20/10/2025
Segundo a publicação, alguns proprietários relataram que parte de seus terrenos seria tomada para a construção da nova via. “Aqui na minha área devo perder uns 5 a 6 metros para a pista. Vai complicar nossa vida, mesmo que sejamos pagos”, contou um morador que preferiu não se identificar.
Um comerciante da região também disse já estar se preparando para mudar. “Estou aqui há mais de 25 anos. Criei a imagem do meu negócio neste ponto e não sei como será em outro lugar. Minha família já teve área desapropriada nos anos 80, quando duplicaram a Raposo, e o valor pago ficou bem abaixo do mercado. Vamos ver agora como será”, lamentou.
Ecovias Raposo Castello nega envio de notificações
O Site da Granja buscou confirmar as informações e entrou em contato com a concessionária, vencedora do leilão da rodovia. Em nota enviada em 19 de outubro, a empresa negou qualquer ação de notificação a proprietários:
“A Ecovias Raposo Castello esclarece que não realizou qualquer ação relacionada ao envio de notificações a proprietários de imóveis próximos à rodovia. O projeto de ampliação e modernização da Raposo Tavares ainda está em fase de estudos ambientais e de engenharia, conduzidos sob supervisão da Artesp e da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI).”
A concessionária também reforçou que o projeto prevê a elaboração de EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental), que será analisado pela Cetesb e apresentado em audiências públicas, garantindo transparência e participação da população antes de qualquer decisão sobre áreas afetadas.
O Site da Granja também procurou a Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
População pode ajudar na apuração
O Site da Granja, em parceria com o Blog Cotia, lançou uma publicação nas redes perguntando se algum morador da região recebeu documento oficial de desapropriação. Se você recebeu algo nesse sentido, entre em contato conosco.
Cuidado com intimações falsas
Especialistas alertam que existe a possibilidade de golpes com falsas intimações de desapropriação, que estão se tornando cada vez mais comuns.
Se você receber uma notificação suspeita, não forneça dados, não faça pagamentos e procure a polícia. Veja o que fazer:
Verifique a origem – notificações oficiais vêm de órgãos públicos e geralmente por via judicial, nunca por e-mail ou SMS.
Desconfie de pedidos de dados ou dinheiro – nenhum órgão cobra taxas por canais informais.
Consulte um advogado – para confirmar se o documento é verdadeiro.
Procure o órgão citado – confirme diretamente pelos canais oficiais.
Registre boletim de ocorrência – caso confirme que é um golpe.
Como reconhecer uma intimação legítima
Uma notificação verdadeira deve:
vir de canal oficial (Correios ou judicial);
descrever o imóvel e o motivo da desapropriação;
incluir oferta de indenização baseada no valor de mercado;
explicar os próximos passos e direitos do proprietário.
Por que existem intimações falsas?
Fraude por indenização: criminosos tentam se passar por donos de imóveis e receber valores indevidos.
Golpe financeiro: intimidam as vítimas para que paguem “taxas” ou “multas” falsas.
Fraude processual: falsificam documentos para conduzir processos de desapropriação irregulares sem o conhecimento do verdadeiro dono.
O Site da Granja segue acompanhando o caso e cobrando transparência do governo estadual e da concessionária responsável pelo projeto Nova Raposo.
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