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A vez de Paulinho Lenha nas Obras e na Vice prefeitura de Cotia

08/05/2025


por Ana Alcantara


Com quatro mandatos como vereador e agora à frente da Secretaria de Obras e Infraestrutura, além de ocupar o cargo de vice-prefeito, Paulinho Lenha fala com franqueza sobre os desafios e planos para Cotia. Em entrevista exclusiva, ele aborda desde o abandono da malha viária, passando por questões ambientais, políticas públicas e seu histórico de vida. Conheça melhor o homem que defende uma cidade mais bem planejada e com gestão voltada para o povo.


Você assumiu a Secretaria de Obras em uma cidade que há décadas não mexe na malha viária. Como tem sido enfrentar esse desafio?

É verdade. Eu nasci aqui e há 40 anos as ruas são praticamente as mesmas. Não houve planejamento para o futuro. Primeiro você prepara a cidade, depois pensa em verticalização. Hoje, sou contra. Do jeito que está, a gente já não anda pela cidade. Imagina com prédios? Faltou visão.   Achavam que sempre seria uma cidade pequena. A cidade cresceu e cresce cada dia mais, sem estrutura para isso.

O novo Plano Diretor traz esperança para um futuro diferente?

Vamos planejar uma cidade diferente, sim. Não sou contra prédio, nem contra estrutura, mas tem que preparar a cidade antes. Educação, saúde, mobilidade, segurança... precisa acompanhar. Às vezes é melhor construir para cima do que desmatar. Mas com cuidado, com planejamento.

Quais foram os primeiros obstáculos ao assumir?

Entramos em janeiro com a cidade destruída. Teve a ventania de outubro, 12 dias sem coleta de lixo, entulho, árvores caídas, dívida herdada... Levamos quase um mês só para organizar a zeladoria. Trabalhamos direto, sem parar. Agora está entrando nos trilhos.

E a situação da ENOB, empresa responsável pelo lixo?

Temos uma PPP (Parceria Público Privada) que ainda vai durar cerca de quatro anos. Reduzimos um pouco o valor do contrato e estamos tentando reduzir mais. A ENOB precisa se adequar. Falta o tratamento do antigo lixão do Caputera que  já temos o galpão para coleta seletiva. Estamos pressionando a CETESB pela licença. Queremos separar até 40% do lixo aqui mesmo e economizar. Hoje, tudo vai para Santana do Parnaíba. Temos 21 caminhões cobrindo 325 km², com bairros distantes entre si. Isso encarece o serviço.

E as cooperativas de reciclagem?

A Marli estava sem caminhão no começo, agora está tudo normalizado. São três caminhões na coleta seletiva. A Solange segue no galpão em Caucaia.

Sobre o lote Nova Raposo, o que pode nos contar?

A Nova Raposo vai sair. Não da forma que queríamos, mas está licitada. Perdemos. Não sou contra pedágio, desde que tenha estrutura e preço justo. Onde tem pedágio, tem manutenção. O trânsito está parado às 6h30 da manhã no km 39. Algo precisa ser feito.

A Nova Raposo vai impactar a malha urbana. Quais os planos? 

Tudo isso está incluso no consórcio. A Prefeitura não terá despesas. Estávamos conversando sobre isso. Por exemplo, na Estrada do Capuava tem uma ligação atrás do Vintage, que já sai na Estrada do Embu, que com mais uma ligação, sai na João Paulo Ablas e que já liga com o Rodoanel. Isso é obra da Prefeitura e vamos procurar recursos estaduais e federais para resolver essa saída. No Oteiro Passargada(km37), já estamos trabalhando numa via que vai atravessar o Mirante e sair na estrada do Morro Grande, sem precisar passar pelo Atalaia. Como se fosse um “desassoreamento” de ruas. O trânsito está insuportável! Estamos trabalhando firme nisso.

E no Cotolengo, onde está o terreno da Prologis, haverá benefícios viários?

A empresa vai fazer duas ligações viárias: uma até a José Giorgi e outra até o São Paulo II. São contrapartidas da gestão anterior.

Há alguma solução para avenida São Camilo?

São Camilo é um problema. Tentaram o ano passado fazer uma mão só e não deu certo. Precisa mexer em alguns bolsões. O gargalo é no viaduto do 22,8, que com a Nova Raposo não existirão mais. Eles vão começar dos pontos críticos. Creio que tem conversa com o Governo do Estado para opinarmos as prioridades. CONISUD ajuda bastante também por ser intermunicipal, já que ali faz divisa com vários municípios. 

E em Caucaia do Alto?

