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Sabesp promove desmatamento no Embu, Cotia e Carapicuíba

16/09/2025


Mauricio Orth


Obras de saneamento dividem opiniões entre moradores

O Site da Granja recebeu um vídeo de uma pessoa da Granja Viana:

“Estamos no Golf Village, em uma área de Preservação Permanente- APP, uma várzea extremamente frágil, com muitos animais e plantas nativas”.

Segundo o relato, a Sabesp, por meio de empresa contratada, derrubou em apenas dois dias uma floresta inteira atrás das casas. A pessoa afirma que, embora a obra estivesse em preparação há meses, “a gente não foi informado de nada disso”.

Ela questiona a falta de transparência, o cancelamento de uma reunião marcada entre moradores e representantes da obra e o impacto ambiental: “Pessoal, essa destruição, imaginem, isso tudo aqui é floresta, tudo árvore. Foi feito em dois dias, dois dias!! Não deu tempo nem de piscar os olhos.”

A crítica central é que o projeto teria sido apresentado como sendo um desmatamento de uma faixa contínua com 4 metros de largura, mas na prática a área chega a 12 ou 14 metros. Além disso, não está previsto replantio no local.

O depoimento encerra com um apelo: "Será que não havia formas menos impactantes, mais democráticas ou pelo menos transparentes de executar a obra?"

Que obra é essa?

Saneamento é a atividade relacionada ao abastecimento de água potável, o manejo de água pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades.  No caso, a Sabesp trata dos primeiros dois itens: Água e esgoto. Ela não separa os investimentos de forma explícita entre água e esgoto nos relatórios públicos mais recentes, mas sim em um montante geral de saneamento básico, que abrange ambas as áreas.

Segundo a Sabesp, a obra em questão tem como objetivo  a ampliação do sistema de coleta e tratamento de esgoto na chamada Bacia TO-13, que atende os municípios de Cotia, Carapicuíba, Embu das Artes, Jandira e Barueri.

O que é a Bacia TO-13?

Na prática, trata-se de um coletor tronco — uma daquelas grandes tubulações que recebem o esgoto das redes menores e levam tudo até a Estação de Tratamento de Esgoto de Barueri (ETE-Barueri). Esse sistema impede que o esgoto vá parar direto no rio Cotia, ajudando a reduzir a poluição e a melhorar a qualidade da água. Consequentemente, o Rio Tietê também é beneficiado, pois recebe menos poluição. Entre as obras previstas estão:

Estação Elevatória de Esgotos em Cotia – que vai bombear o esgoto para o tratamento.

Linha de recalque – uma tubulação de longa distância para transportar os efluentes.

Novos coletores tronco – para ampliar a rede e dar mais capacidade ao sistema.

Eliminação de lançamentos provisórios – ou seja, acabar com os pontos onde o esgoto ainda cai direto nos rios sem tratamento.

Segundo a Sabesp, a iniciativa faz parte do compromisso de despoluir o rio Tietê e seus afluentes, dentro do programa de recuperação ambiental da Região Metropolitana de São Paulo - RMSP. Isso significa que, ao diminuir o despejo no rio Cotia, o reflexo positivo também chega ao Tietê.

Além dos coletores tronco, o projeto também investe nas interligações – que nada mais são do que as conexões entre os imóveis e a rede coletora pública de esgoto. É simples, mas essencial: de nada adianta a rede estar na rua se as casas e prédios não estiverem ligadas a ela.

A Sabesp dividiu em 20 etapas as obras em 11 regiões que, do Oeste para o leste (o sentido do Rio Cotia), englobam o Jardim Isis, próximo ao Thermas da Mata, Jardim Leonor, Parque Rizzo, o Centro, incluindo o Parque Dom Henrique, proximidades do Templo Zu Lai, região do São Fernando Club (de onde o Site da Granja recebeu as manifestações) Jardim Colibri, até as proximidades do Jardim Passárgada 01, próximo ao Sesi.

 Poluição do Tietê cresce 

O Rio Cotia deságua no Rio Tietê, que tem, às vésperas do seu dia (o Dia do Rio Tietê é celebrado na próxima segunda, 22), um levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica preocupante.

A data de celebração ao rio surgiu em 1992, durante a ECO-92, no Rio de Janeiro. Na ocasião, um abaixo-assinado com mais de 1,2 milhão de assinaturas foi entregue ao então governador Luiz Antônio Fleury Filho, pedindo a despoluição do Tietê. Foi daí que nasceram o Projeto Tietê, da Sabesp, e o programa de monitoramento “Observando os Rios”, criado pela SOS Mata Atlântica.

Com 1.136 km de extensão, o Tietê é o maior rio de São Paulo e atravessa o estado de leste a oeste, passando por 62 municípios – incluindo a capital.

Em 2025, o projeto “Observando os Rios”  publicou um relatório em março com dados de 2024 apontando uma estagnação na qualidade da água do Rio Tietê. A situação é preocupante, pois o relatório indica que 20 pontos (13,8%) foram classificados como ruins e 5 (3,4%) como péssimos, resultado da degradação do entorno. 

Segundo o programa, 207 dos 576 km analisados estão impróprios para uso – um salto de 29% em relação ao ano passado, quando eram 160 km. Desse total, 131 km foram classificados como de qualidade ruim e 76 km, péssima.

“O rio está sempre mostrando o que a sociedade faz com ele”, explica Cesar Pegoraro, da SOS Mata Atlântica.

Para ele, é preciso reforçar políticas públicas e a participação da população em ações de saneamento básico e combate à poluição difusa. 

O preço ambiental das obras de saneamento

Voltando à questão, a Sabesp tem, para essa obra toda,  autorização da Cetesb - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo para desmatar aproximadamente 11.430 m², a maioria perto de cursos d’agua. A pessoa autora do relato também levanta a falta de diálogo da Sabesp com os moradores, o que levanta dúvidas sobre a existência de métodos menos invasivos. De qualquer forma, a compensação ambiental pelas intervenções objeto dessa autorização está contemplada no TCRA nº 78.341/2022 do Processo nº 284/2022. O Site da Granja perguntou à Sabesp como será essa compensação e aguarda retorno. 

É sabido que toda intervenção tem um custo. Neste caso, você acha que o preço que estão cobrando da natureza é alto demais?


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