20/06/2023
No último sábado (17), o Site da Granja esteve presente à roda de conversa conduzida pela geógrafa Helga Grigorowitschs sobre a Reserva Florestal do Morro Grande.
A reunião foi organizada e sediada pela Preservar Itapecerica da Serra.
Além da associação, também participaram representantes dos movimentos MDGV, Transition da Granja Viana que formam, junto com outros movimentos, o Coletivo PanVerde.
Moradores de São Lourenço da Serra, vizinhos com a Reserva do Morro Grande em um dos seus limites, falaram sobre a recente adesão de Juquitiba e São Lourenço da Serra à GRMA – Grande Reserva Mata Atlântica – e seus objetivos.
A Reserva do Morro Grande é uma das maiores unidades de preservação da Mata Atlântica próxima à capital paulista, com 10.870 hectares. Helga, com a utilização de imagens e mapas, discorreu sobre a criação da Reserva em 1979, com o objetivo de proteger a sua fauna, a sua flora e os seus mananciais, posteriormente, tombada pelo Patrimônio Histórico Cultural. Ela também falou sobre os vários projetos que tramitam e já tramitaram para a utilização ou conservação do Morro Grande.
A área abriga preciosa biodiversidade e é também produtora de água. As nascentes e os cursos d’água formadores do Rio Cotia abastecem aproximadamente 420 mil pessoas entre Cotia, Embu das Artes e Itapecerica da Serra. É uma marca da resiliência das nossas áreas verdes que estão constantemente sob ataque.
Vejam, abaixo, alguns projetos levantados na reunião e que são muito criticados por especialistas da área ambiental:
Em 2012, uma organização civil, em parceria com a Prefeitura de Cotia, iniciou a discussão, até hoje polêmica, sobre a Criação do Pólo de Ecoturismo que, entre outras ações, previa a criação de um campo de golfe e de atividades aquáticas na Represa. O projeto chegou a ser apresentado para a SABESP, que é a mantenedora do espaço, mas não foi adiante.
Quando da construção do Sistema Produtor São Lourenço de Água, que abastece parte de Cotia e de municípios da região, a companhia de abastecimento provocou danos ambientais que precisa reparar, ou compensar. Para compensação, o projeto da SABESP pretendia “fragmentar” a reserva em 3 partes, criando Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Juntas, as 3 áreas somam 18,39 Km quadrados. Saiba mais AQUI
Em defesa da criação do Parque Estadual do Morro Grande:
O coletivo PanVerde vem atuando para o reconhecimento do Parque Estadual do Morro Grande, o que significa a possibilidade de manter a destinação específica que criou a Reserva Florestal, compatibilizando usos turísticos com sua função de manancial de abastecimento público e adequando a legislação para que a Reserva seja incluída no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Esta inclusão também permitirá que se repassem as verbas para manutenção do Parque Estadual.
Adriana Abelhão e os demais membros do grupo também falaram sobre a grande dificuldade do contato com a SABESP. Recentemente, a “Expedição Rio Cotia”, que teria parte do percurso feito dentro da Reserva, teve de ser adiada pela falta de retorno da SABESP, para fornecer as devidas autorizações.
Bela iniciativa da Preservar Itapecerica da Serra e valiosa contribuição da geógrafa Helga Grigorowitschs.