A estrada lá foi mal feita pela empresa contratada da gestão anterior. Sem contenção. Está caindo. Estamos há mais de 40 dias fazendo o que não foi feito. Colocamos mais de 1.200 caminhões de terra para segurar. Nosso critério agora é: fazer certo da primeira vez. Quem faz mal feito, faz duas vezes. É um dinheiro público que a gente tem que cuidar. Cada centavo tem que cuidar, porque é uma grande empresa que tem mais ou menos trezentos mil sócios. Eu acho que aquele colaborador que paga o seu imposto, ele é sócio dessa grande empresa que vive de arrecadação. Então para investir, é melhor que dure mais. 

E a operação tapa-buraco?

Buraco e chuva é uma luta diária. Tampa num dia, no outro já abriu. É enxugar gelo. Mas estamos planejando recapeamentos em junho e julho para resolver de forma duradoura. Enquanto isso, a gente enxuga gelo. 

A Secretaria de Obras presta apoio a outras pastas, certo?

Sim. Somos transversais. Temos 102 escolas. Em janeiro, o mato chegava a 60 cm. Quando termina a roçagem, já tem que voltar ao início. Mas a orientação é enxugar a máquina em 30% para pagar R$ 140 milhões de dívidas herdadas com fornecedores. Reuniões semanais com subprefeituras ajudam a levantar as demandas regionais.

A cidade está se preparando para eventos climáticos extremos?

Sim. Nunca vi nada parecido acontecer em Cotia como a ventania de outubro!  Estamos desassoreando córregos, podando árvores com risco de queda e trabalhando junto com Defesa Civil e Meio Ambiente para evitar enchentes. A prevenção é o foco.

Como começou sua trajetória?

Nasci em Cotia, no Morro do Piolho, hoje  Vila São Joaquim. Nasci bem em frente a Congada ali. Eu amo essa cidade. E eu trabalhei com o cabo Givaldo doze anos na Câmara. Sou pedreiro, construtor, desde moleque. Fui ajudar o Givaldo com minha empresa para fazer serviço de manutenção de escola. Tinha construído o colégio Via Sapiens  e fazia manutenção lá. Então o Givaldo me chamou para ser assessor. Fui trabalhar com ele, mas nunca deixei o meu serviço, as minhas obras, nunca deixei. Fiquei com ele doze anos como assessor. Em 2007 ele iria sair para Prefeito e eu para vereador. Nasceu assim o Paulinho Lenha, porque eu já mexia com madeira de Pinos e Eucalipto de reflorestamento. Acabou não dando certo a candidatura do Givaldo para Prefeito e ele saiu para vereador. Só que eu estava há 6 meses com o nome na rua e cada um tocou a sua candidatura para vereança. Sai candidato e o Marcelinho(Lenha) ficou comigo me apoiando. Ganhei a eleição em 2008, e o Givaldo perdeu. De lá para cá eu ganhei todas, já fui mais votado, tenho 4 mandatos, 3 anos presidente da Câmara, e a vida começou ali, politicamente. O político tem que, primeiramente, gostar de gente. Porque o político não gosta de gente, não prospera.


Ainda toca sua empresa?

Sim. A lenha ficou no nome. Hoje a empresa é de terraplanagem. Atendo quatro ou cinco construtoras. Nunca deixei minha empresa.


Você foi base do governo por anos e depois apoiou o Formiga. Como foi isso?

Eu fui escolhido pela Câmara por 15 vereadores para ser o sucessor do Rogério. E o que aconteceu? Quando chegou em junho, Rogério teve uma conversa e decidimos que eu, Celso, Folha e o Castor, poderíamos ser candidatos à Prefeitura. Eu trabalhei de junho a novembro e consegui viabilizar meu nome dentro da Câmara.  Quando levaram meu nome em novembro, Rogério sumiu. Em fevereiro ele ligou para o presidente da Câmara, Marcinho Prates e avisou que a Ângela que seria a candidata a Prefeita. Aí naquele momento, eu falei: Estou indo embora. Formiga teve antes uma pré-conversa comigo...eu não ia ser o vice, eu só ia ajudar o Weligton que já tinha o vice, que era o Márcio Dola. Para composição política, Formiga percebeu que eu poderia somar mais votos. Ele entrou em acordo com o Márcio Dola, que eu agradeço muito e então eu saí como vice.


Só com o PDT vocês ganharam... um feito?

