15/05/2025
A sobrecarga da rodovia Raposo
Tavares em seu trecho urbano e os impactos na vida das pessoas é um assunto
largamente discutido há décadas. No início de 2024 o governo estadual anunciou
o projeto Nova Raposo (cuja concessão será da Ecovias, que venceu o leilão em
outubro/2024), porém com irregularidades já questionadas no Ministério Público,
como a falta de audiências públicas dentro do território envolvido e com um
desenho que ignora os impactos ambientais e vai contra a recomendação de
especialistas de diversas áreas: uma rodovia que prioriza o transporte
individual, não inclui investimentos em transporte público, prevê a instalação
de 12 pedágios e a destruição de áreas verdes, nascentes e fauna local.
Formou-se então o movimento Nova Raposo Não, composto por diversas entidades e
associações, sobretudo das regiões do Butantã e Pinheiros (SP).
O engajamento de organizações de
Cotia e municípios da região foi gradativo. Inicialmente, Ana Alcantara, cofundadora
do MulherAção, passou a atuar diretamente no movimento e a “representar” Cotia,
compartilhando detalhes do projeto e das ações realizadas para esclarecer a
população.
Em 2025, no final do primeiro trimestre, a SEAE – Sociedade Ecológica Amigos de Embu (sediada em Embu das Artes) uniu-se à Preservar Ambiental (sediada em Itapecerica da Serra) e passou a atuar conjuntamente com o movimento Nova Raposo Não, com foco principalmente nos impactos socioambientais que o projeto, se implementado, trará para a região. Além da destruição de áreas verdes de Embu da Artes, Cotia e Itapecerica da Serra, se implementado, o projeto atingiria a fauna, os mananciais, prejudicando a qualidade de vida de toda a região. Um dos pontos mais graves, apontados pela SEAE, é a proposta de interligação da Rodovia Raposo Tavares com a Régis Bittencourt, que traria impactos ambientais devastadores: “Esta interligação imporia rodovia de pista dupla em área urbanizada, atravessando áreas consolidadas de Mata Atlântica e até mesmo a Área de Proteção Ambiental (APA) Embu-Verde”, segundo publicação no jornal impresso do Nova Raposo Não. Para o mesmo trecho existe outro desenho que passaria a menos de 1km da Reserva do Morro Grande, “uma das maiores unidades de preservação da Mata Atlântica próxima à capital paulista, com 10.870 hectares”, segundo matéria publicada no Site da Granja (leia aqui).
O primeiro evento presencial promovido
pela SEAE e Preservar Ambiental, “Nova Raposo em Itapecerica, Embu e Cotia Não”,
aconteceu no sábado 10 de maio, a Audiência Pública realizada na Câmara de
Vereadores de Embu das Artes. Técnicos e especialistas em mobilidade e meio
ambiente trouxeram conteúdos esclarecedores sobre os impactos do projeto para a
população. A mensagem principal: a Nova Raposo ignora riscos a curto e médio
prazo para a própria população, como falta de água (a região é responsável pelo
abastecimento de 4 milhões de pessoas), aumento de enchentes e tornados devido
à destruição das áreas verdes, morte de milhares de animais silvestres como antas,
preguiça, veado catingueiro, capivara e tamanduá bandeira, além do risco de
ocupações urbanas irregulares, como aconteceram após a construção do Rodoanel.
Novas organizações da região estão
sendo convidadas a se engajar, pois o desafio de levar ao conhecimento da
população o projeto proposto e os riscos envolvidos é grande! Para lutar,
precisamos ter consciência dos riscos que corremos. E vamos pouco a pouco
buscando mais informações, participando e compreendendo.
Saiba mais:
Nova
Raposo tem cara de velho projeto
www.granjaviana.com.br/noticia/nova-raposo-tem-cara-de-velho-projeto
Em pesquisa contratada pelo Movimento Nova Raposo, Não!
Das 2.166 ligações perguntando Já ouviu falar do Projeto Nova Raposo?
Apenas 806 (37%) responderam que sim. (Leia AQUI)
Instagram @SEAE
Instagram @novaraposonao
Abaixo-assinado:
"Nova" Raposo, Não! Queremos transparência e participação popular no projeto!