferrovias. A empresa conecta as principais regiões produtoras do país com os principais portos, oferecendo soluções logísticas que incluem transporte ferroviário, operações de terminais e armazenagem.
“Nós estamos iniciando os debates, ainda é algo mais embrionário, mas já existe aí alguns estudos por parte da Secretaria. É algo que estamos vendo, sendo pensado, para que a gente possa evoluir como cidade.” Finaliza Alves.
A Rumo e Caucaia: travessia será resolvida
Falando em Grupo Rumo, a passagem em nível da linha férrea em Caucaia está com seus dias contados: as reclamações sobre falta de segurança e até atropelamentos são constantes há mais de 10 anos. Sobre isso, a empresa assim se manifestou:
“O Objetivo da Rumo é aprimorar a infraestrutura existente e eliminar conflitos urbanos, como a construção de um viaduto e uma passarela de pedestres para melhorar a mobilidade e segurança na região.”
A construção do viaduto e da passarela visa resolver esses problemas históricos, onde a linha férrea corta a área urbana.
O investimento total nas obras de melhoria na região de Caucaia do Alto está estimado em aproximadamente R$ 25 milhões, com previsão de início das obras ainda em 2025.
Atualmente, não existem planos de concessão para transporte de passageiros nessa linha.