Tínhamos um partido só partido com 18 candidatos a vereador.  A Prefeitura tinha 22 partidos com 270 candidatos. Veja você, matematicamente é impossível, mas quando Deus e o povo querem, as coisas acontecem. O povo queria mudança. Eu sabia que a gente ia ganhar, eu sabia. Estou na rua 24horas. Conheço meu povo. Eu não tenho problema de andar em lugar nenhum do município. Me sinto muito respeitado e isso está escasso dentro da política. Nós somos funcionários da população. Alguém paga o meu salário. Então eu tenho que prestar conta e estar junto com eles na hora na hora do bolo, na hora do choro. Estamos aqui para servir e isso é muito importante no governo Formiga, humanizar a cidade. Nós temos muito problema ainda dentro do município, que a gente está com quatro meses de mandato. Mas eu creio que muito em breve a gente consegue colocar a cidade hoje em todas as áreas. Educação, saúde, segurança. Já melhorou bastante em segurança. Haja vista que já diminuiu bastante o índice de assalto dentro do nosso município. A saúde está melhorando também, que não está fácil, mas, se Deus quiser, a gente vai deixar ela em ordem muito em breve. Um governo humanizado, um governo que gosta de gente, gosta de pessoas, está aqui para servir.


Como conheceu o Welington Formiga? 

Conheço o Formiga desde criança,  o pai dele já trabalhou comigo em obra. Ele sempre foi meio que oposição e eu sempre fui mais maneiro, nunca fui de oposição, sempre fui centro direita. Procuro o diálogo, a conversa. Ele em 2012 já era do PCdB e eu do PSD. Formiga sempre Batia, batia, batia, mas eu já gostava do jeito dele, nunca tivemos atrito. Um jovem sonhador que graças a Deus, alcançou o seu objetivo. Eu acredito que crítica construtiva é muito boa, que às vezes mostra para você aquilo que você não consegue enxergar. Agora, crítica para destruir, eu não gosto. Então o Formiga sempre fez crítica, mas as críticas dele faziam construir. 

E o Paulinho Lenha como pessoa, pai, avô?

Sou pai de seis. Fui pai muito cedo, com 16 anos. Tive 3 filhas e a mãe foi embora me deixado quando a menor tinha 2 anos. Fiquei com minhas três filhas, Tati, Tami e Thais e agora apareceu a Camila com 28 anos.  Minha irmã me ajudou a cuidar e hoje todas formadas: Enfermeira , professora , administradora. Um orgulho! Cuidar de menina é mais difícil que cuidar de menino. Hoje tenho dois meninos e posso dizer...Filho meu precisa trabalhar.  O João meu filho mais novo, tem 19 anos está no segundo ano de engenharia e trabalha com caminhão dentro da minha empresa. O Pedro tem 22 anos está concluindo Direito, vai terminar em junho, está entregando o TCC e já é advogado e também trabalha na minha empresa, abastecendo máquina, buscando peça... Então, a minha família é sempre do trabalho, é preciso ensinar a trabalhar. Se ele não for bem nos estudos, ele aprendeu a trabalhar. Ele vai ganhar a vida dele trabalhando honestamente. Os meus com 12, 13 anos já estão comigo nas obras aí. Eu tenho orgulho deles. Perdi minha mãe com 14 anos e depois de um mês meu pai também morreu de infarto. Éramos quatro menores, sem ter onde morar com meus irmãos de 10, 12 eu com 14 e uma irmã de 16 . Nosso povo é tudo de Ibiúna, da roça, e a gente ficou por aqui.  Nós não tínhamos condições de comprar um caixão, e o Quinzinho Pedroso, que já era vereador bem jovem em seu primeiro mandato,  resolveu tudo pra gente, isso sem interesse de voto...Porque ninguém alí votava. Meu trabalho social é muito importante pra mim porque só sabe quem passa. Quem nunca passou pela falta de  um cefé, leite para as crianças, cigarro...entendeu? Então, eu agradeço a Deus todos os dias, de onde eu vim e onde eu estou. Isso, é Deus primeiramente, acima de tudo, que me dá saúde, paz e força de vontade, cada dia buscar mais, para a nossa região trabalhar, porque meu pai já dizia quando eu era criança “ Melhor você fazer, do que precisar pedir.” Eu nunca aprendi a pedir. Sempre fui buscar, sempre fui trabalhar.


E se o Paulinho, se você tivesse uma canetada para dar na cidade, qual seria? 

Tem muita coisa para fazer aqui, né? Várias canetadas para dar! Eu dar uma canetada para onde? Eu quero e tenho certeza deixaremos a Educação e a Saúde funcionem 110%. Estamos trabalhando para que esse adolescente que estuda em um período, possa aprender uma profissão no outro turno. Essa mãe que sai para trabalhar, saber que seu filho está fazendo alguma coisa após o horário de escola. Criança na rua é complicado. Período integral é importante para mudar uma nação, com força e firmeza. 



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