09/03/2023
Já em 01/03, a Polícia Civil de Cotia prendeu uma mulher suspeita, Micheli, de 30 anos. De
acordo com as investigações, Micheli teria descoberto que seu marido estava fornecendo drogas para a vítima em
troca de sexo. Descrita pela imprensa, que deu ampla cobertura no caso, como “ex-modelo”,
a vítima teria sido morta por enforcamento tendo depois seu corpo carbonizado. Micheli
contou com a ajuda de Igor e Júlia. Segundo as investigações, por duas pedras
de crack, Igor ocultou o corpo da vítima, o levando para a passarela, distante
a 50 m do local do assassinato. Júlia participou diretamente da emboscada e foi
indiciada por homicídio qualificado. Igor, por ocultação de cadáver. Todos estão
presos.
O prédio, onde funcionava a casa noturna com capacidade para 4 mil pessoas, ficou abandonado após
encerrar as atividades. Aos poucos, o espaço foi sendo dominado por usuários de
crack. Na ‘cracolândia de Cotia’, cerca de 30 pessoas moravam ali, em meio aos
ratos e muita sujeira. Depois do ocorrido, muitos foram embora, assustados com
a repercussão.
O espaço é frequentado também por visitantes de diversos perfis sociais. Ativista social e morador de Cotia, Israel Fávaro escolheu o local para desenvolver o seu trabalho:
detalha. Israel vai além: “Ali morre gente direto. Este
caso repercutiu porque ela era conhecida. Direto ali some gente. Já foi polícia
lá dentro para cavar e procurar corpo”, revela.
“Ciente da
situação precária e de abandono em que se encontra o imóvel localizado na Av.
Prof. José Barreto, 2091 (com fundos para a rua Rondônia, altura do 75), em
janeiro de 2022, a Secretaria de Governo de Cotia solicitou, via ofício, que a
Secretaria de Habitação e Urbanismo elaborasse um laudo técnico do imóvel que
apontasse a real situação do local, bem como fizesse a identificação e
notificação do proprietário solicitando a interdição do local.
O proprietário foi notificado, no entanto, não tomou nenhuma providência.
Diante disso, em fevereiro de 2022, a Secretaria de Governo encaminhou um
ofício solicitando à Secretaria de Assuntos Jurídicos e da Justiça que movesse
uma ação judicial para que a Prefeitura possa fazer a demolição de forma
compulsória do referido imóvel, que está com sua estrutura comprometida,
conforme laudo da Secretaria de Habitação e Urbanismo.
A
Prefeitura já está procedendo o pedido judicial para demolição sumária das
referidas construções.
Oportuno
citar que equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social, com o apoio da
Guarda Civil, realizam abordagens acolhedoras, cuidados de higiene, oferta de
atendimento psicossocial e oportunidade de reintegração social a cada uma das
pessoas que se abrigam no local. O fato é que, em sua maioria, são pessoas
dependentes de drogas e álcool que necessitam de amparo, acolhimento,
tratamento e de um atendimento direcionado. O patrulhamento da Guarda Civil é
feito de forma técnica e intensificada nos arredores de locais como esse, com o
objetivo de manter a integridade dos dependentes químicos, assim como dos
moradores e transeuntes.
Em relação aos usuários de entorpecentes, o serviço público municipal de saúde
oferece atendimento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS
AD). O atendimento é porta aberta. O CAPS AD fica na rua Topázio, 96, Jardim
Nomura.”
Para Israel
Fávaro, somente demolir o imóvel não vai adiantar. “Se não tiver um
trabalho junto a essas pessoas, um local público de acolhimento, infelizmente
vai fechar o Cotia Hall e o problema só vai mudar de lugar”, diz. “É bom
lembrar também que ali existem pessoas que não são usuárias de droga. Estão ali
por falta de trabalho e de moradia; pessoas que saíram do aluguel e pararam ali
como única opção”, conclui.
Fonte: Cotia
e Cia e Comunicação Social - Assessoria de Imprensa - Prefeitura de
Cotia