03/05/2024
Na 13ª Sessão acontecida na terça 30/04, membros da oposição pediram vistas e adiaram a votação. A discussão sobre o tema ganhou declarações de alguns vereadores opinando sobre a questão.
Uma delas gerou forte desconforto entre as pessoas cidadãs de Cotia que acompanhavam a sessão. O vereador Luis Gustavo Napolitano (PSD) fez o uso da palavra, se colocando como um dos responsáveis pela confecção do Plano Diretor e do Zoneamento. Em seu discurso, fez fortes acusações aos críticos das alterações, pressupondo desconhecimento e preconceito dos autores das críticas, especialmente em relação à criação dos corredores comerciais que permitem a construção de prédios com até 25 andares no miolo da Granja.
Em resposta às declarações do vereador, a Associação de Amigos e Moradores da Granja Viana (AMOGV), o Coletivo PanVerde e o Movimento Transition Granja Viana redigiram carta destinada à Câmara, rebatendo as críticas com muita fundamentação em seus argumentos, demonstrando bastante coerência.
A Carta começa assim:
“Nós (...), gostaríamos de manifestar nossa surpresa e repúdio à declaração do Vereador Luís Gustavo Napolitano durante a 13ª sessão, realizada em 30 de abril de 2024. Na ocasião, o Sr. Vereador afirmou, de forma leviana e inverídica, que os moradores da Granja Viana estão "demonizando" o Plano Diretor e os prédios de 25 andares, alegando que apenas comparecemos às reuniões para "gritar e reclamar".”
Na carta, as razões pelas quais a Associação e o Coletivo são contra o plano e o zoneamento são minuciosamente justificadas. A Ausência de estudos e incongruências no Plano Diretor são demonstradas e o apelo por diálogo e transparência estão presentes em diversos momentos do texto.
Uma delas é pontual:
“Questionamos a afirmação do Vereador sobre a construção de prédios de 25 andares apenas em terrenos de 10 mil metros com muita área verde disponível. Solicitamos a indicação da fonte dessa informação no Plano Diretor, pois não encontramos essa regra. Citamos como exemplo o Next22, um empreendimento com 22 andares e 120 unidades em um terreno de apenas 1070,92m², como prova da incongruência do Plano Diretor.
A carta é finalizada pelo principal motivo da atuação destes grupos, a colaboração:
“Estamos sempre à disposição para colaborar com o poder público na construção da cidade que desejamos. Acreditamos em um futuro promissor para Cotia, onde o desenvolvimento econômico e social esteja em harmonia com a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida da população.”
A discussão do Plano Diretor e da Lei do Zoneamento só está acontecendo desta forma porque inicialmente a prefeitura e a Câmara aprovaram em 2023 leis complementares que alteravam o plano diretor e o zoneamento sem consulta pública. Denunciada, a prefeitura foi obrigada pelo Ministério Público a recuar e incluir a consulta pública no processo. Não fosse a ação dos grupos ambientalistas, as alterações teriam sido impostas (e não propostas) e hoje já seriam realidade.
Leia a carta na íntegra AQUI