21/08/2023
A união de pessoas em busca de melhorias para suas causas tem sido tema da coluna desde 2020, quando passamos a apresentar aqui diversos exemplos de organizações e movimentos.
Desta vez vamos conhecer o Movimento Mães e Pais que Lutam, criado em agosto de 2021 a fim de fortalecer as lutas de um grupo muitas vezes pouco visto pelo poder público e sociedade civil: os autistas e suas famílias. Após protocolar Carta de Compromisso para todas as secretarias municipais de Cotia, Câmara Municipal e Conselhos, iniciaram diálogo para discutir políticas públicas efetivas para o autismo. Hoje, têm representantes em diversos conselhos do município (CME, FUNDEB, CMDCA, CMDDPcD, COMAE, CULTURA e MULHER), que configuram uma importante ferramenta de participação ativa de cidadãos no processo de criação de políticas públicas. Além disso, fazem parte do Movimento da Cultura de Paz de Cotia e do Movimento Juntos Vamos Mais Longe.
Atualmente são aproximadamente 180 famílias que integram o movimento, que são acolhidas e recebem o suporte necessário. Além disso, são promovidas palestras de conscientização e rodas de conversa sobre os temas de interesse. Segundo Michele Cristina, uma das fundadoras e a coordenadora geral do movimento, o principal objetivo sempre foi “a construção de políticas públicas e leis que beneficiem a todos da comunidade autista e da pessoa com deficiência, mas convivendo com as famílias, vimos a necessidade de promover atividade em que elas pudessem participar.”. Assim, foi criado o primeiro coral do Brasil formado por crianças autistas: "Prazer! Eu sou a Luta". Realizam também, mensalmente, uma roda de conversa com poesia, sempre com um tema para trabalhar com as famílias.
Recentemente foi iniciado o Projeto Criando Artes, em parceria com a Ong Âncora e o Esporte Clube Cotiano, com o objetivo de trabalhar com a família, jovens e adultos autistas a confecção de peças feitas artesanalmente, ensinando algo com o que eles possam gerar renda.
Michele reforça a importância de incluir os autistas adultos nestas atividades e comenta:
“Nas aulas, além de aprender artesanato, sempre ouvimos os relatos dos participantes, tornando um momento de muitas trocas.”.
Uma das participantes, Neide, relata a importância destas aulas de artesanato como
“Momentos de tranquilidade do corpo e da mente, oportunidade de aprender coisas novas e trocar experiências com as outras pessoas, só tenho a agradecer.”.
Este é mais um exemplo de engajamento e mobilização de um grupo de pessoas, em busca de bem-estar coletivo, melhores serviços públicos e ampliação da conscientização e do respeito à comunidade autista e das pessoas com deficiência.
Para dar continuidade às atividades oferecidas e implementar novos projetos, o movimento busca apoio e parcerias. São aceitas doações em dinheiro, materiais para trabalhar o artesanato, brinquedos pedagógicos, entre outros itens. Toda ajuda é bem-vinda inclusive de voluntários. Para conhecer mais, acesse AQUI.