11/08/2022
Uma data comercial que também pode se tornar uma oportunidade de fortalecer vínculos desta relação repleta de emoções. Ser pai não é fácil, ser filho também não. Um turbilhão de memórias que nos confunde por transitar num espaço de amor e dor.
“O futuro é ficção. O passado, ilusão. O que temos é o PRESENTE que não pode ter melhor nome do que este”, como disse o antropólogo Roberto Crema. O convite neste momento é para deixar a criança ferida no passado, não se apegar ao que está por vir e simplesmente, se apropriar do tempo de hoje, ligando a chave da observação.
Quando se dá um presente pensado para alguém, ele é uma alquimia que funde o gosto ou necessidade da pessoa com a cara de quem está dando o presente, unidas às condições de cada caso. Este extrato chamado “Presente”, se conectado com um olhar curioso frente ao que seu pai é hoje, pode ser transformador.
Quais os hábitos do seu pai atualmente?
O que faz os olhos dele brilharem?
Como ele serve à Vida?
Onde mora o seu prazer?
O que mudou no decorrer da vida?
Ele se sente pertencente a algum lugar? A alguma causa?
Estas perguntas norteadoras servem para colocar um valor afetuoso neste gesto de ofertar algo em homenagem à paternidade. Pode ser um passeio intergeracional, uma partida de buraco, uma cerveja artesanal, uma pantufa, um prato predileto, uma foto impressa, um ingresso de cinema, uma escuta generosa daquelas mesmas histórias de sempre, um reconhecimento de algo que ele fez e impactou sua vida, uma carta revelação do que com ele aprendeu. Um longo abraço. Abraços com mais de 20 segundos são terapêuticos e uma ótima opção para aproximar corações.
Presente que faça sentido, que conta uma história. Que deixa a jornada mais leve, divertida e amorosa, lembrando que as melhores coisas da vida, não são coisas.
Se seu pai já morreu, a presença da ausência merece uns minutos do silêncio.
Se ele não lembra que é seu pai, você se lembra que é filho(a) dele.
Se seu pai é ausente por opção, ofereça a simples gratidão pelo dom da vida, que aliás
“é trem bala, parceiro e a gente é só passageiro prestes a partir”, como diz a canção de Ana Vilela (Trem Bala no Youtube)
Desejamos para vocês um dia dos pais tocante!
Ana Alcantara
Ana
Alcantara é jornalista, mobilizadora do terceiro setor, fotógrafa, granjeira
desde que nasceu e com a Kzal Comunica, junto com o jornalista Mauricio Orth,
colabora com o Site da Granja.