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Crônicas de Sonia Marques

Quem é você na menopausa? Um caminhão velho ou um carrão transadíssimo?

23/11/2023




Eu tenho uma amiga de meia idade… mas que porcaria é essa de meia idade? Quanto é uma idade inteira? Existem alguns estudos que dizem que a meia idade vai dos 35 aos 58 anos – quando acaba a juventude e já começamos a nos aproximar da velhice… mas deixemos isso de lado por enquanto, até porque, nós mulheres não contamos os anos, deixamos eles passarem com toda a nossa plenitude.

O fato é que minha amiga andava meio preocupada com suas regras. Para as meninas mais jovens que estão lendo esse texto, as regras aqui são outras – aquela máxima feminista de “meu corpo, minhas regras” continua valendo, mas não nesse contexto, porque nem sempre podemos mandar nisso. As regras aqui querem dizer ciclo menstrual. O povo da roça é que usava esse termo para disfarçar a conversa, porque falar dessas coisas, de mulheres sangrando, não era bonito.

Enfim, as regras de minha amiga estavam falhando e quando isso acontece é sinal de alerta.  Não, gente, ela não estava grávida. E vou falar baixinho só para vocês: ela tá numa sofrência que dá dó.

E lá foi ela ao médico que, de pronto solicitou alguns exames para confirmar, ou não, o que já se espera de uma “mulher de meia idade”, a famigerada menopausa.

Ela é do tipo como eu que não aguenta esperar até a próxima consulta para mostrar os exames ao médico, vai logo abrindo e tentando entender os resultados.

É mais ou menos assim: a gente olha o resultado aferido e compara com o valor de referência e pronto, temos o veredicto.  “Putz, estou na menopausa ou não?”, pensou ela.

Gente, não façam isso, só um médico pode lhe dar uma resposta correta sobre os exames, seja ele qual for.

Mas não foi bem assim dessa vez. Ela então, entrou no Facebook e foi logo chamando o amigo ginecologista sempre muito prestativo e experiente que lhe ajudou a entender o resultado de seu exame. E ele foi logo lhe dizendo que não, ela não estava na menopausa. Ainda não.

Agora, prestem atenção nesse diálogo para entenderem o título dessa crônica:

O doutor, muito bem humorado explicou didaticamente a “mecânica” feminina:

– “Deus fez as mulheres de dois tipos com relação à menopausa.”

– “Sei”

– “O primeiro tipo, que é maioria, se comporta como um caminhão que começa novo e com o tempo vai falhando, falhando, até dar PT (perda total, uma linguagem muito comum nas oficinas).”

Ele explicou que isso [o caminhão falhando] quer dizer que, se há 12 ovulações num ano de 12 meses aos 23 anos, este número de ovulações por ano vai diminuindo com o tempo. Chega nos 40, há 5, 6 ovulações por ano. Perto dos 50 há 2, 1 e zero. Aí rola a “menô”, que é a última menstruação. Podem até rolar ciclos menstruais, mas muitos deles não têm ovulação, são os ciclos anovulatórios.

– “O segundo tipo (minoria), é um carro transadíssimo, superpotente, que depois de anos de uso continua dez. Aí, um belo dia cai num despenhadeiro e puft, dá PT. São mulheres que têm ciclos ovulatórios do início ao fim, tem ovulações sem parar até chegar na ‘menô’.”

- “Seu exame mostra que ainda há ovulação em você, mas as falhas entre os ciclos mostram que os óvulos estão muito escassos, tipo o caminhão.”

A essa altura do diálogo minha amiga já não sabia se estava falando com o médico ou com o mecânico. Ela até já havia sido chamada de “avião”, nos áureos tempos de juventude, mas de caminhão? Ahh, isso nunca.

– “Só temos a garantia de que realmente acabaram-se as ovulações depois de um ano (12 meses) sem menstruação, por volta dos 50 anos.”

Minha amiga ainda não chegou nos 50, mas ele já bate à sua porta.

– “Bem, doutor, então isso quer dizer que o caminhão está no acostamento?”

– “O caminhão ainda roda, mas está perto de dar PT.”

– “Então tecnicamente estou na menopausa, doutor?”

–“Não”.

Antes de encerrar a consulta virtual, o doutor recomendou que ela fizesse um acompanhamento minucioso, que fizesse marcações para verificar se, de repente, o caminhão pára de vez.

– “Porque, definitivamente, você não é um carrão.”

Bem, minhas amigas, depois de escutar esse diálogo, a moral da história é que a grande regra da vida é não deixar a biela parar, seja você um avião, um caminhão ou um carrão. E sempre que possível dar uma revisada geral no motor.

Boa viagem.

Para Ouvir:



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Sonia Marques

*Sonia Marques, Jornalista, poeta e cronista. Sou apenas mais uma na multidão, com uma história parecida com a de tantas Marias e tantos Joãos. Sou cidadã em construção.

Essa e outras crônicas no blog reconversa.com.br

Fale comigo: contato@reconversa.com.br


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