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Ato contra pedágio em Cotia desperta mobilização de políticos e população

08/08/2025


Mauricio Orth


No último domingo (3), moradores e movimentos sociais protestaram na altura do Km 37 da Raposo Tavares, em Cotia contra a cobrança de pedágio prevista nos contratos de concessão da Raposo Tavares. Nesse local foi instalado um pórtico onde será instalado um pedágio.

O ato começou no início da tarde e contou com centenas de pessoas. Com faixas e cartazes, os manifestantes bradavam "pedágio não" e questionavam "pagamos IPVA para quê?".

A manifestação foi reprimida pela Polícia Militar e quatro pessoas foram detidas. Logo em seguida, o Batalhão de Choque foi chamado para dispersar os manifestantes. Vídeos em redes sociais mostram a polícia utilizando bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e agressões com cassetete. A intervenção policial ocorreu após a interdição total da rodovia sentido São Paulo, saiu da pista e entrou no bairro, em perseguição aos manifestantes.

Segundo o Jornal Viva Cotia, os protestos contra o pedágio na região de Cotia vêm  sendo monitorados pela polícia militar. Na semana do ato, a PM identificou uma movimentação nas redes sociais, especialmente na área do Mirante da Mata. A CCR Sorocabana, concessionária do trecho, foi acionada. Como não houve comunicação formal sobre o protesto até o sábado, acharam melhor comunicar à Justiça. O juiz de Cotia concedeu uma liminar proibindo a ocupação da rodovia.

Organizado inicialmente por moradores do Mirante da Mata, o ato teve dois protagonistas que buscavam coordenar através de microfones ligados a um carro de som, Toninho Kalunga e Silvio Cabral. Eles afirmaram que houve conversas anteriores ao ato com a PM, que autorizou a utilização do equipamento sonoro. 

Toninho Kalunga é ex-vereador do PT em Cotia. Foi coordenador de Formação Política do Diretório Estadual do PT/SP e é cristão católico ligado aos Orionitas. Ele considerou o enfrentamento com a polícia abusivo e sem sentido. Afirmou que entrou em contato com a PM no domingo pela manhã. Criticou ainda a invasão ao bairro, “jogando gás de pimenta e esmo e bombas de gás lacrimogênio que afetaram todo o bairro.”. Segundo ele, a PM permitiu o uso do carro de som para ajudar na coordenação do movimento, mas o condutor do carro foi ameaçado pela própria PM com apreensão e multa. O motorista então retirou o carro do local e com isso a capacidade de organizar a atividade foi perdida, o que ocasionou a ocupação da Rodovia.

Silvio Cabral, vereador licenciado, hoje é Secretário de Desenvolvimento Social e Periferias. Advogado especializado em direito urbanístico, coordenou o Programas Regularização Fundiária Sustentável da Prefeitura de Cotia na gestão anterior. Em “live” concedida ao jornalista Renato Ferraz, contou o caso:

“A manifestação começou com o chamado do pessoal do Mirante da Mata, liderado pelo Naná e pelo Toninho Kalunga. Alguns vereadores e figuras da região fizeram vídeo chamando para o ato. A gente ajudou com a organização, som, estrutura... Quando cheguei, por volta das 14h, o Naná me chamou: “Silvio, pega o microfone e ajuda a coordenar.” Fiquei com um microfone, o Kalunga com outro. A Raposo foi fechada umas 14h30, mas logo a PM veio dizendo que tinha uma liminar. Eu negociei que a gente só ia fechar por dez minutos, e depois reabriríamos. Eles concordaram.

Tinha ficado combinado também que o som ficaria perto do ponto de ônibus, na entrada do Mirante. Mas aí um PM apareceu dizendo que, se o som continuasse ali, iam multar o dono em cinco mil reais. O menino tirou o som e, com isso, a gente perdeu o controle.

Depois disso, ficou impossível segurar o povo. Mesmo a gente pedindo pra manter tudo tranquilo, a galera fechou a Raposo de novo. Devia ter mais de 300 pessoas. Um coronel apareceu e disse que ia chamar o Batalhão de Choque. Quando eles chegaram, a gente tentou mostrar que a estrada já estava liberada, mas um dos meninos que foi na frente pra falar isso acabou detido. Isso revoltou todo mundo. A partir daí, virou um pesadelo: a polícia jogou bomba de gás, todo mundo correu pro bairro, e o Batalhão foi atrás, entrou no bairro batendo, com escudo no chão. Foi um horror.”

O Site da Granja ainda escutou Camila Bolzan, 33 anos, moradora de Vargem Grande Paulista, pedagoga, pós-graduada em ciências sociais e com extensão em políticas públicas, economia e trabalho pela Unicamp. Militante desde os 12 anos.

Ela disse que moradores de Cotia e Vargem Grande Paulista, incluindo crianças, idosos e famílias inteiras, estavam participando de um ato pacífico. Disse que a manifestação foi tranquila e organizada, mas que logo começaram as ameaças. Um servidor do Judiciário tentou impedir o uso do microfone, e a Polícia Militar chegou a afirmar que “viria pra cima” se os manifestantes não liberassem a faixa — mesmo com o trânsito fluindo normalmente. Por segurança, idosos e crianças foram retirados do local. Ela disse ainda que teve gente ferida, intoxicada e até espancada. Para finalizar, disse também que a ação da polícia se estendeu para dentro do bairro.

O Site da Granja entrou em contato com a PM, que respondeu solicitando as imagens e endereço do evento, prontamente enviadas. Depois disso, a PM não respondeu.

Praia Grande

A cena já tinha acontecido na quinta-feira anterior (31/07). Cerca de 100 manifestantes, entre lideranças políticas, vereadores e moradores, protestaram contra a instalação de novos pedágios. A manifestação aconteceu na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, entre a manhã e o início da tarde. Por conta do protesto, parte da via foi bloqueada.

Todo mundo na onda

Vereadores e figuras públicas de Cotia sentiram a importância do tema e já se mobilizaram: Lena Marques, cogitada para a secretaria dos esportes de Cotia,  protocolou um ofício na Câmara pedindo apoio dos 17 vereadores contra os pórticos de pedágio na cidade. A iniciativa teve apoio unânime. Também foi proposta a criação de uma comissão com representantes do governo, da concessionária e de autoridades locais para tratar do tema.

O vereador Celso Itiki propôs projeto de lei que visa proibir a instalação de pedágios em vias públicas municipais. O objetivo do projeto é impedir a instalação de pórticos em vias alternativas dentro do município. 

Johny Santos entregou ofício para o secretário estadual Rafael Benini solicitando a avaliação para a mudança do local do pedágio do Km 37, para reduzir os impactos negativos na mobilidade e qualidade de vida dos moradores dos bairros afetados. 

É geral

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretende instalar ao menos 58 novos pontos de pedágios de cobrança automática no estado. Os novos pedágios de cobrança automática devem impactar mais de 60 municípios, que ficam nas regiões da Rota Sorocabana, Nova Raposo, Circuito das Águas, Rota Mogiana, Lote Paranapanema, Lote Litoral Paulista e Túnel Imerso Santos-Guarujá.

Tudo mais caro

A implementação de novas praças de pedágio em diversas rodovias deve impactar diretamente os custos do transporte de cargas. Especialistas do setor logístico alertam que o aumento será repassado para os valores do frete, o que, consequentemente, elevará os preços dos produtos para o consumidor final. Transportadoras já começam a revisar suas tabelas de preços, especialmente em rotas que passarão a ter cobrança de pedágio.

Reação

Em diversas cidades do estado, moradores organizam abaixo-assinados contra a medida e pressionam prefeitos e vereadores — que, por sua vez, disputam a definição dos locais para os pórticos de cobrança.

É o caso do próprio Lote Nova Raposo, que conta com o Movimento “Nova Raposo Náo” com mais de 100 organizações participantes, além de um abaixo assinado com mais de 36 mil nomes.

80% dos usuários da SP-304, que fica na Rota Mogiana, são moradores que vivem na região, que se organizam de diversa formas para protestar.

Já existem abaixo-assinados e frentes parlamentares de combate aos novos pedágios em Americana e Santa Bárbara. A discussão se repete no Lote Circuito das Águas. A instalação de 37 novos pedágios levou à união dos prefeitos de Amparo, Holambra e Monte Alegre do Sul. Para o Lote de Paranapanema, sete prefeitos, além de deputados estaduais da região, se posicionaram contra a medida.

Redução

Há espaço para negociação. O governo decidiu reduzir o número de pedágios na região de Sorocaba de 13 para 9. Os pedágios excluídos estavam previstos nas rodovias Raposo Tavares (SP-270), Castelinho (SP-075) e Dr. Celso Charuri (SPA-91/270). 

"Chegamos à conclusão de que vamos retirar os quatro pedágios previstos para Sorocaba, preservando os investimentos na região. Temos um contrato que permite esses ajustes, com uma outorga variável que garante liquidez justamente para adaptar o projeto", afirmou o governador Tarcísio de Freitas. 


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